Abatedouro clandestino estava em propriedade do prefeito de Iacri. PV pode expulsá-lo

Preocupado com a ação da polícia, Cláudio Andreassa teria ligado para delegados na tentativa de evitar a ação. Documento conseguido pelo blog confirma que a área rural aparece em nome do prefeito.

Delegada de Iacri, Milena Davoli de Melo. Ela também responde pela DIG de Tupã
Delegada de Iacri, Milena Davoli de Melo. Ela também responde pela DIG de Tupã
(Foto: Diego Pereira/Mais Tupã/Divulgação)
(Foto: Diego Pereira/Mais Tupã/Divulgação)

Apesar de negar para a imprensa a responsabilidade pelo matadouro clandestino de codornas flagrado pela Polícia Civil na zona rural de Iacri, no final da tarde de terça-feira (5), o prefeito Claudio Andreassa (PV) sabe que não vai conseguir desmentir os próprios funcionários que os delataram como autor dos crimes contra a relação de consumo, crueldade contra animais e de infração às medidas sanitárias, entre outros.

Ao contrário do que diz o chefe do Executivo, ele sabe que os fatos o contradizem. Andreassa teria sido surpreendido pela Polícia Civil transitando pela estrada que demanda para o local do abatedouro, mas não foi parado. Ainda há informações extraoficiais que na hora do fato dirigia uma camionete strada, na cor branca pertencente à área da saúde municipal.

(Foto: Arquivo/Reprodução/TV TEM)
(Foto: Arquivo/Reprodução/TV TEM)

Hauy

Segundo outras denúncias, era também com esse veículo que algumas vezes Andreassa transportava as codornas e até trabalhadores para os serviços no matadouro clandestino.

Ao ser informado da ação dos policiais, Andreassa teria ligado para a delegada de Iacri, Milena Davoli Nabas de Melo e, em seguida para o próprio delegado Seccional, Luiz Antônio Hauy.

Segundo interlocutores comentaram na Câmara de Iacri, as autoridades ratificaram a ação e afirmaram que já estavam em sua propriedade e que “mais nada poderia ser feito”.

Em entrevista à imprensa Hauy confirmou que se condenado, Andreassa pode responder por crime contra relação de consumo, infração de medida sanitária preventiva e por praticar ato de abuso a animais.

“Como envolve prefeito municipal, o Tribunal de Justiça decidirá pela instauração ou não do inquérito”, disse à TV Tem.

O “NINHO” DE CODORNA

Clique sobre o documento e veja detalhes
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Se confirmado que a propriedade existente no bairro Jurema pertence mesmo ao chefe do Executivo e, que segundo consta seria a mesma conforme atesta documento da Coordenadoria de Defesa Agropecuária sobre gestão de defesa animal, o prefeito não vai poder alegar ignorância.

Como alguém vai usar uma área que lhe pertence sem que tenha conhecimento. No local existia um verdadeiro “ninho” de codornas entre restos de vísceras, penas, carcaças e aves vivas.

Foram apreendidas 262 codornas abatidas recentemente, 1,2 mil codornas vivas e mais de 3,4 mil codornas embaladas e congeladas para a venda. As aves abatidas foram descartadas porque foram consideradas impróprias para consumo humano.

O prefeito também vai ter que possivelmente se explicar com o seu partido. O PV tem como missão tendências ambientalistas e tem entre seus articuladores artistas, intelectuais, ativistas e ecologistas. As possíveis ações constatadas pela polícia e atribuídas ao prefeito depõem contra o simbolismo do Partido Verde, às vésperas das eleições.

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