Na ausência de agente principal, muitos mandam, gera conflito de interesses e brigas. Vereador e secretário de agricultura resolvem discórdia no braço na porta da Câmara.
O cenário político em Tupã vive um misto de desconfiança, rivalidade e desordem na ausência do seu principal agente: o prefeito. Desde que Manoel Gaspar (PMDB) “transferiu” para o vereador Antonio Alves de Sousa, Ribeirão (PP) a função de administrar o campo político municipal, causou ciúmes, intriga e desavença dentro e fora do Executivo e no Legislativo. O campo político tupãense parece área de “Sem Terra”. É um campo minado que entra em erupção a todo instante.
Secretários descontentes, vereadores que não se entendem nem mesmo dentro da base aliada e brigas que eclodem a todo instante. A última aconteceu na tarde desta quarta-feira (12). Teria começado na Secretaria da Agricultura e se estendeu até a porta da Câmara. Os protagonistas: um vereador da base aliada e o secretário de Agricultura. Isso caracteriza ausência de identidade do Governo, ingerência de terceiros e crise de personalidade. Onde ninguém manda todos se sentem no direito de gritar.
Dessa vez a gritaria foi entre o vereador Josias Gomes do Nascimento, “Mangolo” (DEM) e o
secretário de Agricultura, Alécio Morandi. Ele comanda a pasta que “pertence” aos parlamentares Valter Moreno Panhossi (DEM) e ao próprio Mangolo. Segundo informações, Mangolo estaria se sentindo preterido em seus pedidos ao ponto que existiria suposta preferência em atender os pleitos do líder do prefeito que é Valter Moreno.
A desconfiança teria sido a gota d’água para Mangolo e Morandi se atracarem em luta corporal na porta do Legislativo. A turma do deixa disso tentou intervir, mas sem sucesso, dada à fúria do vereador. Alécio teria saído em desabalada carreira com a ajuda de uma motocicleta. E o que isso tem a ver com o Executivo? Tudo.
Não é a primeira vez que isso acontece. Até o filho do prefeito – Antonio Gustavo Gaspar (PMDB) já se atritou com o vice-prefeito Thiago Santos (PT) que ameaçou abandonar o Governo. O presidente da Câmara, Ribeirão saiu no braço com o atual líder do prefeito, Valter Moreno. Comenta-se que o fato quase repetiu entre Ribeirão e Luis Carlos Sanches (PTB). Sanches negou que o carnaval teria sido pivô de qualquer discórdia. Aliás, o Carnaval foi um verdadeiro ringue de luta livre entre Ribeirão e Luis Alves de Sousa (PC do B).
Nessa defesa exarcebada do Executivo como se fosse o líder, Ribeirão puxou a orelha de todos os vereadores na sessão de segunda-feira. Demonstrou experiência é verdade, mas também deixou claro que vai entrar no octógno para defender investimento de R$ 2 milhões para implantar melhorias na Represa Sete de Setembro. Engraçado ninguém vê o mesmo empenho em defender algo onde não tem dinheiro. Onde não há dinheiro não há nada, nem defesa.
É esse intrometimento permitido pelo prefeito Manoel Gaspar que tem resultado num descontentamento generalizado de várias frentes da administração. A administração sofre de transtorno dissociativo de identidade. É como existisse um Governo numa confusão mental demonstrando características de duas ou mais personalidades ou identidades distintas, cada uma com sua maneira de perceber e interagir.
Nessa contenda e queda de braços ocultos já caíram secretários de Esportes e de Saúde. Outros foram trocados de lugar para não ser exonerados; há ameaça de desertar Secretarias e o líder do prefeito já começa perceber que não deverá ser mais seu porta voz. Talvez, a briga de hoje, onde envolve a Secretaria de Agricultura possa definitivamente colocar uma pá de cal nessa questão. Informações não oficiais também apontam para suposto desvio de finalidade das ações políticas da pasta da Agricultura. Esse vai ser mais um assunto para o “prefeito” tentar resolver.
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