Sem liderança, o país hoje é governado por áudio e a rebeldia aumenta até contra o próprio Bolsonaro. Em áudio foi chamado de frouxo.
A proclamação da “Nova Independência”, a partir dos protestos de 7 de setembro, revelou após 199 anos que Dom Pedro I declarou a independência do Brasil em relação a Portugal, que o país regrediu nas suas relações exteriores, entre os poderes da República e de respeito aos seus cidadãos.
Entre a “Velha Independência” e a “Nova Independência” surgiu um “Brasil tribal”, assim como no Afeganistão – país montanhoso, localizado no centro da Ásia e uma população de cerca de 5 milhões de habitantes.
O país Afegão é palco de conflitos étnicos, disputas religiosas e divisões tribais que para muitos têm mantido grande parte da população em uma realidade descrita como medieval.
Então, a Pátria Amada hoje redescobriu a importância de manter uma rede tribal de rebeldes espalhados pelo território. A voz de comando é o áudio.
Não à toa, o presidente Jair Bolsonaro mandou um áudio determinando aos seus aliados que desbloqueiem as rodovias porque o caos, estimulado por ele, provoca desabastecimento, atrapalha a economia e gera mais inflação.
Era esse o discurso que deveria ter feito, no dia da proclamação da “Nova Independência”, na terça-feira, dia 7.
Acontece que o presidente perdeu também o controle sobre os grupos rebeldes fomentados por ele. Então, todos mandam áudio: “Zé Trovão”, determinou por áudio ontem (8), divulgado pelo “Pingos nos Ís” da Jovem Pan, que a partir das 6 horas da manhã desta quinta-feira, os bloqueios deveriam ser intensificados.
Sérgio Reis toca o berrante em áudio e determina a tribo do agro para invadir o STF. A “Sem Terra” da “Nova Independência” Sara Winter manda áudio acampada na Praça dos Três Poderes, com pistola em mãos – determinando ação contra a democracia.
Enquanto isso, o “pistoleiro” Roberto Jefferson, se fantasia de “Rambo Patriota” e ameaça executar os “magistrados”. Assim, o Brasil virou terra de ninguém. O Afeganistão é aqui. Só falta acontecer atentados.
Já foi classificado como atentado o assalto à cidade de Araçatuba. Com fuzis nas mãos e bombas minando o terreno, soldados do estado foram rendidos e a população sem feijão usada como escudo sobre capôs de veículos de luxo e blindados. Três mortes no atentado.
O Estado de direito é regido ao respeito às normas e aos direitos fundamentais do convívio social. O Estado Paralelo surge exatamente da ascensão de um poder alimentado pela desumanização e negligência.