DESVIO: Prefeitura de Bastos recebeu quase R$ 4 milhões para combate à Covid

Hospital recebeu repasse de R$ 2,7 milhões para bancar atendimento de alta e média complexidade. Suspeita mínima de desvio é de R$ 1,1 milhão.

No hospital respiradores obsoletos e ineficientes para Covid-19

R$ 1,1 milhão é o montante inicial sob suspeita de ter sido desviado dos cofres públicos de Bastos, através da empresa Arrabal Serviços Médicos LTDA, de Umuarama (PR).

Além da empresa, a ex-diretora de Saúde, Amanda Ramos Guilhen Calvo e seu cunhado Renato Alves Nunes são apontados pelo Ministério Público, como envolvidos diretos responsáveis na ação civil pública.

A ação cautelar de busca, apreensão, quebra de sigilo bancário, indisponibilidade de bens e afastamento das funções públicas foi iniciada em outubro de 2020.

Justiça tenta descobrir o valor real do suposto desvio. A diretora geral da Saúde, Amanda Berti é a principal suspeita

Segundo as informações, o município de Bastos havia recebido até aquela data, em torno de R$ 4 milhões para o enfrentamento de emergência da pandemia de coronavírus.

Não há informações se após o inicio das investigações, o município continuou recebendo verbas para essa finalidade.

O que se sabe, é que R$ 2,7 milhões foram repassados à Associação Beneficente (hospital), através do Fundo Municipal de Saúde (Prefeitura), por ordem de pagamento determinada pela Diretoria da Saúde.

Os recursos deveriam ser empregados no atendimento de alta e média complexidade, entre as quais, 5 unidades de terapia intensiva (UTI) Covid.

Acontece que os valores foram aumentando vertiginosamente, a partir de junho de 2020, mesmo sem o aumento de leitos de UTI ou com a contratação de profissionais para trabalhar nas unidades.

Entre maio e o início da operação policial, os gastos tiveram aumento de mais de 100%, atingindo somas exorbitantes, por meio de aditivos contratuais, saltando de pouco mais de R$ 300 mil para mais de R$ 700 mil.

Foi em maio de 2020 que o município de Bastos contratou a Arrabal do estado do Paraná, conforme nota fiscal do mês, no valor de apenas R$ 40 mil, para em setembro, os gastos já quase 20 vezes mais.

Há ainda a suspeita de que os serviços sequer tenham sido prestados e os respiradores adquiridos eram obsoletos e ineficientes para salvar a vida de vítimas da Covid-19.

O prefeito de Bastos, Manoel Rosa (MDB) segue calado sobre a investigação. Ele Não é investigado diretamente, mas para a Comissão Especial de Inquérito (CEI), da Câmara, há indícios de improbidade administrativa, considerando que a principal suspeita de engendrar o esquema, era de estrita confiança do executivo.

Todos os envolvidos foram procurados para se manifestar. O espaço segue à disposição dos supostos envolvidos.

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