O criminalista Wagner Fuin (PMDB) foi vítima da própria omissão e de um marketing do “arrastão”.
Terminadas as eleições municipais o momento é de reflexão. Reflexão que deve ser feita por vencedores e vencidos. Segundo ditado popular “de médico e de louco todo mundo tem um pouco”. Pelo que vemos ouvimos e lemos, temos mais no que se refere “de louco” do que de “médico”.
A campanha política em Tupã foi mais ou menos assim: de um lado candidatos ponderados, conscientes; outros convencidos e aqueles tresloucados – quase sem razão ou juízo. “Um bando de loucos – loucos por ti – Fuin”. Mas, faz parte de nosso cotidiano, e da diferenciação do caráter de cada um, pois somos individualistas e egoístas.
Loucos foram o prefeito de Tupã Manoel Gaspar (PMDB) e o vereador Antônio Alves de Sousa, Ribeirão (PP) que acreditaram na escolha que fizeram. Nem tanto pelo candidato, mas os escolhedores eram errados para o momento. Azar de Fuin – que também teve sua parcela de culpa pela omissão e pela permissão de um marketing político arcaico – do tipo “arrastão”.
Enquanto os escolhedores fizeram um governo aloprado, cheio de ranço e individualista, Fuin como presidente da OAB – Ordem dos Advogados do Brasil – Subseção de Tupã teve pouca ou quase nenhuma participação nas questões políticas e sociais do município. Foi um egoísta e não fez exercer a função social da entidade que preside, mesmo assim, de repente tornou-se candidato a prefeito de Tupã.
É possível que eu esteja equivocado, mas durante os quase 10 anos de atuação de Fuin como presidente da OAB, só consegui entrevistá-lo quando Gaspar o apresentou como “um factoide capaz de mudar o cenário da política local”.
A partir desse momento Fuin foi visto pela primeira vez desfilando na Passeata do Dia Nacional das Pessoas com Deficiência em Tupã. Desconfortável – empurrava a cadeira do candidato a vereador José de Jesus Manzano Martin, “Nenê Manzano” (PP). Foi visto caminhando pelas ruas do comércio com dezenas de pessoas gritando “Somos um bando de loucos por ti – Fuin”.
Tornou-se repentinamente o “portador” da moralidade e de combate ao mal feito, mas na contramão do discurso não agiu como presidente de uma entidade que é sinônimo de busca incessante de aproximação com as entidades operadoras do direito, a categoria e a sociedade no cumprimento de sua função social.
Além disso, consentiu com um pseudo marketing que possivelmente tenha praticado a injúria, calúnia e difamação, fato este advertido pelo juiz Eleitoral, Emílio Gimenez Filho. A ação foi idêntica a das eleições de 2012 quando o ex-prefeito Waldemir Gonçalves Lopes (PSDB) apoiava a candidatura de Lucília Donadelli (PP).
Adversários em 2016, as duas criaturas de Gaspar acreditavam que seriam os atores principais, mas o enredo reservou outro final. Os coadjuvantes tornaram-se as principais estrelas. No epílogo restou à situação o grito de guerra de um “bando de louco por ti – Fuin”. Os possíveis vencedores perderam. Mesmo aqueles que não se dão por vencido foram derrotados na guerra. “Ah, eu tô maluco”.
Na guerra de grito ou no marketing de guerrilha como descrito por Jay Conrad Levinson no seu popular livro Guerrilla Marketing de 1982; venceu o marketing “invisível”. A propaganda política da campanha de Ricardo Raymundo e de Caio Aoqui permitiu que a ideia fosse repassada entre as pessoas, mesmo sem elas estarem cientes da exposição da mensagem e da persuasão a qual estavam submetidas.
A interação com a proposta foi tanto off-line como on-line. Ligou o grito das ruas de 2013 ao silêncio da campanha de formiguinha. A vitória de Ricardo e Caio foi delineada mesmo antes de se tornarem candidatos a prefeito e vice, respectivamente. Por ironia ou coincidência teve início a partir do começo do mandato partilhado de Gaspar e Ribeirão, também em 2013.
Gaspar também foi o maior cabo eleitoral de Ricardo e Caio – demonstrando inexoravelmente que um mandato pode ser pouco, dois pode ser bom, mas três é ruim demais. Serviu também para Waldemir. É preciso consciência e renovar sempre!