NAF – Projetos Esportivos usava dados pessoais do prefeito Caio Aoqui e de Secretarias.
A professora de educação física, Natalia Alves Ferreira (NAF) gozava de estrita confiança do núcleo político do prefeito Caio Aoqui (PSD), como colaboradora na execução de projetos esportivos, culturais e sociais, para a captação de recursos nas esferas estaduais e federais.
A desenvoltura profissional da professora na preparação de documentação e na execução
de plano de trabalho de projetos permitiram que a administração se valesse de seu conhecimento técnico para assessorar, inclusive, a Secretaria de Planejamento e Obras, sob o comando do arquiteto Valentim César Bigeschi.
Esse trabalho era feito por meio da engenheira civil, Brenda Larissa Alves. Brenda que também foi secretária de Planejamento na administração de José Ricardo Raymundo (PV), atua na área de projetos e convênios urbanos.
Para acessar programas e projetos até a efetivação da liberação de recursos públicos é necessária a utilização de senhas pessoais.
As senhas facultam saber tudo o que é necessário para atender as solicitações de órgãos públicos e acompanhar o tramite de cada processo até sua conclusão final.
Por isso, a NAF aos poucos foi ganhando cada dia mais a confiança do alto escalão da administração e, ela mesma, passou a verificar o andamento de cada protocolo, por meio de senhas do prefeito Caio Aoqui (x4Y5xxxx) e da engenheira civil, Brenda Alves.
Aliás, a apresentação na Justiça de senhas de agentes políticos é mais que prova cabal de que a professora realmente prestou serviços à municipalidade, sem a contrapartida pactuada, mesmo sem nenhum contrato assinado entre as partes.
Evidentemente que, quem gozava de credibilidade ao ponto de conhecer as chaves de acesso às repartições públicas dos governos do Estado e da União, também é sabedora de outras “entranhas” políticas executadas pelos administradores.
LEI ALDIR BLANC
É exatamente neste meandro que se seguem os possíveis desdobramentos de uma simples causa civil, mas com implicações que podem ser comprometedoras para o futuro político do prefeito e de seus secretários.
Afinal, foi através da prestadora de serviços de que o atual secretário de Gabinete e Turismo, Douglas Guilhermon “Duda” Gimenez, tomou conhecimento de uma advertência do Ministério de Cultura e Turismo sobre movimentação indevida de recurso da Lei Aldir Blanc, desrespeitando o decreto 10.464/2020.
Quais serão os impactos e implicações sobre possíveis movimentações indevidas de recursos federais, em pleno ano eleitoral?
Quais foram essas movimentações apontadas pelo governo federal ao prefeito Caio Aoqui e à engenheira civil, Brenda Alves, bem como, o uso de senhas por parte de terceiro, que sequer faz parte do quadro de cargo comissionado e ou efetivo da administração?
CONTRATO RECUSADO
Enquanto isso, na mesma velocidade de que a administração teria tentado firmar um novo contrato com a reclamante e ou contratá-la através de um dos 104 cargos em comissão aprovados pela Câmara, surgem informações de que a Natalia Ferreira teria recusado a proposta.
Motivo: como iria se justificar ao prefeito, caso amanhã surjam implicações de ordem judiciária sobre o que fez, o que tem conhecimento e até denunciou à oposição, como forma de pressionar um acordo extrajudicial.
A NAF – Projeto Esportivos havia protocolado ação na Vara Civil de Tupã cobrando calote de R$ 89.925,00 dos secretários de Administração, Everton Nakashima, Gabinete e Turismo, “Duda” Gimenez (Relações Institucionais e Cultura), e de Comunicação, Marco Antônio Pinheiro, o “Marquinhos” (Esportes).
Além do débito, a ação cobra indenização por danos morais no valor de R$ 36.313,20. Seu advogado, Thiago Augusto Rosin solicitou até o bloqueio das contas dos acusados em caráter liminar, entretanto, a juíza da 2ª Vara Civil, Crhistiene Avelar Barros Cobra Lopes, indeferiu.
A Justiça entendeu de que o pedido de liminar para bloquear dinheiro nas contas dos secretários não comportava acolhimento por falta de elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo e que a denunciante colaborou para a inadimplência.
Os denunciados foram intimados para contestar as alegações durante o transcorrer do processo protocolado no Judiciário desde o dia 1º de dezembro.
Todos os envolvidos permanecem com o espaço aberto para manifestação sobre as reportagens. Apesar de procurados optaram pelo silêncio.
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