Depois de uma violenta epidemia da doença registrada em 2015, o governo de Gaspar comprova o descuido com a saúde pública. Cobra ação da população, mas deixa de cumprir o dever de casa. Focos de dengue foram encontrados na piscina instalada no quintal da Secretaria de Saúde.
Depois de registrar quatro mortes por dengue em 2015 e mais de 2 mil casos da doença até meados do mesmo ano, o governo de Manoel Gaspar (PMDB) demonstra um grande desinteresse pela saúde da população tupãense. Justo este o um dos principais motes de sua campanha eleitoral em 2012.
De 2013 a 2016, já foram registrados quase 7 mil casos da doença. Só neste ano, mais de 100 casos confirmados.
Insistentemente, a secretária da Saúde, Rosângela Urel Gaspar e o próprio prefeito cobram dos cidadãos ações para impedir a proliferação do mosquito transmissor da dengue, vírus zica e a febre chikungunya. “Faça o que falo, mas não o que faço”.
Pois é, a administração relaxa no dever de casa e permite que uma piscina sirva de criadouros do mosquito Aedes Aegipty, transmissor das temíveis doenças que provocam morte e sequelas irreparáveis em recém nascidos. A piscina fica nos fundos da Secretaria Municipal de Saúde, localizada à Rua Paiaquás, 370, em pleno centro de Tupã.
Aliás, os moradores desta região da cidade têm reclamado do aumento considerável da presença do nefasto inseto. Não descarta-se a possibilidade de que o gerador dessa situação seja esse grande criadouro a céu aberto exatamente junto ao prédio do setor responsável por desenvolver ações contrárias à situação denunciada.
A reportagem do blog tentou contato com a prefeitura para cobrar explicações. O sistema de “espera telefônica” informa automaticamente através de um spot que a administração “está trabalhando por você tupãense” para em seguida cair em contradição “a prefeitura só atende em um único turno”. A redução do horário de trabalho nas repartições públicas de Tupã funciona durante meio expediente desde 13 de outubro de 2015, no auge da crise dos casos dengue no município.
O Ministério Público precisou intervir para fazer funcionar serviços essenciais de atendimento à população. Assim, a avaliação que fazemos do governo de Manoel Gaspar que não cumpriu os compromissos assumidos durante o processo eleitoral. Sequer conseguiu justificar perante a opinião pública seu período de quatro anos de ineficácia de gestão pública e chega ao último ano imerso em crises políticas e de credibilidade. Justamente por isso, Gaspar abandonou a reeleição e seu pretenso sucessor foi um fiasco nas eleições de 2 de outubro.
Logo, justifica-se a tese do marketing governamental de que “a última impressão é a que fica” quando analisa-se a avaliação popular de um governo. O piscinão da dengue é a prova cabal da incompetência. É apenas um dos inúmeros fatores negativos que ficam como “a última impressão” de um governo que não disse a que veio.
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