Prisão de Klio Hirano ascendeu alerta no gabinete do prefeito

O prefeito e um vereador também participaram de atos antidemocráticos com interdição e danos ao patrimônio público e privado. Nesta manhã a PF cumpriu mandado de busca e apreensão em Tupã (SP).

A prisão da ex-candidata a prefeita de Tupã, Klio Hirano pelo Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB), durante operação Nero, ascendeu alerta nos gabinetes do prefeito Caio Aoqui (PSD) e do vereador Paulo Henrique Andrade (PSDB).

Os políticos foram fotografados participando ativamente de manifestações antidemocráticas que obstruíram a rodovia Comandante João Ribeiros de Barros (SP-294), inclusive, com queima de pneus produtos de furto que causaram danos ao patrimônio público e privado respectivamente.

Assim como Hirano, o chefe do Executivo tupãense e o parlamentar também apoiaram as candidaturas de extrema-direita de Jair Bolsonaro e Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Andrade até foi alvo de um pedido de impeachment, mas que não foi aceito pelo Legislativo.

No dia da sessão, dezenas de apoiadores de Bolsonaro saíram da frente do quartel do Tiro de Guerra (TG), com bandeiras amarradas nas costas e no pescoço e foram em apoio ao legislador.

Desde a derrota do presidente no primeiro e segundo turnos, bolsonaristas radicais inconformados com o resultado das eleições provocaram interdições em rodovias e se acamparam em frente aos quartéis do Exército e TGs, reivindicando intervenção militar com Bolsonaro e ou intervenção federal.

O prefeito Caio Aoqui, em protesto antidemocrático na SP-294

O prefeito Caio Aoqui buscou nessa bolha, uma auto promoção e de afirmação de que estava com os extremistas, ainda em função de que o pleito estava por ser definido.

Já Paulo Henrique Andrade jogava suas pretensões para 2024, mas não contava com a derrota para o ex-aliado de bloco, Marcos Rogério Gasparetto (PSD).

É nessa toada de traição, fanatismo e de teorias da conspiração que o próprio Bolsonaro embarcou para os Estados Unidos com passagem só de ida.

O lema fascista “Deus, Pátria e Família” era apenas uma narrativa em vão, na tentativa de ser reeleito. A família já não tem muita importância, abandonou a pátria depois da derrota e deixou os patriotas ao Deus dará.

A ideologia política ultranacionalista caracterizada por poder, repressão da oposição e forte arregimentação da sociedade e da economia foi tentada por todos os meios, mas prevaleceu a democracia.

Porém, seus séquitos se rebelaram e esperavam que o candidato derrotado agisse como narrou durante seus quatro anos de mandato. Ledo engano, hoje foge do distrito de culpa, como quem bem sabe ter cometido um delito.

Apesar dos eventuais crimes que possa ter cometido, a fuga de Bolsonaro é baseada também em teoria da conspiração, a mesma que leva Klio Hirano, Sara Winter (foto), Roberto Jefferson a Gabriel Monteiro, bem como antagonistas como Caio Aoqui, Paulo Henrique Andrade, passando pelo ex-prefeito José Ricardo Raymundo ao ex candidato a vice-prefeito Antônio Gaspar, o “Toninho da G-10”.

OPERAÇÃO NERO     

Vandalismo e tentativa de invasão ao prédio da PF, em Brasília – Foto: Sérgio Lima

O nome da operação faz referência a um imperador romano do primeiro século que foi acusado de atear fogo em Roma.

O Império Romano era governado por um dos mais controversos, extravagantes e mal-afamados imperadores, Nero, o último da dinastia julio-claudiana.

Os crimes objetos da apuração contra os acusados, entre os quais, Klio Hirano são de dano qualificado, incêndio majorado, associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado, cujas penas máximas somadas atingem 34 anos de prisão.

Segundo o Correio Brasilienze, a investigação da Polícia Federal buscou identificar e individualizar as condutas dos suspeitos de depredar bens públicos e particulares, fornecer recursos para os atos criminosos ou, ainda, incitar a prática de vandalismo.

Os suspeitos teriam tentado invadir a sede da PF com o objetivo de resgatar o indígena José Acácio Serere Xavante, conhecido como cacique Tsereré. As duas investigações foram encaminhadas, em razão de declínio de competência, ao STF.

Os vândalos são suspeitos de tentar invadir o Edifício-Sede da PF, além de atearam fogo em oito veículos, incluindo ônibus e carros, e depredaram a estrutura da 5ª Delegacia de Polícia (área central).

Klio Hirano faz parte do grupo de pessoas que estava acampado em frente ao Quartel-General do Exército (QG). A publicitária bolsonarista usava as redes sociais para publicar fotos e vídeos do movimento. No Instagram, Klio fazia questão de postar vários registros ao lado do presidente Jair Bolsonaro (PL). A primeira foto ao lado do chefe do Executivo foi em maio de 2018.

O Correio apurou que a publicitária foi presa pela Polícia Civil na noite dessa quarta-feira (28/12) em frente ao Palácio da Alvorada. Na ocasião, ocorreu uma espécie de manifestação no local. A prisão de Klio chegou a ser publicada minutos depois pela página Advogados de Direita, no Twitter.

Nas eleições de 2020, Klio Hirano terminou em último lugar na corrida à prefeitura de Tupã, com apenas 364 votos.

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