Numa sessão turbinada por mulheres, o então presidente da Federação Paulista de Futebol recebeu em 15 de setembro de 2009 o título de Cidadão Tupãense.
A investigação da justiça americana sobre a corrupção no futebol indiciou dezesseis pessoas. Entre elas, Ricardo Teixeira e o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero. Del Nero se licenciou do cargo para cuidar da defesa. A CPI do Futebol no Senado também deve chamar para depor algumas das namoradas de Del Nero. O cartola tem uma longa lista de namoradas que já brilharam em capas de revistas masculinas no país.
CHEERLEANDING
O acusado de corrupção Del Nero foi contemplado em Tupã com farto jantar na Cachaçaria depois de ser homenageado em sessão presidida por Antônio Alves de Sousa, Ribeirão (PP), autor da camaradagem com o dinheiro público. Por que mesmo? Para conceder a honraria ao ex-comandante do futebol paulista, Ribeirão justificou “que o nome de Marco Pólo Del Nero foi indicado pelo o que ele representa no futebol do Estado de São Paulo, seja nas categorias profissionais ou nas bases, e pela sua respeitada biografia”. Então pela biografia de hoje o título deveria ser retirado.
A proposta do Legislativo tupãense foi deixar o futuro presidente da CBF num gramado caliente. Tudo foi caprichosamente preparado para Del Nero. Causou estranheza aquele “time” de mulheres “escaladas” no plenário.
Por um instante imaginei que o elenco pertencia à Federação Paulista de Futebol. Um cidadão perguntou se aquele mulherio fazia parte cheerleading (em inglês) que consiste no uso organizado de música, dança e elementos de ginástica para fazer com que os torcedores animem seus times em partidas de futebol americano, basquetebol e futebol de campo.
No Brasil, essa pratica foi introduzida no período em que Del Nero presidiu a Federação Paulista de Futebol (FPF). O mandato foi de agosto de 2003 a abril de 2015 até chegar à CBF. Hoje, Del Nero tem se recusado a viajar para evitar ser preso pelo FBI.
À época em que recebeu o título de Cidadão, – Del Nero revelou que durante sua administração na FPF moralizou a arbitragem no estado ao tomar para si a responsabilidade dos árbitros, prática pouco comum entre as federações. “Hoje não tem mais árbitro chamado de ladrão nos campos paulistas. Estamos levando esse trabalho para outros estados também”.
Pelo jeito ele conseguiu exportar mesmo foi o conceito de corrupção que tem sido comum no campo político. Nenhum Impeachment dentro de um mundo globalizado. Assim como no futebol, na política o Brasil está na mesma linha. Não há impedimento.
Da “Pátria de Chuteiras” conforme a presidente Dilma Rousseff (PT) classificou para justificar a realização da Copa do Mundo de 2014, à “Pátria Educadora” também tem formado seus mestres na arte das pedaladas na coisa pública. Cartão vermelho para a Câmara de Tupã!
Qualquer semelhança entre o homenageado e o autor pode ser mera coincidência. Fanfarrão que gosta de fazer folia com o dinheiro alheio.