Após o recesso, Caio Aoqui e “Shigueru” terão que contar com ajuda de “Ribeirão”, para resolver problemas com a mídia.
Além de dar sustentação ao governo de Caio Aoqui (PSD), em momento de turbulência política, o vereador Antônio Alves de Sousa, o “Ribeirão” (PP) e sua bancada, também deverão dar uma assistência ao presidente do Legislativo, Eduardo Akira Edamitsu, o “Shigueru” (PSD).
A bancada é composta pelos vereadores Claudia Aparecida da Silva, “Claudinha do Povo” (PP) e Paulo Henrique Andrade (PSDB).
Muito antes de o recesso parlamentar ser iniciado, Caio e Shigueru já haviam criado uma situação “interna” na administração dos poderes 1 e 2, respectivamente que, tornou-se pública após a dissidência de cinco vereadores da base de sustentação da administração. Saiba mais: Enfraquecido, Caio Aoqui perde unidade no legislativo
Sem poder citar abertamente o assunto de bastidores, os vereadores “descontentes” foram interpretados como aqueles que querem obstaculizar o trabalho da imprensa, mas a verdade é outra.
Acontece que o que era oculto ficou escancarado com a briga iniciada dentro da “casa da situação”. A roupa suja, que antes era lavada dentro do Paço e da Casa de Leis, começou ser lavada no “quintal”, descortinando um esquema de suposta proteção de “parceiro de mídia”, culminando com a “revolta dos portais” de notícias que receberiam tratamento excludente, por parte do presidente da Câmara.
Também foi durante a apresentação do parecer jurídico sobre o arquivamento do pedido de impeachment de Caio Aoqui, que foi lido um documento protocolado na sexta-feira, dia 8, pelos portais TupãCity e Tupãense solicitando informações sobre as despesas de viagens dos 15 parlamentares.
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O protocolo é uma eventual resposta ao fato de que o portal concorrente – MaisTupã havia pedido as mesmas informações, mas apenas dos cinco vereadores que integravam a base aliada do prefeito Caio Aoqui e, por consequência, de Shigueru.
O pedido foi encarado como uma “represália” pelos vereadores Marcos Gasparetto, Augusto Fresneda Torres, o “Ninha”, Paulo César Soares, todos do PSD e, ainda, Eduardo Alexandre Sanches, “Du do Serv Festa” (Podemos) e Cristina Vicente dos Reis Fernandes, “Professora Cris” (PC do B).
Também foi por este motivo que os parlamentares ficaram descontentes com o presidente da Câmara e cobraram tratamento igualitário – sem distinção para toda a imprensa tupãense.
Sem considerar a tese dos vereadores “rebelados”, Diego Henrique Pereira, do portal MaisTupã, se defende: “Está no Regimento Interno da Câmara a permissão para trabalharmos no plenário. Só nós, como portal transmitimos a sessão camarária e sem nenhum custo para a Câmara. Recebemos sim, mas para divulgar os atos institucionais”.
Só para lembrar, a sessão também é transmitida pelas redes sociais do Legislativo e pela TV Câmara, mas a discórdia está em pauta.
Foi na gestão do ex-vereador Valter Moreno Panhossi (PL), como presidente da Câmara, que foi instituído a publicação de inserções nas mídias sobre o trabalho do Legislativo. À época não houve nenhum atrito entre os portais, o tratamento era igual.
Já na gestão do pastor Eliézer de Carvalho (PSDB), houve redução e atualmente, apenas os chamados parceiros são contemplados com recursos públicos.
Os cinco vereadores dissidentes da base aliada do prefeito e do presidente da Câmara querem distribuição de inserções para todos e não apenas para alguns.
O principal motivo da dissidência também foi por conta do tratamento privilegiado de Caio destinado há apenas três vereadores de seu partido – Shigueru, Lucas Hatano e Israel Velloso da Silva Neto, o “Tutu”.
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JUSTIFICATIVAS DOS PORTAIS
No pedido de informações protocolado na Câmara de Tupã, os portais apresentaram a seguinte justificativas aos nobres edis:
A missão do jornalista é saber e dizer o máximo possível. A energia que alimenta essa missão, resulta quase sempre, da sua independência profissional e da independência do veículo.
A imprensa já foi menos exata e menos responsável, numa época em que também a sociedade tinha menos acesso ao conhecimento e exigia menos de seus governantes.
Aperfeiçoada e modernizada, o seu dever de informar com exatidão corresponde ao seu compromisso com a verdade, isso é, desprezar os rumores, para afirmar unicamente aquilo que se tenha certeza. Sendo exata, a informação não corre o risco de ser desmentida ou desqualificada pela intenção de desonestidade.
É por isso que, salvaguardados pela Lei de Acesso à Informação, os portais TupaCity e Tupãense Notícias, pedem acesso aos gastos com viagens dos quinze vereadores que atualmente representam os mais de 65 mil habitantes de Tupã, detalhando as despesas por diversas naturezas e a razão de cada uma dessas viagens.
OMISSÃO DA CÂMARA
Ademais, tal ofício só se faz necessário pois o PORTAL DA TRANSPARÊNCIA disponível no site da Câmara está desatualizado e não constam informações requeridas, informações essas que são públicas e de interesse coletivo, conforme determina a Lei de Acesso à Informação (Lei 12.527, de 18/11/2011).
O ofício é assinado pelas responsáveis pelos portais TupaCity e Tupãense Notícias, Nayara Aniceto Alonso e Ailime Iniraí Piva, respectivamente.
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