MPF apura possível destinação irregular de recursos a rádios ligadas a Camarinha

por Assessoria Matra

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O MPF (Ministério Público Federal) apura possível destinação irregular de recursos da Câmara dos Deputados para rádios que estariam ligadas ao deputado Abelardo Camarinha (PSB).

Ainda quando era deputado federal, de 2011 a 2015, Camarinha teria feito pagamentos através de Ceaps (Cotas do Exercício da Atividade Parlamentar)às rádios Diário FM, Dirceu AM, Estúdio CEM de Oriente (retransmissora da Jovem Pan FM), Rádio Central de Pompeia (retransmissora da Jovem Pan AM) e Rádio Clube de Vera Cruz (950 AM).

Inquérito civil público investiga se houve a prática de peculato – crime que consiste na subtração ou desvio, por abuso de confiança, de dinheiro público ou de coisa móvel apreciável, para proveito próprio ou alheio, por funcionário público que os administra ou guarda.

Em um dos depoimentos, um dos donos de emissora de rádio teria dito que Camarinha é sócio da empresa de comunicação. O detalhe é que o político, que hoje cumpre mandato de deputado estadual não poderia ter destinado dinheiro público para benefício próprio ou de empresa controlada pelo grupo político dele.

Também existe a suspeita de que Camarinha seja dono da CMN (Central Marília Notícias), que comanda as rádios Diário FM e Dirceu AM, além de se evidenciar também a ligação do grupo político do deputado com a Rádio Central de Pompeia e Estúdio CEM de Oriente.

No caso da CMN, depoimento de um dos sócios também teria comprometido Camarinha. Um dos proprietários da empresa, Marcel Certain teria dito em depoimento que é “laranja” do grupo político do deputado e que não respondia pelo Jornal Diário e pelas rádios Diário FM e Dirceu AM.

O Jornal da Manhã teve acesso aos documentos e constatou que somente uma emissora faturou mais de R$ 400 mil, com diversas notas fiscais pagas com valores diversos (R$ 15 mil, R$ 17 mil, R$ 22 mil, R$ 25 mil, R$ 30 mil, etc).

Apesar do processo ter o comando do procurador da República Anselmo Henrique Cordeiro Lopes, do Núcleo de Combate à Corrupção do MPF, em Brasília, a maioria dos depoimentos dos proprietários dos veículos de comunicação está sendo colhida pelo procurador da República em Marília, Célio Vieira da Silva.

O deputado Camarinha, através de carta precatória, alegou ter domicílio em São Paulo e deverá ser ouvido em unidade do Ministério Público Federal na capital paulista.

A denúncia foi oferecida por Luiz Antônio Albertoni, o Tonhão e o inquérito civil público aberto em 29 de setembro de 2014. As investigações estão em fase de oitivas.

Caso seja denunciado e posteriormente condenado, Camarinha pode pegar de dois a 12 anos de prisão por peculato.

Fonte: Jornal da Manhã

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