Uma demonstração dessa possibilidade está no fato de ter determinado o encerramento do expediente do comércio mais cedo, no sábado (11). Mas, diante da ação movida pelo Ministério Público, Aoqui deve aguarda manifestação da Justiça.
O crescente número de casos de doentes por Covid-19, e a necessidade de internação já fez o prefeito Caio Aoqui tomar uma posição na direção de voltar a restringir o funcionamento do comércio tupãense.
Sábado, por exemplo, o comércio deveria permanecer aberto até às 17 horas, mas com a informação de um surto na Casa Emanuel, que mantém idosos assistidos pela Igreja Assembleia de Deus, o chefe do Executivo determinou que as lojas permanecessem abertas somente até às 13 horas.
O blog vem mostrando que desde a flexibilização da economia, dia 11 de abril, os números de casos da doença aumentaram substancialmente com maior movimentação de pessoas nas ruas.
Outro surto de coronavírus foi constatado na Casa dos Velhos, entre funcionários e pacientes mais 24 casos de Covid-19 foram confirmados durante testes. Na Casa Emanuel 12 pessoas foram diagnosticadas com o vírus, das quais, 6 estavam internadas. Um dos idosos morreu nesta segunda-feira (13).
TESTAGEM
Há quem afirme erroneamente que os casos de Covid-19 aumentaram por conta da testagem em massa, mas o blog já mostrava mesmo antes desses testes, que em 16 de junho, apenas 1 mês após a flexibilização das atividades econômicas houve um acréscimo de mais de 220% nos casos confirmados da doença – de 9 para 29 casos. Evidente que na medida em mais casos são verificados, mais aumenta a probabilidade de internação.
Hoje, 2 meses depois da flexibilização, os números assustam, e até o Ministério Público pede o fechamento do comércio, em ação civil pública impetrada na sexta-feira, dia 10, enquanto o prefeito Caio Aoqui e o secretário de Saúde, Miguel Ângelo de Marchi anunciavam o surto na Casa Emanuel e a transferência da entidade para o antigo prédio do hospital Dom Bosco.
Com os números da doença aumentando numa proporção elevada, a expectativa é que Tupã registre em breve entre 300 a 500 casos de infectados e a única medida eficaz será dar um passo atrás para impedir o estrangulamento do sistema hospitalar que recebe pacientes também da microrregião.
FEIRANTES
Se vier ocorrer de fechar o comércio novamente e manter apenas serviços essenciais, os feirantes dizem ter a promessa de que as feiras livres serão mantidas, mas tudo isso vai depender dessa ação movida pelo promotor Mario Yamamura.
Ele pede a suspensão das atividades não essenciais, sob pena de multa diária de R$ 50 mil, sem prejuízo de apuração de eventual apuração de responsabilidade civil, administrativa e criminal. Se vingar a ação, em tese, o prefeito pode alegar ter feito tudo o que estava a seu alcance, mas terá que cumprir a determinação da Justiça.
A grande verdade, é que por falta de uma diretriz do governo federal, sobre o caminho que seria percorrido pelo vírus, o interior fechou cedo as atividades econômicas. Com Bolsonaro forçando manifestações, os prefeitos foram pressionados pelos setores econômicos e, permitiram a flexibilização exatamente quando deveriam manter o isolamento social.
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