Denúncias de desvio de dinheiro atingem hospital de Bastos

Presidente da instituição Alexandre Granado diz que vai aguardar conclusão das investigações. Ouça texto

Um inquérito policial foi instaurado pelo delegado de Bastos (SP), Sandro Resina Simões, a pedido do promotor Thiago Gatti Fernandes.

A denúncia anônima foi feita no Cartório Central do Departamento de Polícia Deinter-4 Bauru, conforme informou o delegado Luiz Roberto Saúd Bertozzo, ao encaminhar a demanda ao Ministério Público de Bastos, observando que, o município é subordinado à Delegacia de Polícia Seccional de Tupã.

De acordo com a denúncia é de domínio público de que o hospital presta serviços pelo Sistema Único de Saúde (SUS), aceita alguns convênios e há também particular, conforme fica registrado no sistema após o pagamento e a geração de recibo e ou Nota Fiscal.

EXCLUSÃO DE RECIBOS

Exemplo: o paciente faz um exame de sangue (hemograma) – fica registrado no sistema (RM), os procedimentos realizados pelo paciente e o valor pago R$ 30,00.

De acordo com o denunciante que detalhou o esquema, no ato do pagamento o paciente assina dois recibos, um fica com ele e outro é encaminhado à responsável pelo setor financeiro do hospital.

Essa funcionária teria acesso ao sistema que lhe permite criar ou alterar valores dos recibos. Já o único funcionário que tem acesso à função “excluir” recibo é o administrador financeiro.

A denúncia aponta que os dois tem estreito entendimento e apesar de estarem em salas opostas, o administrador está sempre na sala da funcionária.

A maior demanda por exames se dá entre às 7h e às 10h e, às 11h, o administrador vai até o laboratório que está funcionando em outro endereço por causa de reforma, para buscar o caixa com a movimentação financeira.

O recurso apurado e os recibos são encaminhados para a funcionária do setor financeiro. Parte do dinheiro é usado para pagar algumas despesas da instituição.

“Das 7h às 8h30, o administrador financeiro fica excluindo recibos. Não quero me expor, por isso, não vou me identificar, mas já presenciei esse fato, visto que ele sequer tenta esconder”, revelou. Depois desse “serviço”, “o administrador vai à sala de sua subordinada e lá permanece entre às 9h e 10h, para em seguida voltar ao seu setor e por lá fica até por volta de 12h, quando sai para almoçar e o caixa retorna para o laboratório”, completou o anônimo (a).

INVESTIGAÇÃO 

A última movimentação de documento sobre a investigação da Polícia Civil a respeito da denúncia aconteceu em 24 de julho. O delegado Sandro Resina Simões aguarda diligências de agentes da Delegacia de Investigações Gerais (DIG).

As diligências iniciais foram no sentido de obter a qualificação dos acusados para apuração dos fatos denunciados, a identificação de testemunhas, bem como, o levantamento de outros dados considerados relevantes para a apuração.

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