O prefeito de Arco Íris, na Nova Alta Paulista, José Luis da Silva (PTB) trocou a Secretaria da Educação do Município pelo apoio do presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) e pode ter provocado uma racha na legenda.
Quanto menor o município, mais repercute uma troca dessa natureza. Neste caso, também pudera. O presidente do PT local, Edimur Zequine Quiqueto foi adversário político de Zé Luis, nas eleições municipais passadas. Mas como em política isso não quer dizer nada, o improvável aconteceu.
O que deixou os partidários intrigados foi o fato de que sequer o diretório foi consultado sobre a mudança repentina de Quiqueto. Com a união de “forças” com seu principal concorrente, Zé Luis acredita que poderá até fazer sucessor nas eleições de 2012, mesmo apesar da revolta dos militantes do PT.
Para retribuir o apoio, o prefeito de Arco-Íris nomeou Edimur Quiqueto para a Secretaria da Educação. Por conta dessa nomeação até uma denúncia foi feita no Ministério Público para averiguação de mais um suposto caso de nepotismo. É que a irmã de Quiqueto, Roseli Zequine Abe, já trabalhava na prefeitura havia 11 anos como assessora da Secretaria da Saúde.
A partir da representação ao Ministério Público, Zé Luis teve 15 dias para se manifestar sobre o assunto. A questão só foi resolvida mesmo nos bastidores políticos e de forma que causou mais descontentamento ainda nos meios políticos da pacata cidade de pouco mais de 2.300 habitantes, distante 18 km de Tupã.
Como os dois irmãos não poderiam atuar na prefeitura sob acusação de nepotismo e, Edmur Quiqueto terá agora a função de “abrir” caminhos para que recursos do governo Federal comandado pelo PT cheguem à “Aldeia”, sobrou para Roseli Abe que perdeu o emprego.
Sem recursos próprios para investir no município, o prefeito acredita que Edimur Quiqueto terá que mostrar agora, todo o seu potencial político para ajudar o município a sair da crise financeira e, agora, política.
Guilherme Aguiar Demori, através do formulário de contato com o Blog informa que o assunto considerado de injustiça com a assessora da Saúde repercutiu negativamente na cidade, “ela era uma das mais competentes funcionárias da prefeitura e foi demitida por causa de um jogo político. As pessoas ficaram surpresas com a tamanha ambição e falta de solidariedade do atual secretário da Educação”, observou Demori.
A população de Arco-Íris e os militantes do PT descontentes com Edimur Quiqueto torcem agora para que o Ministério Público restabeleça a situação anterior, ou seja, que Roseli Abe retorne ao seu cargo de assessora da Secretaria da Saúde e que Edimur Quiqueto deixe a Secretaria da Educação.
É preciso saber em que situação Roseli foi contratada pela prefeitura ainda na administração de Geraldo Borges (PSDB) e se teria pretensão de retornar ao cargo, em prejuízo “político” e financeiro do irmão, agora secretário da Educação.
O apontamento do Ministério Público ao notificar o chefe do Executivo sobre o suposto nepotismo, indica que o cargo era de confiança e, sendo assim, basta um “convencimento” pessoal (prefeito) ou em “comum” acordo, Roseli tenha sido solicitada a deixar a função em nome de um “bem maior”. Os interesses da municipalidade?
Esperamos que tenha sido esse o propósito ou apenas uma articulação política já pensando nas próximas eleições. Será que Zé Luis apoiaria Edimur Quiqueto para ser seu sucessor, mesmo sendo do PT?
Seria até natural que isso acontecesse apesar do prefeito pertencer ao PTB, afinal, Quiqueto vai tirar Arco-Íris da crise financeira apesar da crise política que gerou no “seio” da própria família. Há quem diga que Quiqueto não conseguiria agora, nem os votos dos familiares.