Não admitiu mea-culpa – falha pessoal e política de seu governo.
Em meio a discursos cheios de euforias, típicos de um Tempo Novo, afinal já estamos em 2017, o ex-prefeito Manoel Gaspar (PMDB) resolveu fazer uma retrospectiva sem admitir falhas pessoais, envolvimento familiar e de péssimos aliados políticos que influenciaram negativamente o seu terceiro mandato e como de costume chorou até o último instante.
Ao invés de valorizar o legado de eventuais conquistas – destacou a crise institucional em que seu principal aliado Antônio Alves de Sousa, “Ribeirão” (PP) o meteu. Foi atribuída ao próprio parlamentar a pejorativa frase: “Meti o Gaspar nesta merda e agora preciso tirá-lo”. Pois é.
Gaspar deixou o governo e Ribeirão foi retirado da vida pública pelo eleitor tupãense após 24 anos e seis mandatos de vereador.
É verdade que houve e ainda há crise econômica e institucional no país e que muitas prefeituras estão falidas. Mas apenas olhar para o péssimo e não enxergar o bom, é no mínimo incoerente. Afinal, enquanto “uns choram outros vendem lenços”. Há prefeituras que apesar da crise – proporcionaram desenvolvimento e qualidade de vida às suas populações.
Já em Tupã, a autoestima da população ficou prejudicada com tanta lamúria e reclamação. Além disso, subestimou-se a inteligência do cidadão ao implementar uma política arcaica e arreigada em costume patrimonialista (implantado pelo Estado colonial português), onde o público e o privado não se distingue perante as autoridades.
Gaspar e alguns de seus aliados repetiram neste terceiro mandato, os mesmos moldes condenados na administração de seu sucessor Waldemir Gonçalves Lopes (PSDB). Aliás, essa outra frase também atribuída a Ribeirão, ainda às vésperas das eleições de 2012 – expressava mesmo esse sentimento – “O Gaspar está mudado”. Um lobista confidenciou a frase ao blog. Leia também: “Mais” mudado: Gaspar continua pautado pela administração Waldemir
Tudo isso poderia ter se resumido com a renúncia. Mas para renunciar ao poder, também é preciso coragem.