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O jogo da crise: vereador defende Executivo de olho na presidência da Câmara de Tupã

Reunião da AMNAP para discutir a crise nas prefeituras sensibilizou apenas dois vereadores: José Maria de Oliveira (PROS) e Luis Carlos Sanches (PTB).

Vereador Luis Carlos - "vendendo lenços"
Vereador Luis Carlos – “vendendo lenços”

Zé Maria tenta viabilizar a Casa de Apoio aos pacientes em Marília, mas não encontra apoio do Executivo. O parlamentar que tem como única ambição realizar obras sociais e encontra dificuldades para emplacar o seu projeto a partir da sugestão de uma eleitora. Já Luis Carlos tem pretensões bem maiores que o simples acompanhamento do prefeito até a cidade de Adamantina, em evento realizado na sexta-feira (31).

E foi assim, que sem nada em pauta para discutir na sessão da Câmara desta segunda-feira (3), os 15 vereadores apenas ouviram a discussão da AMNAP – Associação dos Municípios da Alta Paulista, sobre a famigerada crise que atinge as prefeituras da região Centro Oeste Paulista, sobretudo, aquelas cujos prefeitos assumiram em 2013. Quem disputou a reeleição e venceu encaminhou a situação financeira da Administração de forma prudente e com planejamento.

Mas também são em momentos de crise que se conhece aqueles que preferem chorar a vender lenços. Enquanto alguns lamentam, entre eles, o prefeito de Tupã, Manoel Gaspar (PMDB), há outros políticos de olho neste momento sensível e se aproveitam da situação e saem vendendo lenços. Quem tem se demonstrado especialista nesse quesito é o vereador Luis Carlos Sanches (PTB). De olho na cadeira mais elevada do Legislativo, aposta todas suas fichas na defesa do Executivo.

Gaspar de "chapéu na mão" com a crise financeira
Gaspar: “chapéu na mão” com a crise financeira

Aliás, não foi a primeira vez que Luis Carlos saiu na defesa da Administração. Mas nesta segunda-feira, ele ratificou esse compromisso. O parlamentar busca ao mesmo tempo um eventual apoio do prefeito para se eleger presidente da Câmara e a manutenção da Secretaria da Cultura, comandada por Charles dos Passos. Como todos sabem, Gaspar teria em mente a pretensão de extinguir algumas Secretarias como forma de conter gastos. É importante lembrar também que a pasta da Cultura é a que menos gasta. As ideias dão muito mais trabalho braçal e intelectual que financeiro.

Na corrida pela presidência da Casa, Luis Carlos já contaria com o apoio do atual presidente Antônio Alves de Sousa, “Ribeirão” (PP). A propósito, de 2009 a 2014 a Câmara de Tupã só foi presidida pelos dois vereadores. Exatamente por isso, há um grupo de oposição que pode perder a eleição se mantiver desunido. É que neste grupo já há dois possíveis presidenciáveis: pastor Rudiney Monteiro (SDD) e Valter Moreno Panhossi (DEM).

É nesse lema de crise que Luis Carlos aposta na venda de lenços: com um ele enxuga as lágrimas do prefeito e com outro ele acena para um auto apoio. Ele executa a defesa da legislatura e analisando o custo benefício -, liderar a defesa do Executivo pode ter um custo. Fragilizado pela falta de dinheiro e com dezenas de obras paradas e irregulares, recursos sequestrados, cobradores batendo à porta e sem perspectiva de vida fácil, Gaspar se agarra no que pode para sobreviver politicamente e para justificar a ineficácia do seu Governo. Para os supostos “ataques” do camarada, é preciso “defensores” companheiro.

Mas não há lógica quando se trata de política. O óbvio nem sempre é o que parece. Há outros interesses e, nesse jogo de crise, vai ganhar quem souber mexer a peça principal no tabuleiro de xadrez. Xeque-mate.

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