Neste planeta “TUPÔ, os vereadores da situação estão alheios. Ficar alheio é tão perigoso quanto em pânico.
A modernidade trouxe uma série de vantagens ao mundo atual, mas existem coisas que ainda precisam ser feitas de forma orgânica. Exercer a arte de fazer política é uma delas.
Com o advento das redes sociais e uma série de aplicativos, muitos políticos só conseguem se comunicar com seus cidadãos através da internet. Lives, mensagens, posts, likes, compartilhamento, engajamento, entre outras coisas do gênero.
Os seguidores ficam ensandecidos. Evidente que esse fator transformador comportamental também influenciaria a classe política, entretanto, o virtual é completamente antagônico ao real. É como você ver “in loco” a “Ala Covid” e não enxergar a “Ala de Fora” do leito.
O político de aplicativo também perde a organicidade – desenvolvimento natural e peculiar da sensibilidade para a tomada de decisões. Há um espaçamento entre verbalizar uma situação crítica e tomar medidas para impedir o caos.
O olhar é eletrônico, mas as decisões são artificiais e podem não produzir o efeito desejado a longo prazo, pela vaidosa necessidade de satisfação secundária.
A arte de fazer política é a de servir. A política é a arte do diálogo. Este diálogo precisa ser direto. O diálogo de aplicativo é truncado, insensível e nem sempre expressa a verdade de um semblante – olho no olho.
A COVID
A pandemia de coronavírus tornou ainda mais impossível o contato estreito e potencializou as redes sociais e os aplicativos, mas as ferramentas não materializam uma postura real. A ação até pode ser disparada por uma ordem robô, mas nunca executada a contento das expectativas da população.
SURREAL
Amparada nesta política de aplicativo também vejo os vereadores da situação. Fingem que a situação não tem relação com eles. Não vi sequer qualquer indicação de nenhum deles relacionada ao combate pandêmico que assola Tupã.
Estão alheios ao pânico instalado nos arredores da UPA e nos corredores da Santa Casa e, por incrível que pareça, alheios até aos apelos das redes sociais. Ficarem alheios é tão perigoso quanto em pânico.
REAL
Na contramão da situação, destaco a atuação da oposição ou dos parlamentares independentes – apenas três: Antônio Alves de Sousa, o “Ribeirão”, Cláudia Aparecida da Silva, “Claudinha do Povo”, ambos progressistas e Paulo Henrique Andrade (PSDB).
PAUTANDO O PREFEITO
O próprio prefeito Caio Aoqui (PSD) tem sido pautado pela oposição ao implantar Disk Denúncia, ampliar fiscalização e os leitos da Santa Casa, colocação de faixas de advertência na área comercial, cronograma de vacinação para grupos prioritários, barreiras sanitárias, monitoramento de pacientes de Covid, em período de transmissão, melhorar as condições da fila de espera para pacientes no hospital, instalar tendas, entre outros.
A pauta da agenda positiva do governo foi rompida pelo próprio prefeito ao possivelmente minimizar os impactos da doença e não acreditar no próprio secretário da Saúde.
Miguel Ângelo de Marchi anunciou em janeiro “guerra pela vida”, com pacientes brigando para ser internados e, em março, reforçou com a frase – “escolher quem vai morrer” – com repercussão estadual.
Agora, chegou o tempo de guerra pela vida e de escolher quem vai sobreviver e, talvez, apenas mais leitos já não sejam suficientes.
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