A dívida em torno de R$ 20 milhões inviabiliza um futuro gerenciamento da unidade. Com a possível decisão, Tupã vai começar 2018, com apenas um hospital.
Uma reunião envolvendo os membros da Irmandade deve definir nas próximas horas de que o hospital São Francisco de Assis dificilmente será administrado pela Santa Casa.
A gigantesca dívida deverá acarretar em sérios problemas difíceis de serem contornados. Ações trabalhistas e movidas por fornecedores podem resultar em penhoras judiciais – um transtorno incomensurável para os futuros administradores.
Além disso, caso a Santa Casa venha assumir o São Francisco já a partir do início do próximo ano, terá que arcar com aluguel do prédio, que pertence à Cooperativa Unimed. Qual o valor de aluguel de um prédio naquelas dimensões?
Outro problema difícil de ser avaliado é a questão do repasse dos recursos oriundos do Ministério da Saúde. Segundo foi divulgado, somente através de uma possível manobra – redirecionando o recurso para o Estado é que eventualmente chegaria à Santa Casa para custear as despesas com o SUS – Sistema Único de Saúde. Isso só após o início das atividades já sob nova direção.
As suspeitas de fraude em atendimentos pelo SUS e sob investigação federal, e a advertência da DRS IX – Diretoria Regional de Saúde em Marília, de que a unidade seria descredenciada também por descumprir regulamentação pode ser outro indício que levou a direção do São Francisco a “pular do barco”. O próprio rombo financeiro é o empecilho maior.
A direção do hospital São Francisco esquiva-se. A irmandade não deve enfrentar a situação. O município tem dificuldades na rede básica de saúde – o UPA – Unidade de Pronto Atendimento é um presente de grego para os municípios. O Estado se exime e a União se omite. Resta ao pobre sobreviver e não adoecer. Quem viver, verá.
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