A nomeação de Jeane Rosin para comandar uma das mais importantes Secretarias e a aparição de Aracelis são indícios desse raciocínio.
O PSDB – Partido da Social Democracia Brasileira fez uma análise entre seus principais membros do Diretório de Tupã e concluiu: apesar de derrotado nas urnas em 2 de outubro, o ex-prefeito Waldemir Gonçalves Lopes (PSDB) deve sentir-se privilegiado com a aparição de duas de suas principais ex-secretárias – Jeane Aparecida Rombi de Godoy Rosin (PSDB) e Aracelis Góis Morales (PSD).
Aracelis desfilhou-se do PSD – Partido Social Democrático em 2 de abril de 2016, às vésperas das eleições, após perder a sigla para o vice-prefeito Caio Aoqui.
Jeane Rosin comandou de 2005/2012 a super Secretaria de Planejamento, Infraestrutura e Obras (SEPLIN) e retorna na administração de Ricardo Raymundo (PV) com a mesma força técnica de que de fato possui.
Já não era admissível que com o conhecimento que possuía permitir a ingerência de Aracelis e Adriano Rigoldi sobre obras e engenheiros sob a responsabilidade da SEPLIN e muito menos agora, com os dois doutorados que possui. Ou será que não?!
Jeane vai gerenciar Obras, Planejamento e Trânsito. As três pastas vão ser absolvidas pela “super secretaria” de Desenvolvimento Urbano após aprovação da Câmara, no retorno ao trabalho de sessões ordinárias, no dia 6 de fevereiro. As obras paradas somam mais de R$ 52 milhões em 39 convênios assinados com os governos estadual e federal.
SOB INVESTIGAÇÃO
Muitas destas obras estão sob investigação do Ministério Público Estadual (MPE). Trinta e três mil páginas de documentos e um relatório da CPE – Comissão Parlamentar Especial enchem uma das salas do MP local. Ao menos 31 obras têm fortes indícios de irregularidades e de possível desvio de dinheiro público. Jeane Rosin foi categórica: “se houvesse irregularidades eu e o ex-prefeito estávamos presos. Não há irregularidade nenhuma. Me provem!”, desafiou, durante sua primeira “entrevista coletiva” na terça-feira (10), durante cancelamento do Tupã Folia 2017.
Foi exatamente essa efusiva demonstração de afeto ao passado que agrada aos tucanos de alta plumagem. Waldemir vê em seu retorno à prefeitura a possibilidade de amenizar o seu desmando administrativo.
Taxado por muitos como bom administrador, sem considerar o fato de que apenas nos dois últimos anos de seu mandado transformou Tupã num canteiro de obras inacabadas, irregulares e com suspeitas de desvio de recurso público. Outras obras só existiram em 3D tiradas dos computadores da Secretaria que a própria Jeane Rosin comandou.
O ex-presidente da CPE – Valter Moreno calculou em seu relatório indícios do desaparecimento de mais de R$ 30 milhões. O próprio blog, antes mesmo do relatório da CPE havia estimado em um rombo de R$ 40 milhões. Associado a isso, o explícito enriquecimento ilícito de agentes políticos da ex-administração.
SOB SUSPEITA
Não à-toa, paira no ar dos bastidores políticos tupãenses a suspeição de um eventual “favorecimento” capaz de amenizar e obscurecer a ausência de estado flagrancial supostamente delitiva.
A coletiva de terça-feira teve demonstração inequívoca de truculência praticada na administração de Waldemir, cujo apelido é trator. Enquanto Jeane Rosin demonstrava nervosismo e ranger de dentes enquanto atuava como defensora de um “réu”, a ex-secretária de Cultura e Turismo – Aracelis Morales foi flagrada por testemunha ocular e auricular expressando “vou dar um soco na cara desse homem”.
O homem ao qual ela se referia era o radialista Jota Neves que interpelava Jeane Rosin sobre o fato de a ex-secretária de Turismo assinar como arquiteta. Ao encerrar a contenda – confronto entre entrevistador e entrevistado, “Aracelis foi fotografada com a mão numa posição em que se inclina demais na minha direção, invadindo meu espaço pessoal e o editor do site MaisTupã registrou o fato”.
Na linguagem corporal, conforme o portal http://ahduvido.com.br/ aproximar-se de uma pessoa nestas condições “não deve ser feito quando ainda não existe muita confiança, pois você pode parecer agressivo demais”. Portanto, a testemunha do fato, de fato acreditou que Aracelis fosse realmente cumprir o prometido, ou seja, desferir socos ou tapas no entrevistador.
Em 2011, o ex-prefeito Manoel Gaspar (PMDB) acusou Adriano Rigoldi e Aracelis de agressão a golpes de guarda chuva no aeroporto de Tupã, durante visita do ex-governador Geraldo Alckmin e a primeira dama do Estado Maria Lúcia Alckmin. Assustada com a baixaria, Lú Alckmin refugiou-se no banheiro. A briga foi pelo simples fato de que tanto um quanto o outro queria conduzir a mulher do governador sob sua proteção.
Na coletiva sobre o carnaval tupãense surgiram sintomas de revanchismo em relação a parte da imprensa por suposta divulgação de fatos desfavoráveis ao governo de Waldemir Gonçalves Lopes. Por pouco, a aparição de Aracelis e Jeane não transformou o pronunciamento do prefeito Ricardo Raymundo e de seu vice Caio Aoqui num samba do crioulo doido.
O Samba do Crioulo Doido é uma música satírica composta pelo escritor e jornalista Sérgio Porto, sob pseudônimo de Stanislaw Ponte Preta, em 1966, para o Teatro de Revista, em que procura ironizar a obrigatoriedade imposta às escolas de samba de retratarem nos seus sambas de enredo somente fatos históricos. A expressão do título é usada, no Brasil, para se referir a coisas sem sentido, a textos mirabolantes e sem nexo, segundo Wikipédia, a enciclopédia livre.
As expressões, caras e bocas das secretárias foram sem nenhum sentido e, este texto também não tem nenhum nexo. Ponto!
Leia também: A frase de Aracelis “faltou homem” sugere falta de comando na Administração de Tupã
Guarda-chuva: visita de Alckmin a Tupã pode dar o “tom” da campanha política de 2012
