Por que Caio Aoqui perdeu a eleição com a máquina e apoio de Tarcísio

A falta de consciência política do prefeito e sua equipe colaboraram para o fracasso nas urnas

Consciência nada mais é que o sentimento ou conhecimento que permite ao ser humano experimentar ou compreender aspectos de seu mundo interior. A percepção que o ser humano possui do que é moralmente certo ou errado em atos e motivos individuais.

De acordo com publicação feita pelo portal www.infoescola.com – a consciência política é alcançada quando uma pessoa passa a compreender não só os padrões que definem a vida em comunidade, mas além disso, consegue entender os contextos históricos e às especificidades desses códigos de relacionamento entre pessoas que convivem diariamente.

Nesse quesito, o prefeito Caio Aoqui (PSD) destoa da tese de Aristóteles de que o ser humano é um animal político, que diferentemente dos animais não-racionais, que vivem juntos em grupos, os homens e mulheres se unem de uma maneira mais complexa: eles formam uma sociedade.

A sociedade é uma associação que compartilha valores culturais e éticos sob um mesmo regime político e econômico, em um mesmo território e sob as mesmas regras de convivência.

Apesar de ter chegado ao poder máximo de uma instituição estruturada e que regulamenta o comportamento das pessoas em sociedade, como a prefeitura de Tupã-SP, faltou a Caio Aoqui essa consciência política, o que indica que “tomar conhecimento das normas e regras que regulam nossa vida social não geram, por si só, uma reflexão sobre a natureza e a justificativa dessas ordens. É preciso um segundo passo, um momento onde se expõe esses princípios da organização social a uma avaliação crítica”, diz o texto infoescola.

Ainda de acordo com o artigo – “As regras sociais são criadas pelas próprias mulheres e homens que constituem a sociedade, e justamente por isso, não estão nunca finalizadas e cristalizadas, mas se encontram sempre abertas para o questionamento e para a sua eventual transformação”, mas o chefe do Executivo tupãense não evoluiu nessa percepção, talvez, por conta de seu comportamento individualista.

CONTINUÍSMO

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) não conhece a sociedade tupãense. Aprendeu agora, no governo paulista de que “São Paulo – São Todos”, mas nem ele, eleito na bolha do bolsonarismo poderia imaginar que a “Tupã de Todos”, desde 2012 não tem permitido o continuísmo de um governo municipal.

O eleitor conscientemente até permite a reeleição desde seu advento. Assim ocorreu com Manoel Gaspar, então no PSDB – 1997/2000 e 2001/2004, com Waldemir Gonçalves Lopes (PSDB) – 2005/2008 e 2009/2012.

Quando tentou o continuísmo de seu governo com a doutora Lucília Donadelli, o eleitor tupãense voltou a eleger para o terceiro mandato o saudoso Manoel Gaspar. Assim também o fez com Gaspar. Em 2016, tentou o continuísmo através do advogado criminalista Wagner Fuim (MDB) e o eleitor disse não.

Naquele ano, o empresário José Ricardo Raymundo (PV) foi eleito ao lado do atual prefeito Caio Aoqui (PSD). Aoqui herdou o cargo de prefeito, em 2019, com a cassação de Raymundo e foi reeleito em 2020, mas o continuísmo foi outra vez rejeitado em 6 de outubro, através da eleição de seu atual vice – Renan Pontelli (PSDB).

A falta de uma leitura correta de posicionamento, não compreender o sentimento das necessidade priorizadas pela sociedade, Caio Aoqui e seus inexperientes aliados fracassaram na soberba de acreditar que com a máquina na mão, com apoio do governador Tarcísio e de fotos de seus pupilos ao lado de Bolsonaro seriam suficientes para eleger o desconhecido Wilson Quiles Junior, “Quilão” (PSD).

Por pouco, Quilão quase repete o jornalista Bernardo Ladho (MDB), em 2008, quando teve que escolher a própria mulher para ser sua vice, se não existisse dentro da própria sigla, o vereador Lucas Hatano para lhe acompanhar nas aventuras imaginárias de Aoqui.

No plano real, a contradição entre gastos nababescos com shows que faziam apenas “acabar os pães” nos carrinhos de cachorro quente da cidade, como ele mesmo dizia em entrevista à imprensa, ao mesmo tempo que recorria a financiamentos bancários de R$ 33 milhões, que comprometem o futuro econômico da administração pública.

O eleitor enxergou nas propostas da situação o reflexo do atual chefe do Executivo, que conduziu a administração pública dissociada do sentimento das necessidades da maioria da população.

O eleitor percebeu que o continuísmo poderia ser prejudicial considerando o círculo vicioso implementado por aquele, sem a percepção do que é moralmente certo ou errado em atos e motivos individuais.

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