Falta de leito nos hospitais e de ambulância podem ter provocado a morte de mais um aposentado. Enquanto isso, ninguém mais fala no Samu. ex-prefeito Waldemir Gonçalves Lopes (PSDB) antes das eleições prometeu entregá-lo em novembro. Após as eleições, atual prefeito Manoel Gaspar (PMDB) ainda não “tocou” no assunto.
Já são duas as mortes registradas em menos de um (1) ano em Tupã por conta de negligência e omissão médica. Os hospitais de Tupã,
São Francisco e Santa Casa produzem todos os dias situações dramáticas. Quando não é a falta de médico é a falta de leitos nas UTIs que causam transtornos à população.
A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) que atende além de pacientes de Tupã, também de mais sete municípios: Herculândia, Queiroz, Rinópolis, Arco-Íris, Bastos, Iacri e Parapuã, não consegue dar conta da demanda.
Há algumas semanas, pessoas socorridas vítimas de acidentes de transito na cidade, tiveram que aguardar atendimento dentro da Unidade de Resgate do Corpo de Bombeiros, por não haver vagas nos hospitais. O fato foi confirmado por um bombeiro que não quis se identificar.
Nesta terça-feira (28) aconteceu de novo. O aposentado Juvêncio Augusto de Souza, 83 anos, morador no Distrito de Varpa, passou mal, foi socorrido a UPA, recebeu o atendimento médico e houve a necessidade de interná-lo em uma UTI, mas em nenhum dos dois hospitais havia vagas.
A longa espera causou grande sofrimento à família e, quando surgiu uma vaga na UTI, não havia ambulância para socorrê-lo. Juvêncio não resistiu e morreu, assim que deu entrada na Santa Casa. Nesse momento, outro impasse aconteceu: os médicos se recusavam a assinar o atestado de óbito, alegando que o paciente já teria saído da UPA sem vida. A situação só foi resolvida com a chegada da Polícia.
Indignado Manoel Messias de Souza, filho do aposentado perguntou: “Até quando as pessoas vão continuar morrendo em Tupã, por negligência e falta de atendimento médico”. Às vésperas das eleições de 2012, outro aposentado morreu na mesma circunstância. Depois de ser atendido na UPA, precisava ser levado para o hospital São Francisco, mas sequer havia ambulância.
Enquanto isso, nenhuma autoridade da área da Saúde em Tupã se manifestou e, nem mesmo o diretor da Santa Casa, Laércio Garcia. Sobre a falta de ambulância o secretário da Saúde, Antonio Brito, também foi procurado na quarta-feira (29). Funcionários da Secretaria da Saúde informaram que ele estava no hospital São Francisco.
No hospital a informação era de que ele estava em reunião e não poderia atender a imprensa para falar sobre o assunto. Enquanto isso, os hospitais que tiveram os repasses municipais dobrados para atender pacientes continuam sem médicos e sem prestar o atendimento adequado, um problema que só seria resolvido com uma dura intervenção, seja do município ou do estado.
Mas o pior que não existir leitos suficientes é não haver ambulância para ao menos encaminhar um paciente às unidades de saúde de Tupã. Em menos de um (1) ano, duas mortes com os mesmos sintomas que caracterizam que a saúde em Tupã, continua à beira da morte. Já a viatura do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) doada para o município, pelo governo Federal desenvolver um atendimento regionalizado continua enferrujando em algum galpão.