Depois de um ciclo de seis anos, deixou um rastro de possíveis atos de improbidade administrativa, enquanto pacientes continuarão viajando 400 km para fazer um exame de ressonância magnética – ouça áudio
O ex-prefeito de Tupã (SP), Caio Aoqui (PSD) revelou toda sua imaturidade como gestor e, ao final de um mandato tampão de dois anos (2019/2020), e o de prefeito reeleito – 2021/2024, deixou um rastro de possíveis atos de improbidade administrativa que poderá determinar pela sua inelegibilidade política.
Caio Aoqui exerceu um “governo sem cara”, mas com a fisionomia da ineficiência e da traição. Usou da prerrogativa do cargo que ocupou e abusou do poder de manipulação conforme a sua vontade iniciada como uma brincadeira de criança.
O tempo passou, e é possível afirmar de que Caio Aoqui praticamente brincou de ser prefeito, assim como fazia na cidade de Arco-Íris, onde encontrou inspiração política se espelhando em Everton Nakashima.
A “dinâmica dupla” não deixa saudades, mas uma herança que Tupã carregará para o seu centenário – dívidas, ações e obras dissociadas das reais necessidades da maioria da população, e a falta de sentimento ao omitir informações, mentir sobre os verdadeiros interesses e o de prevaricar.
Faltar ao cumprimento do dever por interesse ou má-fé – cometer abuso de poder, provocar injustiças ou causar prejuízo ao Estado – logo, está sujeito a ser punido. É nesse sentido que caminha o futuro político de Caio Aoqui.
O ato de improbidade é qualquer ação ou omissão desonesta que, além de revelar fraude, má-fé e abuso de confiança, tem o objetivo de gerar uma vantagem para ele mesmo ou a outra pessoa, causando prejuízos ao patrimônio público.
ORDEM DO VETO
A derrubada do veto parcial a um autografo da lei nº 5.313, do Projeto de Lei nº 120/2024, 30/12/2024, em seu artigo 4º é a prova da tese de improbidade possivelmente praticada pelo ex-prefeito, após não repassar os R$ 6 milhões para a compra do equipamento de ressonância magnética para a Santa Casa.
Caio Aoqui usou de influência dos votos que recebeu em sua reeleição e na eleição do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) para projetar o seu sucessor Wilson Quiles Junior, o “Quilão” (PSD), nas eleições de 2024, sob a promessa de que os pacientes de Tupã não precisariam mais viajar 400 km, até Ourinhos, atrás de um exame de ressonância.
O próprio governador, em sua primeira visita à Tupã, em outubro de 2023, para prestigiar o show da “Coleguinha”, na Exapit, anunciou no Anfiteatro “José Antônio Parra Gomes” à Irmandade da Santa Casa a liberação de R$ 7 milhões, para a compra do equipamento e a reforma e adequação do laboratório que receberia o aparelho.
Caio Aoqui, traiu a confiança do governador Tarcísio, talvez por isso, não ocupa cargo no Palácio dos Bandeirantes, traiu a Irmandade e a população de Tupã que ainda confiou 15 mil votos ao seu candidato.
Até os princípios da Ordem Demoley – uma sociedade fundada por Frank S. Land – foram contrariados nos equívocos comportamentais de Caio Aoqui que lhe faltou companheirismo, fidelidade, pureza e patriotismo. A ordem o exaltou pela vitória de 2020, como prefeito Demoley.
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Na ordem do dia, da primeira sessão ordinária da nova legislatura da Câmara de Tupã, em 3 de fevereiro, após a derrubada do veto, foi publicada a forma correta de lei que destina R$ 6 milhões para a Santa Casa.
O prefeito Renan Pontelli (PSDB) discute com a diretoria da unidade de saúde a forma como o repasse deverá ser feito.
SOL NAS LUZES
Na contramão da argumentação usada para justificar o motivo pelo qual não teve tempo hábil para repassar o dinheiro da Santa Casa, ainda que o recurso estivesse nos cofres da prefeitura desde junho, Caio Aoqui agiu como um ninja do Japão feudal ao lado de seu fiel escudeiro Everton Nakashima para bancar um contrato de R$ 10 milhões, no apagar das luzes de seu mandato.
O contrato em questão previa às pressas a instalação de placas solares nas escolas da rede municipal de ensino, na UBS “Dr. Francisco Spadaro Júnior”, na AMAE II e no Ginásio de Esportes “Diomercino Rodrigues”, na zona Sul.
O contrato suspeito será investigado por uma CPE – Comissão Parlamentar Especial – proposta pelo vereador André Gustavo Zanoni Braga de Castro, o “Pena Castro” (Novo), que tem como integrantes ainda os parlamentares Charles dos Passos Sanches (PL) e Ueligton Henrique Ignovesky Hanamoto (PSD).
Informações já dão conta de que o famigerado contrato importou em outros gastos exorbitantes, segundo o presidente do Legislativo, Marcos Gasparetto (PSD) – R$ 750 mil, para serviços complementares que não se sabe quais foram.
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Só o estudo preliminar para a colocação da central fotovoltaica teve custo de R$ 350 mil, e o treinamento de cinco funcionários da prefeitura que fariam a manutenção do inoperante sistema de mais R$ 750 mil. Como se nota, há muito sol incidindo sobre luzes – ofuscando a probidade administrativa – que consiste em planejamento, organização, direção e controle daquilo que é público.
OUTROS CASOS
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Os processos se avolumam nas esferas civil e criminal – que os digam o “Caso Natália” investigado e denunciado ao Ministério Público, cujo indiciamento aconteceu em 26 de setembro, além da investigação da Operação Esparela – que resultou em diligências de busca e apreensão para encontrar informações que materializem eventuais crimes de fraude em licitações no período da Covid-19.
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