Eles atuam em unidades de saúde do município. O primeiro a chegar em Tupã em março de 2014, já retornou ao seu país.
Dos três médicos cubanos que atuavam em Tupã, apenas dois permanecem com contrato de trabalho e seguem atuando nas unidades de saúde do município, mas aguardam posicionamento do governo de Cuba para retornarem ao seu país.
Há informações extraoficiais de que um deles teria se casado em Tupã, e pode pedir exílio político ao futuro presidente Jair Bolsonaro, que já antecipou que o concederá.
O primeiro médico cubano, Neudys Mazorra chegou em Tupã no dia 14 de março de 2014, e foi apresentado à imprensa três dias depois pelo então prefeito Manoel Gaspar.
Mazorra atuava na Unidade de Saúde da Família Setor B “Miriam Roseli Benito Pimentel”, no Conjunto Habitacional “ Antônio Pereira Gaspar”, mas seu contrato venceu o ano passado.
Em função dos pontos facultativos decretados pelo prefeito José Ricardo Raymundo, não foi possível apurar quantas pessoas ficarão prejudicadas com a saída dos médicos cubanos.
O feriadão fez com que os funcionários públicos municipais fizessem um “viaduto” a partir do feriado da Proclamação da República, quinta-feira (18), com retorno previsto para quarta-feira, dia 21,
Também não há detalhes sobre as providências que o município adotará para manter o atendimento das famílias contempladas pelas Unidades de Saúde onde os cubanos dão atendimento.
A grande dificuldade dos municípios é convencer mesmo os médicos recém-formados a aceitarem trabalhar 8 horas diárias por um salário de pouco mais de R$ 10 mil. Nestas condições, os brasileiros optam por atendimentos em prontos socorros, clínicas, e em caso de atendimento aos municípios, sem cumprimento de carga horária. O Programa Unidade Saúde da Família também prevê visitas domiciliares.
O CUBANO
O cubano Neudys Mazorra deixou Tupã com 37 anos. Antes de atuar no Brasil, o profissional com 13 anos de experiência já havia trabalhado durante 4 anos na Venezuela e em missões médicas como no terremoto no Paquistão.
O Programa Mais Médicos foi lançado em 2013 pela Presidente Dilma Rousseff, e fazia parte de um amplo pacto de melhoria do atendimento aos usuários do Sistema Único de Saúde, que previa mais investimentos em infraestrutura dos hospitais e unidades de saúde, além de levar mais médicos para cidades com demanda dos profissionais.
Leia também: Passional: médico cubano vira alvo de ex-médicos de PSF da Zona Leste
CONGRESSO EM FOCO
De acordo com o portal Congressoemfoco.uol.com.br, os prefeitos farão apelo a Temer pela manutenção de médicos cubanos no país. O receio é que a ausência dos profissionais de Cuba leve à desassistência básica de saúde a mais de 28 milhões de pessoas.
O presidente Michel Temer participa nesta segunda-feira (19) à tarde do Encontro dos Municípios Brasileiros – Avanços da Pauta Municipalista, na sede da Confederação Nacional de Municípios (CNM), em Brasília. Participam também ministros, parlamentares e prefeitos. Uma das principais preocupações dos prefeitos e secretários municipais de Saúde são as mudanças no Programa Mais Médicos.
A CNM, na semana passada, divulgou notas em que demonstrou preocupação com a saída dos profissionais cubanos do programa. Segundo a nota de sexta-feira (16), foi feito um apelo ao Ministério da Saúde e à Presidência da República para novas medidas sejam apresentadas até sexta-feira (23).