PM escoltou dinheiro sacado na “boca do caixa” no Carnaval de 2014

Um cofre foi instalado na Companhia, mas, comando não sabe se tinha dinheiro e se o procedimento foi o mesmo em 2013.

Tenente vander só

O comando da Polícia Militar de Tupã confirmou à reportagem do blog que a Comissão Organizadora do Carnaval 2014 solicitou a instalação de um cofre na sede da 2ª Companhia para depositar o dinheiro sacado na agência da Caixa Econômica Federal. O cheque nominal à prefeitura foi de R$ 254.750,00 e o valor seria utilizado para suposto pagamento de shows artísticos.

O pedido para usar a sede da Cia da PM como “caixa” de pagamento havia sido feito ao major Fernando Marcos Bigeschi, às vésperas do evento. Não há informação sobre quem o fez, mas presume-se que tenha sido através da presidente da Comissão Organizadora, Márcia Félix.

Gustavo Gaspar foi escoltado pela PM após saque na "boca do caixa"
Gustavo Gaspar foi escoltado pela PM após saque na “boca do caixa”

A escolta teria acontecido já na saída do empresário Gustavo Gaspar (PMDB), do prédio da Caixa Federal. Do local, até a sede da Cia da PM há uma distância de apenas 80 metros. Segundo consta, nos dias em que o Tupã Folia foi realizado, várias escoltas foram feitas para o transporte de envelopes retirados do cofre.

“Eu não posso afirmar se tinha ou não dinheiro no cofre, mas o tempo todo foi escoltado e vigiado por uma câmera do sistema de monitoramento instalado para vigiar o circuito”, lembrou o tenente Vander Zambelli. O oficial, porém, não soube precisar se esse procedimento aconteceu em relação ao Carnaval de 2013, quando, também pode ter ocorrido saque na “boca do caixa”.

Aliás, este fato foi negado ou omitido pelo chefe do executivo tupãense, Manoel Gaspar (PMDB), durante recente entrevista. Click sobre GASPAR NEGA OUTROS SAQUES e ouça áudio.

TRIBUNA

Ribeirão espalha a escolta como álibi
Ribeirão espalha a escolta como álibi

A “tese” da escolta só não foi apresentada como defesa antes por “receio” de prejudicar a corporação. Agora, passados mais de dois meses do fato, o próprio vereador Antônio Alves de Sousa, Ribeirão (PP) tem usado o álibi para dar credibilidade à ação que resultou em saque na “boca do caixa” e que pode culminar em possível ato de improbidade administrativa de Manoel Gaspar.

À época, logo após a reportagem do blog divulgar no dia 9 de agosto a denúncia que o vereador Luis Alves de Souza (PC do B), iria fazer no dia seguinte, os representantes do prefeito na Câmara se limitaram a dizer que Gustavo Gaspar “como integrante da Comissão Organizadora podia fazer o saque”. Esse foi o argumento de Ribeirão –, como organizador do Tupã Folia, do líder do prefeito na Câmara, pastor Rudynei Monteiro (SDD) e de Luis Carlos Sanches (PTB).

Luis Alves, autor da denúncia: "tem mais cheque?"
Luis Alves, autor da denúncia: “tem mais cheque?”

O caso agora é investigado pelo Ministério Público (MP) que pediu a instauração de inquérito para apurar a denúncia. Enquanto isso, Ribeirão tem espalhado a “escolta” para pessoas formadoras de opinião, como estratégia de defesa, mas ainda há muitos fatos nebulosos e que precisam de explicação. O dinheiro pode ter sido usado para pagar despesas, mas e o procedimento foi legal?

PERGUNTAS SEM RESPOSTAS

Várias perguntas ficaram sem respostas como: o empresário Gustavo Gaspar estava acompanhado de alguém quando foi escoltado; a escolta foi a partir da “boca do caixa”; como a PM não identificou que no cofre havia dinheiro; em 2013, o procedimento foi o mesmo; quem era o responsável por pegar os envelopes supostamente com dinheiro do cofre para efetuar os pagamentos; era mais de uma pessoa; na administração Waldemir Gonçalves Lopes, também era desta forma?, entre outras.

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