Mito não é uma realidade, é apenas uma narrativa de caráter simbólico.
A frase acima é do ideólogo Olavo de Carvalho (In Memoriam), e guru do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL).
Foi com esta frase que respondi a fanáticos bolsonaristas, quando questionavam sobre determinada análise a respeito do governo que findou.
No entendimento de alguns, acostumados a receber fake news pelo aplicativo, as críticas eram improcedentes e uma perseguição ao presidente.
É comum numa polarização política, assim como num clássico do futebol existir divisão de ideias e ideais, por isso, é natural compreender que uma minoria insista em narrativas que aprenderam a dizer, contrariando ao “mito” que demoniza as minorias.
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Não acreditar que viu um homem durante toda sua vida pública pouco contribuir para o país e, quando teve a oportunidade, foi outra vez oportunista e deixou como legado o desprezo pela dor de seu semelhante. Nenhum sentimento de culpa pelo que faz e um semblante carregado de rancor e ódio.
Para chegar à presidência, Bolsonaro importou um discurso nacionalista da extrema-direita expressado pelo também ex-presidente dos Estados Unidos, Donald John Trump (Republicano) e de Stephen Kevin “Steve” Bannon, um assessor político estadunidense que serviu como assistente do presidente e estrategista-chefe da Casa Branca no governo Trump.
Bannon especialista em fake News também participou de várias reuniões com o clã Bolsonaro para aplicar no Brasil os métodos usados nas eleições americanas. Deu certo.
O discurso antissistema do qual sempre viveu, às custas do dinheiro do povo, como tantos outros é verdade, e pelo qual pretendia se perpetuar no poder, através de um autogolpe, foi o carro-chefe de uma campanha, onde muitos de seus eleitores o conheceram pelo aplicativo, quando já o chamavam de mito.
Seu governo se caracterizou por forte presença de ministros de formação militar, por políticas antiambientais, anti-indigenistas e pró-armas. Foi também responsável por um amplo desmonte das políticas culturais, da ciência e da educação, além de promover repetidos ataques às instituições democráticas e fazer maciça divulgação de notícias falsas ou enganosas.
Foi dessa forma que ao longo de seu mandato jogou a opinião pública contra governadores e prefeitos dos quase 5.568 municípios, residências de todo cidadão. Era preciso invocar o pseudo patriotismo, mesmo em detrimento da cidadania.
Por um período a lógica foi invertida: toda a riqueza do país vinha de Brasília. Era como se ninguém morasse e não produzisse mais nada nas cidades. A promessa de menos Brasília e mais Brasil era outra inverdade.
Bolsonaro corrompeu seus seguidores e os fez entender de que ele era o “provedor”. Para isso era preciso desconstruir as ações de governadores e prefeitos.
Foi com esse sentimento de “empoderamento” que ele petrificou na cabeça de seus mais fiéis séquitos, a “profecia” de suas doutrinas cheias de teorias da conspiração internas e externas e que motivam atos nas portas de quartéis.
Acreditam que haverá intervenção militar. Acreditam em intervenção federal. É possível que no apagar das luzes do governo, ainda acreditaram que Bolsonaro foi pedir ajuda a Trump e, o vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) faria um pronunciamento de ruptura institucional e intervenção militar com Bolsonaro.
É assustador na era da revolução da comunicação, acreditar que informações falsas que difundem crenças inescrupulosas, que levam pessoas a praticar atentados contra a integridade física e vida dos outros, e até ao suicídio coletivo. As seitas têm esse poder.
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ATENTADOS
Quando Bolsonaro teve a primeira oportunidade de seguir carreira no Exército, atentou contra as Forças Armadas. Foi preso, e saiu pelas portas dos fundos por defender interesses pessoais e de apenas alguns dos seus.
Assim como Hugo Chaves, Bolsonaro foi um militar de baixa patente e se enveredou na política primeiro como vereador e depois por sete mandatos de deputado federal.
A enciclopédia Wikipédia informa que durante seu mandato de 27 anos como congressista, ficou conhecido por diversas polêmicas, principalmente por ser um vocal opositor dos direitos LGBT e por declarações classificadas como discurso de ódio, que incluem a defesa das práticas de tortura e assassinatos cometidos pela ditadura militar brasileira.
Foi com esse discurso carregado de palavras de ordem, das quais algumas rebuscadas do fascismo italiano de Benito Mussolini, como “um povo armado jamais será escravizado; comprem suas armas”, para citar apenas uma de muitas que ganharam o vocábulo popular.
O slogan patriota da campanha de Bolsonaro tem inspiração em uma frase bastante conhecida entre os nazistas. Na Alemanha de Adolf Hitler, um dos lemas mais repetidos era “Deutschland über alles”, que significa, em português: “Alemanha acima de tudo”.
Ao perder a eleição no primeiro e segundo turnos para Luís Inácio Lula da Silva (PT), essa parte de seu eleitorado acredita na tese conspiratória de que será escravizado pelo comunismo e, de fato, se tornou “escravos” daquilo que aprenderam a dizer.
Bolsonaro nunca foi humilde para tamanha exaltação.
Família para ele é como campanha eleitoral – de quatro em quatro anos. É com dinheiro público que sempre deu o filé mignon para seus filhos. “Se eu puder dar o filé mignon para o meu filho, eu dou”, disse Bolsonaro sobre a tentativa de nomear seu filho para a embaixada norte americana.
As mesmas rachadinhas e nomeações fantasmas que praticava como deputado para embolsar mais dinheiro público, bem como, o caminho do enriquecimento na política, ensinou aos filhos, incluindo as ex-mulheres que o chantageiam em público em troca do silêncio.
BANALIZOU O EXÉRCITO
É da “Pátria Amada” que sempre sugou, e das Forças Armadas que banalizou, que visibilizam o quanto um homem é capaz de ridicularizar o maior posto que ocupou – o de presidente da República.
O Exército antes respeitado até na área que delimitava o seu entorno, com faixas amarelas, e que sequer veículos eram estacionados, tornou-se “refém” de acampamentos de piquenique, ocupados por uma nova modalidade de “sem terra”, cuja uma pequena parte adotou o discurso de seu líder e práticas terroristas – jamais vistas na Capital do Brasil, como se o país fosse terra de ninguém.
Não é mera coincidência a invasão do Capitólio, nos Estados Unidos e as tentativas de invasão dos prédios do STF, sede da PF e depredação de uma delegacia, seguida de atentados com incêndios de veículos em Brasília, sob discursos e pleitos antidemocráticos.
“Basta um cabo e um soldado para fechar o STF”, disse seu filho, Eduardo Bolsonaro (PL).
Antes de o centrão virar parceiro do governo, o presidente também inflamava seus seguidores contra o Congresso. Nas eleições deste ano, o Tribunal Superior Eleitoral virou alvo dos bolsonaristas.
Apesar de assombrar e atormentar o país com suas tentativas de proclamar uma “Nova Independência”, nem mesmo Bolsonaro acreditava no que dizia, mas se alimentava dos efeitos produzidos pela sua narrativa, numa tentativa em vão de provocar um factoide que o permitisse seguir no poder.
A sua desilusão foi a bordo na bagagem para um dos luxuosos Resort da Flórida, nos Estados Unidos. No Brasil ficou a bandeira da desordem.
Antes de seguir viagem lhe restou para dissabor dos revoltosos uma última “fraquejada” e condenou os atos terroristas ao centro do poder.
– Nada justifica tentativa de ato terrorista em Brasília.
“Cadê você Bolsonaro!”, bradou uma seguidora do cercadinho que teve o marido preso, assim como foi presa a ex-candidata a prefeita por Tupã, Klio Damião Hirano (PRTB). Essa mulher não acredita que “um filho teu fugiu à luta”.
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Durante sua despedida também reconheceu que a sua doutrina política virou sinônimo de arruaça.
-Hoje, se uma pessoa faz algo reprovado pela sociedade ou que não está de acordo com as leis, é bolsonarista.
Por isso, é que um presidente não pode se comunicar como se estivesse num boteco, muito menos usar a palavra sagrada em vão.
DEUS ACIMA DE TUDO
A linguagem agressiva e vulgar usada contra seus eventuais adversários e no distrato com a imprensa, cuja sua missão é retransmiti-la à sociedade não coadunam com a suposta religiosidade e fé de um que se diz “terrivelmente cristão”.
Assim como a política é a ciência moral normativa do governo da sociedade civil; a ciência nos ensinou a eficácia de vacinas, a utilidade da energia nuclear e que o Planeta Terra é redondo.
Que os governantes e o povo entendam,
Todos devem sujeitar-se às autoridades governamentais, pois não há autoridade que não venha de Deus; as autoridades que existem foram por ele estabelecidas.
Romanos 13:1
Os pecados de uma nação fazem mudar
sempre os seus governantes,
mas a ordem se mantém
com um líder sábio e sensato.
Provérbios 28:2
Por que Deus está acima de tudo!
João 8:32 (Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará)
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