Chegada de lobista à Secretaria de Finanças pode tirar vice-prefeito do Paço e levar vereador à oposição.
A chegada do ex-secretário de Waldemir Gonçalves Lopes (PSDB) à Secretaria de Finanças de Tupã-SP, pode literalmente tirar do Paço Municipal o vice-prefeito, Thiago Santos (PT) e levar para oposição o vereador Caio Aoki (PSDB). Como se nota, a chegada de Walter Bonaldo Filho (PMDB) ao Governo de Manoel Gaspar (PMDB) significa um misto de constrangimento e de desagregação política.
O constrangimento fica por conta da nomeação de mais um ex-secretário da administração anterior, assim como Antonio Brito (PT) responsável pela Saúde; Valentim César Bigeschi (Infraestrutura); Danilo Aguilar Filho (Obras) ainda que não ocupasse nenhum cargo na administração anterior, foi líder do ex-prefeito na Câmara, entre vários outros nomes que ocupam o segundo escalão.
É como se o eleitor tivesse sido enganado. A ideia era fazer diferente de novo. Assim como há 17 anos, Gaspar significou uma mudança nas eleições de 2012. Uma Renovação de novo, ainda que não fosse mais. Foi eleito como tal e frustrou logo mesmo antes de tomar posse. No passado, Gaspar quebrou paradigmas e apostou em novos conceitos. E, hoje, o que mudou? Nada. É preciso redefinir o Governo as partir dos primeiros dias de 2014.
Ainda assim, acredito que Manoel Gaspar pode virar o jogo e mostrar que é diferente de Waldemir. Em que sentido: em termos de ação e propósitos políticos de desenvolvimento do município. Foi assim com a infraestrutura que levou para 15 bairros que sequer tinham rede de galerias e, há mais de 30 anos, eram abandonados nas zonas norte, leste e sul.
Após 30 anos Tupã conquistou mais três escolas estaduais (João Geraldo Iori, Mário Covas e Odinir Magnani); Escola Técnica (ETEC) Massayuki Kawano; Unesp; criação do 3º Distrito Industrial (DI) e regularização dos dois primeiros, ainda do tempo de Jesus Guimarães e Carlos Messas e elevou Tupã à condição de Estância Turística, entre outras ações. Já Waldemir, não deixou qualquer legado.
Waldemir deixou além das praças bonitas e a cidade maquiada, embelezada na verdade; 33 obras inacabadas, das quais, 31 irregulares, o que caracteriza falta de planejamento e zelo pelo dinheiro público; enriquecimento ilícito de alguns integrantes do governo; fraudes em concursos públicos, entre outros desmandos administrativos praticados de forma truculenta. Já neste terceiro mandato, Gaspar não tem demonstrado a que veio ou a que retornou. Restam-lhe três (3) anos para virar o jogo. Mas as peças não se encaixam e a oposição comemora e já é vista juntando o quebra-cabeça enfrente a “lotérica da sogra”, como visto nesta terça-feira (24) véspera de Natal.
A propósito, a chegada de Walter Bonaldo, ex-braço direito de Waldemir e autor intelectual das obras (Leão & Leão e Cia) deve literalmente provocar a saída do vice-prefeito do prédio central para uma suposta sala junto à Secretaria de Meio Ambiente, hoje instalada nas dependências do Centro de Integração do Menor (CIM). O descontentamento político também atinge o parlamentar Aoki. Ele teria sugerido a manutenção de Ruy Oshiro na Secretaria de Finanças com apoio da colônia japonesa. Oshiro que atua nessa pasta desde à época de Guimarães.
A repercussão da saída de Oshiro extrapola os limites políticos locais, bem como a chegada daquele que um dia, agiu como lobista em sua curta passagem por Tupã. Por enquanto, o que se nota é que Gaspar ainda não tomou as rédeas da administração. É como que por ironia do destino, Waldemir ainda assombrasse Gaspar.
A Ceia de Natal está preparada à mesa política. O Ano Novo bate à porta da Casa Tupã e o bom velhinho pode entrar e trazer bons presentes em 2014. Se isso não acontecer a tempo a oposição vai se fartar de guloseimas. O pessoal é guloso, apenas para exemplificar um dos 7 pecados capitais. Pode apostar! Portanto, Gaspar é preciso saber qual direção tomar e seus pontos cardeais.