Dez dos 15 vereadores estrearam na 17ª legislatura da Câmara de Tupã, mas a renovação de dois terços não melhorou o desempenho do Legislativo.
O fato foi admitido por um dos parlamentares debutantes – Antonio Carlos Meireles (PV), durante discurso na tribuna. “Esta é uma das piores Câmaras”. Meireles foi imediatamente repelido pelo seu xará, Antônio Alves de Sousa, o “Ribeirão” (PP).
– Pior legislatura pra você pode fazer sentido, considerando seu fraco trabalho na Câmara – retrucou o decano.
Para expressar esse sentimento de Meireles e da maioria dos eleitores tupãenses é preciso parafrasear o saudoso Ulysses Silveira Guimarães, que em 1987, acumulou a presidência da Câmara dos Deputados e a da Assembleia Nacional Constituinte, para elaboração da nova Constituição do Brasil.
Ao responder a uma pergunta feita pelo jornalista Luís Costa Pinto sobre a capacidade daquele Parlamento produzir mudanças significativas nos costumes políticos a fim de corrigir erros do governo.
— Está achando ruim essa composição do Congresso? Então espera a próxima: será pior. E pior, e pior… – respondeu o homem que empenhara a vida pela reconstrução democrática e pela devolução do Estado de Direito à sociedade brasileira.
INOVAÇÃO
É com o propósito de inovar e não apenas renovar conceito que o eleitor tupãense vai para as urnas no dia 4 de outubro. Às vésperas de mais um pleito, a alegação é a mesma de outras eleições.
A pergunta também segue sendo a mesma: quais destes edis de primeira viagem serão reeleitos?
Além dos “dinossauros” – Ribeirão, Amauri Sérgio Mortágua (PL), Augusto Fresneda Torres, “Ninha” (MDB), Valter Moreno Panhossi (DEM) e Telma Tulim (PSDB), todos os outros 10 vereadores iniciaram suas vidas públicas.
Alexandre Scombatti (PL), Meireles, Charles dos Passos Sanches (PSB), pastor Eliézer de Carvalho (PSDB), Eduardo Akira Edamitsu, “Shiguero” (PSD), Gilberto “Capitão” Neves Cruz (PV), cabo e pastor Osmídio Fonseca Castilho (PSB), Paulo Henrique Andrade (PPS), Renan Victor Pontelli (PSB) e Tiago Munhoz Matias (PRP).
HISTÓRIA
Apesar de novatos, e de um desempenho questionável pelos eleitores, os novatos atuaram em um dos momentos mais polêmicos da história política local. De forma inédita cassaram o mandato do prefeito José Ricardo Raymundo (PV), por 11 votos a 4.
Foram favoráveis ao impeachment, sete vereadores estreantes: Scombatti, Charles, Shiguero, Eliezer, Paulo Henrique, Renan e Tiago, e quatro antigos – Ribeirão, Amauri, Ninha e Telma.
Votaram contra a cassação – Meireles, Capitão Neves, pastor Castilho e Valter Moreno.
O 11º novato é Israel Velloso da Silva Neto, o “Tutu” (PSD). Assumiu a cadeira no lugar de “Shiguero”, nomeado secretário de Desenvolvimento Econômico e Comércio Exterior pelo prefeito em exercício Caio Aoqui.
Já Luís Alves de Souza (PC do B), foi empossado após o afastamento de Valter Moreno.