Para quem não está atrás do sorriso e nem do aplauso fácil, e acredita que será julgado pela história, o deputado federal Evandro Gussi (PV) não terá o que temer quando voltar a correr em busca de votos em 2018.
A tese defendida por Gussi para votar “Sim” ao relatório na Comissão Especial da Reforma Previdenciária justifica-se ao considerar que em 2014, ele foi eleito com 109.591 votos, distribuídos em mais de 500, dos 645 municípios do Estado de São Paulo. Destes, apenas 6.853 votos foram conquistados em Tupã.
Considerar que o prudentino, radicado em Tupã, Evandro Herrera Bertone Gussi, não tem razão para advogar em causa própria é subestimá-lo. Ainda assim, é possível compará-lo guardadas as devidas proporções, ao não menos empáfio, Carlos Eduardo Abarca e Messas, o “Carlão” (PTB).
Eleito deputado estadual em 1994, com 28.177 votos, tornou-se a esperança de conquistas para a microrregião, após anos de disputa política com Jesus Guimarães pela prefeitura de Tupã. O seu insucesso foi atribuído em partes ao fato de que precisava do consentimento do prefeito para viabilizar verbas para o município.
Naquela época Jesus Guimarães (PMDB) comandava o executivo, e tinha como principais aliados os deputados – dois-correguense Antônio Tidei de Lima e o quataense Vergílio Dalla Pria Neto, federal e estadual respectivamente. Em tese, Guimarães não iria permitir que seu desafeto – Carlão se sobressaísse politicamente com sua anuência.
Já Gussi, não tem este mesmo problema. Não tem concorrentes. O município é administrado por José Ricardo Raymundo, também do (PV), e clama por recursos e ações que destravem o desenvolvimento de Tupã. Longe disso, nenhuma verba federal chegou aos cofres da prefeitura.
O parlamentar sequer promoveu qualquer trabalho conjunto com o seu padrinho político e deputado estadual Reinaldo Alguz (PV) para beneficiar Tupã ou a microrregião. Logo, a frase de efeito de Gussi de que, “não é atrás do sorriso e do aplauso fácil que nós vamos correr. O julgamento da política não é necessariamente o da eleição, mas o da história, por isso votamos sim”, ao relatório da reforma da previdência, evidencia mais uma demagogia barata.
O interesse pelo projeto de poder e dos próprios benefícios deixam os nobres deputados federais e estaduais longe da realidade dos eleitores. Assim, Gussi, tal como Carlão deverá ser lembrado pela inoperância. Apesar do espaço-temporal, entre as legislaturas de um e de outro, não há nenhuma diferença. Enquanto o ex-parlamentar repassou a “gordura” aos herdeiros, o atual a acumula em seu próprio fígado.
Foi com esta expressão “gordura” que o próprio Gussi garganteai que Alguz o convenceu a entrar para a política, como uma reserva moral e de conhecimento irrefutáveis. Que todo eleitor desperte para a consciência do saber nas próximas eleições, quando os nobres parlamentares saberão como correr atrás do sorriso, aplauso e do seu voto.
AUSÊNCIA DE AÇÃO
São muitas as atividades de um parlamentar nas mesmas condições em que se encontra Evandro Gussi, e vão além de simples falácias e discursos para arrancar aplausos dos incautos que se submetem às crenças consideradas indesejáveis ou em conflito com as crenças e conhecimentos de outras pessoas.
Gussi, desconhece o quão poderia ser importante “queimar” sua gordura para contribuir de forma efetiva para o desenvolvimento da região ao lado de seu criador Reinaldo Alguz. Aqui algumas sugestões de ações que poderiam permear sua trajetória política em favor de Tupã, por exemplo:
Assim como viabilizou verba para a Santa Casa de Marília poderia reivindicar junto ao governo federal mais recursos para aliviar o “bolso” da municipalidade com as despesas com a UPA – Unidade de Pronto Atendimento que serve a microrregião, da mesma forma que tupãenses buscam atendimento em Marília.
Poderia usar de sua influência de conhecimento para intervir na manutenção do plano de saúde da Santa Casa de Tupã, e com sua assessoria técnica, auxiliar o hospital para viabilizar a famigerada emenda de R$ 2 milhões que prometeu.
Poderia intervir para engrossar a ação que tenta trazer para Tupã o curso de medicina pleiteado por duas entidades de ensino superior – FACCAT e FADA/FAP. Poderia nestes quase três anos de seu mandato, ao invés de apenas aproximar-se do palácio do poder, usar de meios para tornar o Instituto Federal de Tupã em Campus Pleno.
Poderia ser decisivo com solução técnica para a administração de sua criatura “destravar” contratos e a liberação de mais verbas para as obras de macrodrenagem, iniciada em 2010 e sem solução após 7 anos. Tupã seguirá sofrendo com enchentes, inundação e alagamentos.
Em parceria com seu criador, Gussi poderia ser atuante para socorrer Ricardo Raymundo na viabilização de recursos do DADE – Departamento de Apoio ao Desenvolvimento de Estância. O que se vê, são terceiros intervindo a favor de Tupã, na ausência de ação daqueles que –, a saber se locupletaram na farta gordura da mesa do poder.
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