Através da Secretária de Relações Institucionais, Talitha Fiorini Dalacosta o fato chegou aos bastidores políticos e os rumores tornaram-se públicos após reunião de família que teria decidido pela renúncia de Gaspar.
O prefeito de Tupã, Manoel Gaspar (PMDB), pode renunciar ao cargo de chefe do executivo tupãense a qualquer momento. Desde a semana retrasada os rumores de uma possível renúncia aumentaram a partir de comentários da secretária Talitha Fiorini Dalacosta – Relações Institucionais, madrinha das netas do prefeito. Talitha chegou a Tupã, através da filha de Gaspar, Maria Elisa que ocupou as Secretarias de Governo e de Administração.
Outros secretários tomaram conhecimento e também ficaram apreensivos com a possibilidade de Gaspar renunciar. Já no sábado (5), durante reunião na Unipetro, Gaspar teria confessado que não suportava o “peso da cruz” e a maioria dos familiares apoiou a decisão. Só não concordaram com a renúncia o filho Gustavo Gaspar (PMDB) e o irmão “Toninho Gaspar”.
Por volta das 18h30 horas desta terça-feira (8), dois líderes do prefeito foram vistos de cabeça baixa enfrente ao estabelecimento empresarial questionando a decisão. Antônio Alves de Sousa, Ribeirão (PP) e Rudynei Monteiro (SDD), eventuais órfãos de um governo fracassado choramingavam a suposta atitude de “jogar a toalha, fechar as cortinas e encerrar o melancólico espetáculo”.
Parece ironia do destino, ao lado o circo “Balão Mágico” preparava-se para iniciar o show. Malabaristas, contorcionistas e palhaços ávidos para entrarem no palco. Ao lado, no picadeiro político, a desilusão de eventuais líderes que “lutaram” em vão. Segundo as informações, a oficialização da renúncia pode acontecer nesta quarta-feira (9).
Em se confirmando esse contexto, Telma Tulim (PSDB) autora do golpe de misericórdia deve pensar: “ainda bem que votei contra a venda da área rural”. Votou temendo a revolta do público presente na sessão de segunda-feira (7). Antes desta suposta decisão, o blog já havia antecipado que Manoel Gaspar tinha consultado a assessoria sobre uma possível renúncia. O prefeito desmentiu e disse que tudo não passou de um mal entendido.
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A última “tacada” de Gaspar pode ter sido tentada pelo filho dele, – presidente do PMDB, Gustavo Gaspar. Acusado de fazer saque na “boca do caixa”, durante o Tupã Folia 2014, vinha reunindo-se com “formadores de opinião” constantemente e apresentando argumentos numa tentativa de reverter o grave quadro de rejeição. Mas a tentativa também foi em vão.
A ideia de solicitar a maçonaria à elaboração da proposta de pedir a redução do número de vereadores, de salários dos legisladores e de extinção do quadro de assessores da Câmara partiu de Gustavo. O objetivo seria criar um factoide para perturbar a oposição que comanda o Legislativo, presidido por Valter Moreno Panhossi (DEM).
PANHOSSI NO PAÇO
O presidente da Câmara de Tupã Valter Moreno pode até assumir a chefia do executivo em caso de renúncia de Gaspar. É que na noite desta terça-feira, quando efetivamente Gaspar teria confirmado que deixaria o poder, também surgiram informações que o vice-prefeito, Thiago Santos (PSB) iria recusar a missão, assim como o fez o vice-prefeito de Borborema, na microrregião de Araraquara.
Nessa situação, o presidente da Câmara exerceria essa função de comandar a administração até as eleições de 2016. Essa possibilidade é a que mais causa perplexidade em Ribeirão.
Apontado como o responsável direto pelo fracasso do terceiro mandato de Gaspar, o que mais o preocupa é ver o seu principal rival chegando ao poder máximo, enquanto ele navega por águas turvas, após a derrota que sofreu nas eleições do Legislativo.
Essa possível reviravolta nos destinos políticos de Tupã, transformaria o 1º secretário da Mesa Diretora, Caio Kanji Pardo Aoqui (PSDB), no novo presidente do Legislativo. Como se nota, os bastidores e o fronte político tupãenses podem acordar nesta quarta-feira (9) com o gosto amargo de renúncia histórica do município.