Além de Edson Gomes, irmão do ex-deputado federal Vadão Gomes, tiveram a prisão decretada o diretor de Cultura e um empresário por fraudar licitações de eventos e shows de Michel Teló e Paula Fernandes.
A Justiça de Ilha Solteira determinou a prisão do ex-prefeito do município Edson Gomes (PP). Ele, que foi o mais votado na eleição em outubro para voltar ao cargo, teve a votação cancelada por ser considerado inelegível. Gomes é acusado fraudar em licitação. Segundo denúncia oferecida pelo Ministério Público, contratações de empresas que intermediaram shows de artistas como Paula Fernandes e Michel Teló para a Prefeitura são irregulares. Em 2011, empresa de Usley Vieira recebeu R$ 178 mil para intermediar shows sem ter contrato de exclusividade com os artistas, o que é irregular, aponta o Ministério Público.
Já contratação da banda Alma, em 2010, teve participação de Nilson Miranda Nantes, diretor de Cultura de Ilha Solteira na época, pelo valor de R$ 6 mil. Segundo a denúncia, Nantes e Vieira teriam “agido em conluio para o superfaturamento dos preços contratados”. Vieira e Nantes foram presos na manhã desta terça-feira, em Ilha Solteira. A Justiça recebeu a denúncia em abril. De acordo com dados do Ministério Público, os acusados teriam agido para atrapalhar andamento das investigações. Por isso foi pedida, acatada, a prisão. Edson Gomes não foi localizado pela polícia. A defesa do ex-prefeito afirma que ele estaria viajando. Já defensores dos dois homens presos afirmam que irão recorrer da decisão.
Fonte: diariodaregiao.com.br
Secretário de Cultura e empresário são presos em Ilha Solteira por fraudar licitações de eventos
Ainda de acordo com a denúncia apurada pelo MPE, entre outubro de 2010 a agosto de 2011, a Prefeitura de Ilha Solteira, sob comando de Gomes, firmou 22 contratos com a empresa de Severo, sendo 20 com dispensa de licitação e dois por meio de convite. No período, o município repassou à firma cerca de R$ 463 mil. Para efeitos de comparação, a Promotoria de Justiça de Ilha Solteira destacou que a mesma empresa, em um ano, prestou serviços a outras prefeituras de pequenos municípios, totalizando um valor de pouco mais de R$ 22 mil. Poucos meses após o fim da gestão de Edson Gomes, foi solicitado o fechamento da empresa, o que foi negado devido à existência de irregularidades, reforçando o caráter da Uesley Janio como empresa intermediária de contratações ilegais.
Na investigação, a Promotoria de Justiça apontou ainda que Nilson Nantes usava o cargo de diretor de Cultura para solicitar o bem ou serviço a ser contratado pelo município e para, após a cooptação da empresa intermediária, organizar verdadeiramente o evento, contratando, ele próprio, os verdadeiros prestadores de serviços. Severo, por sua vez, emprestava seu nome e o de sua empresa, atuando como contratado de “fachada” para possibilitar contratações por valor superior ao do mercado, conferindo o necessário ar de legalidade às contratações.
Para o Ministério Público, Isac Silva, na condição de diretor de Compras, agia no esquema forjando certidões de pesquisa de preços e orçamentos. O ex-prefeito Edson Gomes foi indicado pelo MPSP como o responsável por autorizar as solicitações de bens e serviços feitas por Nantes, firmar contratos com a empresa de Severo e autorizar pagamentos antecipados, além de orientar e dirigir as ações dos demais envolvidos nas condutas ilegais.
Uma das atividades ilícitas do grupo foi realizada na contratação de shows para a edição de 2010 da Feira Agro Pecuária, Industrial e Comercial de Ilha Solteira (Fapic). Na ocasião, a empresa Uesley Janio foi utilizada como intermediária para possibilitar e justificar contratações de artistas e serviços a preços maiores do que aqueles praticados no mercado.
Ainda na denúncia, o Ministério Público de São Paulo ressaltou que o núcleo formado por Gomes, Nantes e Severo não se desmantelou após o término da gestão do ex-prefeito. Eles continuaram agindo criminosamente com a falsificação de documentos que tinham o objetivo de contestar as acusações relativas à ilegalidade da contratação para os shows da Fapic 2010.
Os demais denunciados são Anderson William Varanda, Marcos Antônio da Rocha, José André Matias da Cunha e Marcos Antônio da Silva Oliveira. Eles participaram da fraude ao emitir declarações falsas sobre serviços que não foram efetivamente prestados ao poder público municipal.
Edson Gomes, Uesley Janio Vieira Severo e Nilson Nantes foram denunciados por associação criminosa, falsidade ideológica e uso de documento falso. Isac Silva responderá por associação criminosa e falsidade ideológica. Já com relação aos outros quatro denunciados, a denúncia é por falsidade ideológica.
Fonte: sigamais.com
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