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Resultados das eleições em Tupã prevê cobrança de pênaltis

Em Tupã (SP), prefeito Caio Aoqui e o vice-prefeito Renan Pontelli comemoram vitórias nas eleições proporcionais. Polarização faz Brasil acordar de ressaca, como numa quarta-feira de cinzas, ou derrota após clássico.

Os quase 215 milhões de brasileiros acordaram nesta segunda-feira (3) meio que adormecidos, como que numa quarta-feira de cinzas, após os festejos de carnaval. Não é folia de Momo, e nem futebol, mas a nação assistiu a um clássico da democracia.

Ao final, a peleja terminou num empate técnico, considerando a margem de erro de dois pra lá e dois pra cá. Como que nos passos de um mestre sala e porta bandeira.

O emblema da nação virou alvo de disputa de agremiação política, numa alegórica corrida eleitoral, mas ao final, todos chegaram à dispersão dentro do horário estabelecido.

A prorrogação está prevista para o dia 30 de outubro, quando Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Fernando Haddad (PT) voltarão a campo para a disputa da presidência da República e do governo de São Paulo, respectivamente.

PRIMEIRO TEMPO

Até lá, o prefeito de Tupã, Caio Aoqui (PSD) e o vice-prefeito Renan Pontelli (PSDB) comemoram as vitórias “parciais” nas eleições proporcionais. Em tese, os dois saíram vitoriosos com os resultados.

Ainda que Walter Ihoshi (PL), mais uma vez tenha ficado de fora, com seus 55.027 votos, dos quais, mais de 15% obtidos em Tupã – 8.545 votos válidos, o candidato fez dobradinha com Ricardo Madalena (PL) – eleito com 90.630 votos. Em Tupã, o deputado atingiu 4.015 votos (4,5%). Madalena também dobrou com Motta.

Além disso, Caio França (PSB), apoiado pelo vice-prefeito Renan Pontelli foi reeleito para o terceiro mandato com 105.173 votos ante os 162.166 obtidos em 2018. Com menos 57 mil votos, os 2.922 viabilizados em Tupã tiveram um peso maior de quase 3% do montante que o elegeu.

Já nas eleições majoritárias, apenas Caio Aoqui apostou na “milhar seca” ou (na cabeça) ao apoiar Bolsonaro, Tarcísio e os candidatos a deputados estadual e federal do PL. Tendência que deveria se manter pelo eleitorado tupãense, assim como em 2018. Bingo!

O presidente vai para o segundo turno com 23.255 votos válidos no município de Tupã e venceu as eleições, com um percentual de 65,03%. O ex-presidente Lula foi o segundo mais votado com 9.722 (27,19%).

Para governador, Tarcísio que durante todo o percurso aparecia em segundo nas pesquisas de intenção de voto e sujeito a eventualmente ser ultrapassado pelo governador Rodrigo Garcia (PSDB), se valeu da força bolsonarista no interior paulista, e no sprinting final ultrapassou Haddad.

Em Tupã, Tarcísio também foi o mais votado com 21.876 votos válidos – 66,2%, contra os 7.294 votos de Haddad – 22,07%.

Além disso, o senador eleito por São Paulo foi o astronauta Marcos Pontes (PL), com 10.714.913 votos, 21.478 só em Tupã. O ex-governador Márcio França (PSB), pai de Caio França ficou em segundo com 7.822.518, dos quais, 6.528 votos em Tupã.

Portanto, o prefeito Caio Aoqui vai para o tempo regulamentar com Bolsonaro e Tarcísio em disputa contra Lula e Haddad.

Já o vice-prefeito Renan Pontelli, por questão de relacionamento com o deputado Caio, torce pelo sucesso da família França, mas seu voto declarado é em Bolsonaro e Tarcísio de Freitas.

SEGUNDO TEMPO

Do lado da “oposição” que se formou a partir da tentativa de eleger uma dobradinha de Tupã liderada por antigos caciques da política local – entre os quais, o ex-prefeito Waldemir Gonçalves Lopes (PSDB) e outros tucanos “desninhados”, também há clima de conquista: o sindicalista e tupãense Luiz Carlos Motta (PL) conseguiu a reeleição com 6.182 votos (6% dos votos) dos 104.730 votos obtidos em todo o estado.

Já o empresário tupãense – ribeirão-pretano Thiago Santos (PL), foi o candidato a deputado estadual mais votado em Tupã, com 7.670 votos (23,24%) e 9.780 no geral.

Por trás da dobradinha houve um arranjo de possíveis acordos que envolvem desde a eleição da nova mesa diretora da Câmara, às eleições municipais de 2024.

– Quanto a eleição da Câmara, orientamos o Motta a não se envolver com essa questão, garantiu um “tucano de alta plumagem”.

Por outro lado, aqueles que têm pretensão no pleito de 2024, desde que se viabilizem politicamente e se apresentem como competitivos terão o apoio do grupo, recém formado para as eleições deste ano.

Nesta lista agora aparecem vários nomes: Tiago Santos, professor Waldemir, vereador Paulo Henrique Andrade (PSDB) e até o pastor Bruno Eduardo Guilhen Marquezi (Podemos). O evangélico apoiou Motta também nestas condições e pretensões.

ACRÉSCIMOS

Assim, vislumbra-se nos acréscimos uma intensa briga interna dentro do ninho tucano local, entre a ala conservadora e a mais jovem, que determinou ao então vereador Renan Pontelli (PSB) ir para a sigla e ser o vice de Caio Aoqui.

Para 2024, a palavra é a de que Renan Pontelli será o sucessor natural de Caio Aoqui, mas não está certo por qual agremiação, com os atuais e novos interesses que passam também pela eleição da Câmara de Tupã, em dezembro próximo.

Sobre essa situação, diante das eleições deste domingo (2) e do que está por vir, em 30 de outubro, considerando as eleições do Legislativo, somente após os festejos de Natal e de Reveillon será possível prever alguma alteração no quadro atual da política tupãense.

Até lá restarão 1 ano e meio para a próxima partida e dois carnavais. A disputa em ida e volta poderá ser concluída apenas em cobrança alternadas de pênaltis. Quem perder, fica de fora da passarela.

Leia também: ESQUERDA, VOLVER: campanha de Bolsonaro em Tupã é comandada por sindicalistas e tucanos

Caio articula para se manter viável após as eleições

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