Ações de lobistas, improbidade, politicagem, sequestro e suposto desvio de dinheiro esvaziaram os cofres públicos.
Abono, aumento no ticket e o sequestro de R$ 1,7 milhão de repasses do Fundo de Participação do Município (FPM) ajudaram a
desfalcar os cofres da municipalidade. Agora a Secretaria de Finanças junta cada moeda para tentar fechar a folha de pagamento referente ao mês de julho.
O pagamento deve ser creditado na conta dos trabalhadores até o 5º dia útil de agosto, mas até esta terça-feira (29) não existia nenhuma perspectiva disso acontecer. Nos últimos dois meses a folha de pagamento complementar para pagar o bônus de R$ 80,00 e a diferença do ticket alimentação de R$ 50,00 retroativos a abril, representaram para cada funcionário em junho um ticket de R$ 250,00 e de bônus em julho de mais R$ 240,00.
Além desses números outros fatores começam influenciar para manter o sinal vermelho aceso. Ainda que insistentemente o vereador Antônio Alves de Sousa (PP) como presidente da Câmara defenda que não são gastos de R$ 1 milhão com o Tupã Folia que causam impacto em um orçamento de R$ 130 milhões – a verdade é que uma somatória de ações equivocadas começa pesar na balança.
Somam se a tudo isso, as dezenas de obras irregulares, eventuais devolução de recursos de obras inacabadas e de supostos desvios de dinheiro dos cofres públicos na administração de Waldemir Gonçalves Lopes (PSDB). Tupã hoje é um município falido. Não paga os fornecedores. Tem o nome sujo no Cadastro de Inadimplentes (Cadin) o que o impossibilita de receber recursos públicos e, agora, corre o risco de não viabilizar nem a folha de pagamento dos cerca de R$ 2 mil funcionários.
O número de cargos de confiança com salários por encomenda também ajuda corroer parte dos minguados recursos oriundos dos tributos. Tributos que não têm sido suficientes para manter a máquina administrativa funcionando. Nem os Programas de Refis – Refinanciamento Fiscal têm conseguido atrair o pagamento de tributos em atraso. O contribuinte endividado faz o refinanciamento, paga a primeira parcela e assim que o processo sai da “mira” da execução, deixa de manter o contrato.
Sem dinheiro poupado a Administração Manoel Gaspar (PMDB) tenta ganhar tempo para salvar o segundo ano de mandato. O primeiro ano foi de tentar colocar a casa em ordem, mas não foi possível. Nem a contratação do economista Walter Bonaldo Filho, ex-braço direito do ex-prefeito conseguiu amenizar a situação. Aliás, muitos dos estragos foram feitos pelo próprio Bonaldo. Através de ações de lobby trouxe várias empreiteiras que ajudaram a deixar dezenas de obras inacabadas e abandonadas em Tupã. Porém, milhares de recursos desapareceram como apurou a Comissão Parlamentar Especial (CPE) da Câmara.
O relator da CPE, vereador Luis Alves de Souza (PC do B) conclui seu parecer que deve determinar a contratação de um perito para apurar tecnicamente as visíveis maracutaias de projetos espetaculares que nunca siaram do papel e aqueles que siaram tem serviços fictícios.
POUPA TEMPO
É possível que a falta de recursos esteja inviabilizando inclusive a continuidade das obras de reforma do Mercadão. No local a
Prefeitura pretende instalar o Poupa Tempo e várias outras repartições públicas. Além do recurso de R$ 2 milhões de repasses do Governo do Estado há contrapartida do Município da ordem de R$ 700 mil.
Na semana passada quando a imprensa divulgava que a obra de reforma estava em ritmo acelerado, a empreiteira parou o serviço, os funcionários “cruzaram” os braços alegando falta de pagamento e as máquinas foram enviadas para outras obras da empresa. O canteiro de obras foi fechado e não há expectativa de quando haverá a retomada dos trabalhos.
A Prefeitura de Tupã havia anunciado que a reforma seria concluída em agosto, mas agora os mais otimistas acreditam que a recuperação do Mercadão só deverá ser terminada em 2015.