“Um bando de loucos por ti – Fuin”

O criminalista Wagner Fuin (PMDB) foi vítima da própria omissão e de um marketing do “arrastão”.

Foto: Facebook/Divulgação - caminhada/arrastão
Foto: Facebook/Divulgação – caminhada/arrastão

Terminadas as eleições municipais o momento é de reflexão. Reflexão que deve ser feita por vencedores e vencidos. Segundo ditado popular “de médico e de louco todo mundo tem um pouco”. Pelo que vemos ouvimos e lemos, temos mais no que se refere “de louco” do que de “médico”.

A campanha política em Tupã foi mais ou menos assim: de um lado candidatos ponderados, conscientes; outros convencidos e aqueles tresloucados – quase sem razão ou juízo. “Um bando de loucos – loucos por ti – Fuin”. Mas, faz parte de nosso cotidiano, e da diferenciação do caráter de cada um, pois somos individualistas e egoístas.

Loucos foram o prefeito de Tupã Manoel Gaspar (PMDB) e o vereador Antônio Alves de Sousa, Ribeirão (PP) que acreditaram na escolha que fizeram. Nem tanto pelo candidato, mas os escolhedores eram errados para o momento. Azar de Fuin – que também teve sua parcela de culpa pela omissão e pela permissão de um marketing político arcaico – do tipo “arrastão”.

Enquanto os escolhedores fizeram um governo aloprado, cheio de ranço e individualista, Fuin como presidente da OAB – Ordem dos Advogados do Brasil – Subseção de Tupã teve pouca ou quase nenhuma participação nas questões políticas e sociais do município. Foi um egoísta e não fez exercer a função social da entidade que preside, mesmo assim, de repente tornou-se candidato a prefeito de Tupã.

O dia "D" da coletiva "que iria mudar o cenário político tupãense", segundo Gaspar e Ribeirão
O dia “D” da coletiva “que iria mudar o cenário político tupãense”, segundo Gaspar e Ribeirão

É possível que eu esteja equivocado, mas durante os quase 10 anos de atuação de Fuin como presidente da OAB, só consegui entrevistá-lo quando Gaspar o apresentou como “um factoide capaz de mudar o cenário da política local”.

A partir desse momento Fuin foi visto pela primeira vez desfilando na Passeata do Dia Nacional das Pessoas com Deficiência em Tupã. Desconfortável – empurrava a cadeira do candidato a vereador José de Jesus Manzano Martin, “Nenê Manzano” (PP). Foi visto caminhando pelas ruas do comércio com dezenas de pessoas gritando “Somos um bando de loucos por ti – Fuin”.

Tornou-se repentinamente o “portador” da moralidade e de combate ao mal feito, mas na contramão do discurso não agiu como presidente de uma entidade que é sinônimo de busca incessante de aproximação com as entidades operadoras do direito, a categoria e a sociedade no cumprimento de sua função social.

Além disso, consentiu com um pseudo marketing que possivelmente tenha praticado a injúria, calúnia e difamação, fato este advertido pelo juiz Eleitoral, Emílio Gimenez Filho. A ação foi idêntica a das eleições de 2012 quando o ex-prefeito Waldemir Gonçalves Lopes (PSDB) apoiava a candidatura de Lucília Donadelli (PP).

Adversários em 2016, as duas criaturas de Gaspar acreditavam que seriam os atores principais, mas o enredo reservou outro final. Os coadjuvantes tornaram-se as principais estrelas. No epílogo restou à situação o grito de guerra de um “bando de louco por ti – Fuin”. Os possíveis vencedores perderam. Mesmo aqueles que não se dão por vencido foram derrotados na guerra. “Ah, eu tô maluco”.

Foto: Facebook/Divulgação - conscientização
Foto: Facebook/Divulgação – conscientização

Na guerra de grito ou no marketing de guerrilha como descrito por Jay Conrad Levinson no seu popular livro Guerrilla Marketing de 1982; venceu o marketing “invisível”. A propaganda política da campanha de Ricardo Raymundo e de Caio Aoqui permitiu que a ideia fosse repassada entre as pessoas, mesmo sem elas estarem cientes da exposição da mensagem e da persuasão a qual estavam submetidas.

A interação com a proposta foi tanto off-line como on-line. Ligou o grito das ruas de 2013 ao silêncio da campanha de formiguinha. A vitória de Ricardo e Caio foi delineada mesmo antes de se tornarem candidatos a prefeito e vice, respectivamente. Por ironia ou coincidência teve início a partir do começo do mandato partilhado de Gaspar e Ribeirão, também em 2013.

Gaspar também foi o maior cabo eleitoral de Ricardo e Caio – demonstrando inexoravelmente que um mandato pode ser pouco, dois pode ser bom, mas três é ruim demais. Serviu também para Waldemir. É preciso consciência e renovar sempre!

FORA RIBEIRÃO

Durante os protestos era comum ver cartazes como estes...
Durante os protestos era comum ver cartazes como estes…

 

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