Apesar disso, o prefeito lavou as mãos e colocou no “fogo cruzado” o secretário de Esportes. Ouça áudio/podcast
O prefeito de Herculândia (SP), Paulo Sérgio de Oliveira, o “Paulinho” (Progressistas) jogou contra o próprio time e agiu como Pôncio Pilatos, que foi governador ou prefeito da província romana da Judeia e, na tradição cristã, é conhecido por ter sido o juiz que não interveio contra os fariseus na condenação de Jesus Cristo a morrer na cruz.
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Apesar de aparentemente o circulo vicioso ter sido quebrado no município, depois de uma briga generalizada, que deixou um adolescente gravemente ferido, após partida de futsal da Copa Record, o chefe do Executivo também jogou no “fogo cruzado” o secretário de Esportes, Marcelo Patrício Monteiro, o “Mussum”.
Mussum ficou encarregado de empurrar o problema de insegurança na cidade ao sargento que comanda a PM local (veja vídeo), como se esse fato isolado tirasse das autoridades constituídas as suas responsabilidades no exercício de suas funções.
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Ao atribuir o descumprimento de um ofício da autoridade municipal para fazer o policiamento preventivo nas proximidades do ginásio de esportes, durante o jogo entre Herculândia e Marília, o militar ficou isolado e virou alvo de procedimento administrativo sob responsabilidade da 2ª Companhia da PM, em Tupã. Saiba mais: Secretário de Esportes admite falta de segurança para jogo em Herculândia
O capitão André Vander Zambelli teria admitido ao interlocutor do Executivo que iria investigar a eventual omissão e prevaricação da corporação, através de seu responsável na cidade, segundo Mussum em publicação feita pelas redes sociais.
Ao tentar se eximir das responsabilidades como prefeito, Paulinho dá uma bolada nas costas da sociedade que espera de um mandante como indutor de atitudes e ações de quem tem a obrigação de dirigir uma sociedade que clama por segurança.
Que o incidente registrado na noite do dia 16 de maio tenha sido a “gota d`água” que fez transbordar esse círculo vicioso estabelecido no município, onde os mandantes (Executivo e Legislativo) fingem que mandam e os subalternos aplaudem como bobos da corte a divertir o rei e sua comitiva.
Que a palhaçada desnude também os vícios e as características daqueles que se intitulam de bons costumes e defensores da família, mas lavam as mãos e deixam a sociedade a mercê pecaminoso de uma “Sodoma e Gomorra”.
Enquanto isso, não foi por acaso, que no dia 21, a PM de Tupã foi para Herculândia dar demonstração de força à criminalidade e dar satisfações à população de que está atenta. A ação surpreendeu até a Polícia Civil, que não tem sido eficaz no cumprimento de ações que deveriam ser ocultas. Saiba mais: Delegado de Herculândia desmente onda de violência
BASTOS
Entre 2009 e 2010, Bastos vivenciou a mesma situação que é verificada em Herculândia e foi através da junção de esforços da sociedade civil organizada, prefeitura, Câmara, Judiciário e forças de segurança pública que a ordem foi restabelecida – atacando o alto índice de criminalidade que crucificava a população. À época, a iniciativa também partiu da imprensa.
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