Polarização na política nacional dificulta campanha nos municípios

Fotos: Sergio Lima/Douglas Magno/AFP

O interesse do eleitor também diminuiu pelas campanhas proporcionais.

Fernando Haddad – Foto: Divulgação
Tarcísio de Freitas – Foto: Evaristo Sa/AFP

A polarização na política nacional tem dificultado o desenvolvimento das campanhas proporcionais – eleição de deputados estaduais e federais, em municípios como Tupã (SP), por exemplo.

Com ânimos acirrados pela disputa majoritária, o eleitor tem sua atenção toda para a eleição para governador e presidente, enquanto que a campanha para os legisladores fica em segundo plano.

Além disso, os próprios candidatos a deputados estadual e federal estão inseguros em levar a mensagem de seus candidatos a governador ou de presidente, por conta do ambiente eleitoral dividido.

Assim, os deputados que em tese estão nesta ou naquela coligação “escondem” com quem estão para governador ou presidente da República.

Os coordenadores de campanha têm orientado os cabos eleitorais a levarem a mensagem dos deputados, sem mencionar os candidatos a governador ou a presidente.

A situação é inédita. Perturba os coordenadores, confunde os cabos eleitorais e desorienta os eleitores.

RITMO CONFUSO

Foto: Reprodução Tupacity

Em Tupã, há um mês das eleições de 2 de outubro, a campanha de candidatos a deputados estadual e federal segue neste ritmo confuso e sem empolgação.

O lançamento da dobradinha Luiz Carlos Motta (PL) e Thiago Santos (PL) realizada na terça-feira (30), confirma essa tendência.

Diferente das eleições de 2018, essa percepção atual é maior entre os candidatos a deputados, senadores e governadores que deveriam mostrar que estão com Jair Bolsonaro (PL) e Tarcísio de Freitas (Republicanos), respectivamente.

GOVERNADORES E SENADORES

Valdemar Costa Neto – presidente nacional do PL – Foto: José Cruz/ABr

O próprio PL admitiu que a dificuldade do presidente da República subir de posição nas pesquisas e o alto índice de rejeição que ele possui entre os eleitores tem levado nomes importantes da legenda em corridas majoritárias — governadores e senadores —, a “esconderem” nas redes sociais o apoio ao chefe do Executivo, destaca o portal a horadopovo.com.

Com a disputa eleitoral na rua e as pesquisas indicando liderança do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no primeiro turno, a campanha de Jair Bolsonaro tenta enquadrar o próprio partido para que se engaje no projeto de reeleição.

Para os cargos de deputado federal e estadual, a sigla anunciou que pretende usar o caixa das campanhas como instrumento de pressão, como informou a colunista Bela Megale, de O Globo.

Se levar a cabo o anúncio, isso pode comprometer o projeto de eleger grande bancada ao Congresso Nacional, em particular, para a Câmara dos Deputados. Ao fim e ao cabo, Bolsonaro colhe o que plantou ao longo do mandato presidencial — ele abandonou todos os aliados que ficaram pelo caminho.

O chamado gabinete do ódio se encarregou de massacrar os ex-aliados com fake news, e hoje são considerados traidores pelos seguidores do presidente.

LOTERIA TUPÃ

Tarcísio deve confirmar agenda dia 9, em Tupã, para inauguração de Comitê na Rua Caingangs

A propósito, verdade seja dita: nesse quesito, o prefeito de Tupã, Caio Aoqui (PSD) pode ser chamado de infiel, mas tem sido coerente e aposta tudo em sua meteórica carreira política.

Assim que o presidente de seu partido, Gilberto Kassab (PSD) definiu apoio ao carioca Tarcísio ao governo de São Paulo, o chefe do Executivo deixou os contidos encantos do bolsonarismo e declarou “porteira fechada”: Bolsonaro (presidente), Tarcísio (governador), Marcos Pontes (senador), Walter Ihoshi (federal) e Ricardo Madalena (estadual).

Com os outros, ele diz que está junto, e nada mais.  É a aposta que fez. Se der certo, coloca sozinho o prêmio na carteira.

PESQUISAS

Foto: Fernando Haddad e Márcio França (Ricardo Stuckert/ Instituto Lula e Diogo Moreira/Governo do Estado de SP)

Por outro lado, de uma forma ou de outra, não está fácil para ninguém. Dos concorrentes aqui citados, a situação mais cômoda talvez seja, neste momento, de acordo com as pesquisas – Lula (presidente), Fernando Haddad (governador), Marcio França (senador) e Caio França (estadual).

Caio França que já contemplou Tupã com diversos recursos para áreas da saúde, educação, social, infraestrutura e outras, foi apresentado ao eleitorado tupãense, em 2018, como filho do governador Marcio França.

Nestas eleições, ele é favorecido e considerado reeleito pelo seu próprio trabalho e pelo fato de que o pai disputa o Senado e a mãe Lúcia França é a vice de Haddad.

O vice-prefeito Renan Pontelli (PSDB) defende a reeleição de Caio França à Assembleia Legislativa de São Paulo e Marcio França para o Senado, Rodrigo Garcia (PSDB) para governador e para presidente não tem manifestado em público a sua preferência.

Os demais candidatos ainda que exista o apelo de que “são de casa” terão maior dificuldade para obter sucesso nas eleições de outubro.

O próprio PL também reconhece dificuldade para a reeleição do presidente, por conta da forte rejeição.

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