O Rádio, através de seus jornalistas, repórteres, apresentadores e narradores esportivos ainda é o meio de comunicação mais democrático. Ao mesmo tempo, que está na mansão do rico, também está na cabana do pobre.
O Rádio não tem imagem, mas você ouve e cria na imaginação a cena que você quer. Não é preciso replay. Você a tem gravada na voz memorável de quem a transmite.
Assim como tivemos um dos apresentadores do noticiário que marcou época e hoje (28) festejamos os 70 anos do radiojornalismo no país, também foi de Marília que despontou para o Brasil e o mundo, uma voz que calou-se para sempre.
Nascido em Osvaldo Cruz, onde iniciou carreira, passou por Marília e de lá para o mundo. Narrou Copas do Mundo pela Rádio Globo e Rede Globo e gritou com sua voz inconfundível centenas de gols de vários times.
Osmar Santos narrou gols da Seleção Brasileira, Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Santos, Portuguesa e outros clubes brasileiros. Foi num acidente em que infelizmente acompanhei desde o início até o desfecho final.
Na manhã do dia 23 de dezembro de 1994, eu dava um flash ao programa do Paulo Lopes (Rádio Globo) informando que o jato da empresa Amil, conduzia Osmar para a capital, onde seria tratado do trauma.
Em Lins, encontrei o veículo que Osmar acabará de adquirir. Junto ao pára-brisa massa encefálica do narrador o que calaria para sempre sua voz ritmada e poética durante as transmissões esportivas.
Eu ainda estava em Marília, trabalhando no Grupo CMN – Central Marília Noticiais (Rádio Dirceu-AM, Diário-FM, Jornais Diário e Correio) à época. Era fim de tarde, do dia 22 de dezembro de 1994. Aquele dia para mim é inesquecível, sobretudo, pela data do aniversário da minha mulher (Iraci).
Estava apressado e queria ir o mais rápido possível para casa, mas de repente, surgia na emissora Osmar Santos, por volta das 18 horas, quando começava o programa esportivo comandado por Volney Alonso. Cumprimentos, abraços e saudades. Osmar também tinha pressa.
Às vésperas do natal, pretendia viajar ainda naquela noite para uma confraternização que tinha com amigos na cidade de Birigui, região noroeste do estado, onde mantinha ao que se sabe uma sociedade numa agência de revenda de veículos.
Nesta altura do “campeonato” eu já estava em casa. Osmar Santos viajava pela SP-333, rodovia que liga Marília a Lins, mas no trevo de Getulina, sua viagem esportiva era interrompida. De repente o telefone toca na minha casa, quando iniciávamos as comemorações do aniversário de minha esposa.
Do outro lado da linha era um médico, irmão do ex-apresentador do Repórter Esso, Dalmácio Jordão, me contando o ocorrido com Osmar que horas antes, estava ao nosso lado, comentando esportes e falando do rádio.
Mas o que quero, é usar sua voz, para homenageá-lo como o apresentador das Diretas Já e dos 70 anos do radiojornalismo e, ao mesmo tempo, contemplar os amantes do futebol, com sua locução espetacular e inenarrável.
Gols da Portuguesa de Desportos na época de Enéias e o saudoso Denner:
Osmar Santos sofreu acidente na BR 153 e não na SP 333