Segundo a Polícia a cabeleireira havia “contratado” mais de 20 pessoas e prometia emprego na prefeitura, sem precisar trabalhar. Era só receber. Nem precisava de concurso. E, se houvesse necessidade, passaria em primeiro lugar, assim como as secretárias…
Esbravejando, Waldemir Gonçalves Lopes (PSDB) disse aos advogados de Tupã, “aqui não é a casa da Mãe Joana não. Tá bagunçado, mais tem gerente”, parafraseando uma música de cunho sertanejo.
Foi exatamente quando saia do prédio da Câmara de Tupã que o prefeito foi abordado por uma dessas “contratadas” que lhe cobrava o salário do mês. Estupefato, Waldemir ficou sabendo da história e chamou a Polícia. “Se eu souber que tem funcionário da prefeitura envolvido nisso, vai para a cadeia”. Então pode se prender.
Enquanto isso, no prédio da Câmara continuava na sua sala o vereador e motorista “Valdir Bagaço”, ganhando sem trabalhar, como motorista do prefeito. Olha que Waldemir era mais benevolente que a cabeleireira. Valdir recebia horas extras aos sábados, domingos, feriados e até em férias.
Já a cabeleireira flagrada pela Polícia exigia pagamento em troca do suposto emprego na Prefeitura. Waldemir só exigia o voto do parlamentar/motorista. Votou comigo, é meu motorista, meu vereador e tem direito até às horas extras sem trabalhar. Que beleza.
A cabeleireira ficou em desvantagem. Como concorrer com o chefe do Executivo tupãense que tem poder de aprovar as secretárias em primeiro lugar? Só o vereador Antonio Alves de Souza, “Ribeirão” (PP) consegue essa façanha. A cabeleireira coitada foi detida e responde a processo. Já o prefeito, gozou na comissão de Sindicância e de Processo Administrativo.
A única verdade confessada foi que Valdir Bagaço era fantasma. Tão fantasma quanto os empregos da cabeleireira. Só iria ganhar. A diferença é que os contratados de Waldemir enchem o bolso e da outra parte nada. Pagaram para “trabalhar”, num emprego fantasma.
Já o prefeito, contemplava seu parceiro do balcão de trocas com salários, horas extras, e o próprio funcionário marcava sua freqüência. Comprovantes de que Valdir Bagaço trabalhava? Waldemir responde à Comissão da Câmara, tudo era feito verbalmente. Prende a cabeleireira. “Prende também o cachorro”, diria ex-vereador Nenê Manzano, ao mencionar a senha que o elegeria presidente da Câmara.
Tipo assim: Valdir Bagaço era um fantasma oficial. Waldemir oficializou o serviço fantasma na Prefeitura de Tupã. Então a cabeleireira era oficial. Tinha até crachá. Valdir Bagaço era motorista dela. Pronto, desvendado o mistério. O promotor José Luiz Lopes Valverde nem precisa ter trabalho.
O vereador e motorista concursado pela Câmara e emprestado à Prefeitura, passou pela agência de emprego da cabeleireira. Está desvendado o mistério. Mas o prefeito está macumunado com ela? Quem sabe. Quem manda na casa da Mãe Joana? Waldemir Gonçalves Lopes.
O prefeito se referiu à casa da “dona Joana” atacando advogados que impetram ação contra o município, exigindo remédios de alto custo. A OAB de Tupã se calou, quando o dono da “pensão” falou.
A OAB que se mete em tudo, fingiu que não foi com ela. Waldemir é um amigo “D’Urso” mesmo e também do gasparzinho. Um fantasma trapalhão. Coitada da cabeleireira. Prende o cachorro.