Já as promessas da Cooper Brasil é de que irá cumprir o edital de licitação. No papel o transporte coletivo de Tupã será um exemplo de dignidade para os usuários com ônibus regulares na cidade e distritos. Assim, será possível resgatar a clientela abandonada pela Guerino Seiscento.
Ao longo de décadas, a empresa Guerino Seiscento agiu sempre da mesma forma com o transporte coletivo tupãense e fez “falir” com o interesse dos usuários pelo transporte coletivo oferecido por ela. Como dona da concessão que, somados os tempos de ECCT – Empresa Circular Cidade de Tupã aos dias de hoje, atuou no município sustentando um monopólio de 35 anos.
A empresa entrou em pleno século XXI atuando como no século passado. Naquela época não existia tanta facilidade para o cidadão adquirir uma moto ou carro; não existia mototaxi. Não existia sequer carteirinha para o idoso. Pois bem, a empresa nunca demonstrou interesse em agradar o usuário. Aliás, muito ao contrário.
Os pontos de ônibus sempre foram um pedaço de pau. O usuário aguardava nestes locais sob sol e chuva. A empresa nunca teve preocupação de informar seus clientes sobre o itinerário que fazia. É comum verificar dezenas de pessoas esperando por mais de uma hora por um coletivo.
O desrespeito da empresa ia além do massacre ao usuário. Descumpria fiscalização do único parlamentar que batia de frente: Valdemar Manzano Moreno. Descumpria eventuais exigências de contrato e, por conseqüência, desrespeitava e afrontava ordens do Executivo e até do Judiciário. Nenhum dos poderes era respeitado.
Portanto, por tudo isso, o usuário ao longo dos anos sempre teve como referência a indiferença da empresa e a omissão das autoridades. Sem referência de bons serviços, somente aposentados passaram a se utilizar dos serviços da “Circular”.
GASPAR X GUERINO
Todos sabem que o atual prefeito Manoel Gaspar é cunhado do diretor da empresa Guerino Seiscento. João Seiscento é casado com a irmã de Gaspar e essa queda de braço vem desde o primeiro mandato. “Eu sempre quis fazer algo diferente no transporte coletivo de Tupã e nunca deu certo, mas agora chegou a hora”, observou o chefe do Executivo durante entrevista à imprensa.
Nos seus primeiros mandatos, Manoel Gaspar adquiriu cerca de 20 ônibus e retirou da empresa Guerino Seiscento o transporte escolar que só voltou a ser terceirizado e realizado pela mesma concessionária no Governo de Waldemir Gonçalves Lopes (PSDB). “Eu vou fazer o Guerino melhorar o serviço para os distritos, porque o Guerino é meu amigo”, garganteava o ex-prefeito.
Nunca a empresa cumpriu com qualquer acordo verbal. Muito ao contrário, descumpria contrato assinado. Os usuários do distrito de Varpa reclamavam que para vir à sede do município, saia pela manhã e só retornava no final do dia. Nunca a concessionária colocou um ônibus exclusivo para atender Varpa. A alegação era sempre a mesma: não existiria demanda.
A verdade é que a demanda quem faz é a própria empresa. Se existem respeito e regularidade no serviço, porque pagar mais caro pelo serviço de mototaxi se o de uma empresa de ônibus significa mais segurança e conforto? Finalmente, após “falir” com o interesse do cidadão pelo serviço público, o ex-prefeito Waldemir se rendeu aos caprichos da empresa e permitiu que o transporte coletivo fosse feito com micro-ônibus.
Com micro-ônibus, o interesse do usuário se tornou ainda mais micro e o domínio da Guerino Seiscento também ruiu. Era um circulo vicioso. “O serviço era ruim porque não havia demanda ou não havia demanda porque o serviço sempre foi ruim”, parafraseando o comercial dos biscoitos tostines.
ECCT
A Lei nº 2.215, de 18 de maio de 1977, de autoria do Governo do Prefeito Carlos Messas, disciplinou a realização de concorrência para a exploração de serviços de transporte coletivo urbano no Município de Tupã, pelo prazo de 25 anos.
O serviço seria prestado mediante a cobrança de tarifas justas que permitiriam a remuneração do capital efetivamente empregado, reajustadas sempre que ocorresse o aumento dos custos operacionais, devidamente comprovados pela empresa concessionária.
As linhas somente seriam operadas quando houvesse viabilidade econômica em sua exploração, com pelo menos a frequência média de passageiros igual a 70% da capacidade de transporte do coletivo utilizado.
Foi à época que um grupo de empresários de Bauru, apresentou a proposta vencedora e constituiu a Empresa Circular Cidade de Tupã Limitada (ECCT), sendo designado gerente por longos anos, o José Augusto Fiordoliva.
Posteriormente, a ECCT foi incorporada à empresa Guerino Seiscento Transportes Limitada que hoje executa os serviços de transporte coletivo urbano em Tupã. “Fragmentos’ da História de Tupã”, 17.05.2012].
PROPOSTA ATUAL
A empresa Cooper Brasil de Guarulhos anunciou que o transporte público terá 15 veículos circulando pela cidade. Prometeu ônibus passando de 20 em 20 minutos, inclusive trabalhando no período noturno. A Cooper Brasil informou que todos os ônibus serão adaptados para atender pessoas portadoras de deficiência física, auditiva e visual e como determina a lei, o transporte gratuito para pessoas acima de 65 anos.
De acordo com o secretário de Administração, Dorival Jerônimo Coquemala, haverá a implantação do Bilhete Único. Pelo sistema, de hora em hora, o passageiro poderá utilizar quantos ônibus precisar, pagando uma só passagem.
A frota a ser utilizada terá idade máxima de 10 anos. Os ônibus ou micro-ônibus deverão ser dotados de catraca e de validadores eletrônicos para leitura de cartões magnéticos. A manutenção dos “abrigos” nos pontos ficará a cargo da empresa que poderá utilizá-los para exploração de publicidade. Estudantes do ensino médio, fundamental e universitário terão desconto de 50% da tarifa. A empresa disse que criará sete (7) linhas regulares e duas especiais. Inclusive com linhas atendendo os distritos de Parnaso, Universo e Varpa. A fiscalização dos cumprimentos das normas será de responsabilidade da Secretaria Municipal de Trânsito e Segurança.
