O governo admite que o parlamentar é oposição, mas não atrapalha a administração. Em jogo está a presidência da Câmara. A intenção é eleger o pastor Eliézer de Carvalho (PSDB), mesmo contra a vontade de Telma Tulim.
Em meio a disputa da eleição presidencial e para governador, o prefeito José Ricardo Raymundo vira o centro das atenções da imprensa tupãense com a expectativa de efetivar uma minirreforma política em seu “staff”.
Mas, as pretensões não se restringem ao Executivo, como forma de consolidação de poder para uma futura reeleição. O grupo político visa também fazer a presidência da Câmara.
Enquanto uma vertente caminha na direção das pretensões do Executivo, outras especulações dão conta de um rumo diferente.
Se de um lado a aproximação do vice-prefeito Caio Aoqui (PSD), ao ex-prefeito Waldemir Gonçalves Lopes (PSDB), pode sugerir uma linha de raciocínio intrigante, de outro surge até um suposto apoio do vereador Antônio Alves de Sousa, o “Ribeirão” (PP) ao prefeito Ricardo.
Para isso se efetivar, o chefe do executivo deixaria de contar com os votos do PSB e fecharia um acordo envolvendo além de Ribeirão, Augusto Fresneda Torres, o “Ninha” (MDB) e Tiago Matias (PRP). O parlamentar já faz parte da base aliada, mas nos últimos dias, sob orientação de Ribeirão tem se rebelado.
CONTRAPARTIDA
Como contrapartida, Ribeirão pode indicar o mandatário para ocupar o cargo de secretário de Desenvolvimento Econômico e Comércio Exterior/Turismo. A pasta tem como titular Marcus Zenelato, que responderá também pelo Turismo.
As contas feitas por quem defende essa linha de pensamento aponta para os seguintes votos para eleger o pastor Eliézer, além do dele próprio: Telma Tulim (PSDB), Antônio Carlos Meireles (PV), Paulo Henrique Andrade (PPS), Ribeirão, Tiago, Ninha, Alexandre Scombatti (PR) e Eduardo Akira Edamitsu (PSD).
Destes nomes, Paulo Henrique Andrade permaneceria como 1º secretário e, o segundo, ficaria entre Ninha e Tiago.
Uma eventual chapa de oposição contaria com os votos de Renan Pontelli, o pastor Osmídio Fonseca Castilho, e Charles dos Passos, todos do PSB, Valter Moreno Panhossi (DEM) e Amauri Sérgio Mortágua (PR). Mas, por enquanto, tudo isso são suposições, entretanto com fundamentação.
O secretário de Governo, Moacir Monari admitiu que de fato o prefeito Ricardo Raymundo é naturalmente candidato do PV, mas observou que as mudanças que estão para ocorrer são consensuais.
“A nossa base aliada possui 10 vereadores e, ela tem condições de fazer a próxima mesa diretora da Câmara”, enfatizou. Dentro desse contexto, Monari inclui o PSB. Quanto a Ribeirão, ele o vê como opositor – “o Ribeirão é oposição, mas não atrapalha o governo como fazem alguns vereadores”, justificou.
Sem a concretização do raciocínio riberiano, que tenta provocar um racha na atual base aliada, Renan Pontelli tem amplas possibilidades de se tornar o próximo presidente da Câmara, mas há outros interesses em jogo.