A crise de ordem institucional é provocada pelo manipulador Antonio Alves de Sousa, “Ribeirão” (PP).
O parlamentar é especialista em provocar crises onde ele mesmo aparece para resolver o problema e vender facilidades. Facilidades a um alto custo. Mas, não é isso que tem acontecido após a criação do G-9 e a eleição da nova Mesa Diretora da Câmara. Essa velha tática não tem dado o resultado esperado e o prefeito Manoel Gaspar (PMDB) está “colhendo” o resultado dessas ações maquiavélicas de seu manipulador.
Rebuscando livros em busca de explicações sobre a política na Grécia antiga para os tempos modernos “redescobrimos” os mesmos conceitos “maquiavélicos” existentes em teorias de pensadores como Nicolau Maquiavel e Thomas Hobbes, defensores da política moderna e do absolutismo, respectivamente que deixaram legados atemporais (pertencentes ao passado e o presente).
Termos como traiçoeiro, astucioso, velhaco ardiloso são depreciativos como maquiavélico e mostram a falta de escrúpulos dos políticos, que objetivam normalmente auferir ganhos pessoais, sem levar em conta o interesse público ou ao caráter nefasto da política.
“Junto com Maquiavel, Hobbes pode ser considerado como dois teóricos mais malditos da ciência política. Sua visão pessimista do ser humano, visto como naturalmente não sociável, sedento por lucro e glórias, belicoso por natureza contribuiu para esta má fama”, explica Manoel Caetano Passos, graduado em ciências sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1984), mestrado em Ciência Política pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2006) e doutorado em Ciência Política pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2013).
Thomas Hobbes, teórico defensor do absolutismo e, por consequência dos poderes ilimitados do Estado, difundia o pensamento de que “os homens tendem a se jogar uns contra os outros pelo desejo de poder, riquezas e propriedades”.
Portanto se dois homens desejam a mesma coisa, ao mesmo tempo em que é impossível ela ser governada por ambos, eles se tornam inimigos. E no caminho para seu fim esforçam-se para destruir ou subjugar um ao outro, exemplifica o doutor Manoel Caetano Passos, abordando o tema: “Política, Democracia e Participação Social”, em obra organizada pela Universidade Luterana do Brasil.
É exatamente isso que Tupã está vivendo após o período de Renovação de 2007/2004. O apelo pela renovação política veio após a “era” Jesus/Carlão. Passado esse momento, nos deparamos com o retrocesso político iniciado a partir de 2005 com Waldemir Gonçalves Lopes (PSDB) e consumado agora neste terceiro mandato de Gaspar/Ribeirão.
O texto acima tenta contemporizar até que seja possível entender o que está acontecendo com o governo de Manoel Gaspar (PMDB). O deixou nas mãos do vereador Antonio Alves de Sousa, “Ribeirão” (PP) e não consegue mais sobreviver sem as amarras nefastas do parlamentar. O domínio é exercido também a partir do circulo familiar do próprio prefeito, a saber, através de Gustavo Gaspar, presidente do PMDB e Maria Elisa Gaspar que ocupou as Secretarias de Governo e Administração.Todo o revés que a atual Administração tem sofrido mesmo antes da posse e até o terceiro ano deste mandato, tem por trás a sombria presença de Ribeirão segurando às rédeas do poder, além do atual quadro político e econômico ser desfavorável a qualquer político.
AS AÇÕES
Ribeirão sugeriu a nomeação dos filhos de Gaspar ao Governo para facilitar seu trânsito dentro da Administração e o resultado foi desastroso. Comandou as nomeações e a Justiça determinou a exoneração de todos os comissionados. Gaspar foi obrigado a negociar com vereadores para fazê-lo presidente da Câmara e o resultado foi desastroso para o Executivo. Pior: não existia nenhum pacto de compromisso com a governabilidade. Só o Ribeirão se deu bem enquanto durou.
Ribeirão impôs ainda secretários em várias outras pastas além de Turismo e Desenvolvimento Econômico. Trouxe para comandar Finanças o ex-secretário da Administração Waldemir, Valter Bonaldo Filho. Bonaldo foi autor de negociações com várias empresas sob suspeita de apresentar notas frias para desviar recursos públicos para caixa 2 de campanha. O caso é “investigado” por uma CPE que não chegou a lugar nenhum.
O ex-presidente da Câmara emplacou ainda mudança nas Secretarias de Governo, Administração, Finanças e Esportes, Assessoria de Imprensa e de Relações Institucionais sempre de acordo com sua conveniência.
Como presidente da Câmara e simultaneamente sentando na cadeira do Executivo, Ribeirão se sentiu ainda mais possuído pela gana do poder e despertou ciúmes entre parlamentares da base de apoio do prefeito. Em fevereiro de 2014, o blog reportou o descontentamento dos vereadores e antecipou a formação de um grupo de resistência às pretensões “Riberianas” o que afetaria sobremaneira a relação com o Executivo. O fato só foi detectado em outubro e, em dezembro, houve a consumação da debandada – deixando o Executivo enfraquecido.
Se tudo isso não bastasse, agora, Ribeirão tem estimulado o prefeito Manoel Gaspar a tomar decisões que envergonham a Administração na tentativa desesperada de fazer retornar cerca de 140 ocupantes de cargo em comissão, através de um projeto que tramita nas Comissões do Legislativo.
Na semana passada, vários secretários se reuniram numa cena patética tentando mostrar os supostos prejuízos aos serviços públicos com as demissões de diretores, coordenadores e chefes de setores. Descobriu-se que tinha chefe para olhar lixo que caia na rua; secretária sem nenhum conhecimento sobre o tema, divagando numa demonstração inequívoca de que a ação era coordenada por terceiro e tinha apenas um objetivo: pressionar a Câmara a votar rapidamente o projeto.
Nos últimos dias, Ribeirão foi visto constantemente no Departamento de Recursos Humanos administrando as nomenclaturas e funções dos novos cargos com salários de R$ 1.500,00 (assessor administrativo), R$ 2.200,00 (diretor), R$ 2.700,00 (assessor técnico), R$ 3.200,00 (coordenador) e R$ 4.000,00 para o cargo de gerente.
Ribeirão também comandou os principais eventos dos dois primeiros anos da Administração de Manoel Gaspar. Carnaval, Tupã Junina, parceria com a Exapit, Tupã Folia 2014 com shows milionários sob propostas de investimentos da iniciativa privada que nunca se confirmaram. Tudo foi feito com dinheiro do contribuinte.
Em 2015, quando Gaspar anunciou que não havia cifras astronômicas para a Festa de Momo, o articulador simplesmente viajou. A prefeitura gastou R$ 300 mil e Manoel Gaspar vai pagar do próprio bolso mais de R$ 80 mil sobre a negociação de camarotes envolvendo a Casa do Garoto e Telma Tulim (PSDB) sob o ordenamento de Ribeirão para que a entidade pagasse despesas que competiam à Comissão Organizadora do evento.
PRODET
Não é de hoje que existe suspeita de que Ribeirão supostamente se beneficia diretamente com as ações do Programa de Desenvolvimento de Tupã – Prodet. Tal fato maculou até a imagem do prefeito Manoel Gaspar e de seu filho citados como possíveis beneficiários de negociatas envolvendo “contrapartida” financeira de empresas que foram contempladas pelo Prodet.
Ao se defender da tribuna da Câmara, Ribeirão usou a tática da publicidade de Hitler a de que “uma mentira contada várias vezes, pode virar verdade”. Ele usa essa frase para dizer que com ela tentam incriminá-lo de algo que nunca fez, mas que diante da insistência pode se firmar como verdade.
Em verdade, Ribeirão tem toda a razão. Ele não assina nada, mas induz muitos a fazerem por ele. Apenas se beneficia do poder de poder mandar e como “quem tem juízo obedece”, apesar de aparecer em situações comprometedoras, de fato, não há nada para torna-lo réu nestes supostos indícios de crime. O maior crime mesmo é o moral.
Nos últimos dias, Gaspar vem colhendo uma derrota atrás da outra seja no campo político ou pessoal. No Legislativo, faz lembrar a Administração de Idenolphi Semeghini. Segundo conta a história da política local, não teria conseguido viabilizar sequer um metro de asfalto quando dependia de autorização do Legislativo.
À época era outra, mas tal como no passado, o presente não tem sido diferente. A atual Administração carrega atos de perseguição a funcionários, desmandos e equipe desorientada pela falta de pulso do prefeito para superar essa crise que começou antes mesmo de ser empossado como chefe do Executivo. Já repercutia negativamente as primeiras nomeações como as dos secretários de Saúde, Turismo, Obras e da própria filha para comandar a pasta de Governo.
QUEBRA DE BRAÇO
No terceiro ano deste mandato, Gaspar ainda não percebeu que vem sendo usado por Ribeirão. Enquanto o prefeito entra numa quebra de braço com a Câmara e o Grupo de 9 vereadores (G-9), Ribeirão tenta ressurgir como “o conciliador”.
Conciliador que, quando presidente da Câmara deu soco no rosto de Valter Moreno Panhossi (DEM) dentro do Legislativo numa falta de decoro parlamentar e se queixou quando o microfone foi desligado no plenário da Casa de Leis. Invocou o Regimento Interno para expressar o seu descontentamento, mas se omite quando quebra a própria decência no agir e no acatamento das normais morais da honradez, dignidade e pundonor.
Essa situação torpe, depravada é que tem norteado o atual governo municipal para a imensa frustração dos 21.001 eleitores que acreditaram numa proposta diferenciada da vivenciada nos 8 anos da Administração de Waldemir Gonçalves Lopes marcada por improbidade administrativa, através de fraudes em concursos públicos, licitações, obras irregulares e desvio de dinheiro público através de notas frias de empresas de fachadas que “faliram” na calada da noite, da mesma forma que o dinheiro sumia pela rede de galerias e do esgoto da corrupção. Na política sempre é preciso RENOVAR!