A colocação de corpos no Velório Municipal causou revolta de funcionários da Prefeitura que denunciaram exposição ao vírus. Chefe do Executivo vai resolver o impasse.
O prefeito Caio Aoqui deve se reunir com a diretoria da Santa Casa para discutir um acordo entre o hospital e as empresas funerárias de Tupã.
O número elevado de mortes por Covid-19 nos últimos dias, após o surto que matou 9 idosos assistidos pela Casa Emanuel resultou num entrevero entre as partes.
A descoberta do fato pela reportagem aconteceu após o empresário José Garcia Neto, o “Neto da Saúde” se manifestar em uma postagem da fanpage Jotaneves criticando a divulgação do fato.
– Boa tarde JOTA NEVES, aqui quem fala é o Neto da São Vicente. Estou tomando a liberdade para falar em nome das empresas Tamoios e Santa Lourdes, que com certeza trabalham dentro dos padrões, pois, estamos mexendo com vidas e não com fofocas.
OS FATOS
A verdade é que há um decreto do Executivo que regulamenta velórios e a ordem de sepultamentos por conta da pandemia, mas as 9 últimas mortes na sequência, causou uma desorganização neste processo.
A Santa Casa acionava o serviço funerário São Vicente e determinava a retirada dos corpos e a empresa os conduzia para o Velório Municipal.
De acordo com as informações, quatro corpos foram mantidos no local, a partir de autorização do secretário de Obras e Planejamento, Valentim César Bigeschi, mas sem o consentimento do prefeito Caio Aoqui, que agora tenta encontrar uma solução para evitar que o fato se repita.
Além de inadequada a manutenção de corpos de vítimas da Covid-19 no local, os funcionários que trabalham naquele estabelecimento ficavam expostos à contaminação.
A partir da denúncia feita, foi determinada a esterilização do ambiente, entretanto, ainda não foi realizada.
De acordo com o empresário “Neto da Saúde” (foto), sua empresa está cumprindo todas as determinações da Prefeitura.
Segundo as informações, na noite de segunda-feira (21) quando morreu mais um paciente da Casa Emanuel, o corpo foi retirado do hospital e levado para o Velório Municipal, onde permaneceu até a manhã desta quarta-feira (22).O sepultamento foi realizado no Cemitério da Saudade, às 9h30.
De acordo com o apurado pela reportagem, apenas a Funerária São Vicente teria levado os 4 últimos corpos de vítimas do coronavírus para o local. Para evitar a contaminação de funcionários que utilizam o ambiente para trabalhos relacionados aos cemitérios foram afixados plásticos nos vitrais do prédio para impedir a propagação do vírus, mas a medida foi considerada insuficiente.