A candidata elegeu-se, e foi reeleita em 2016. Para preparar “terreno” para 2020, Ana trouxe como vice, Zé Luís, o “pagador” de pesquisa com dinheiro do povo, segundo o GAECO. A dupla segue comandando o município de 2005/2012 a 2013/2020.
COMÍCIO – Cinco anos após as eleições de 2012, e da divulgação de matéria realizada pelo blog, dando conta da investigação do GAECO – Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado, sobre pesquisas eleitorais pagas com dinheiro público, em Arco-Íris, uma nova revelação surgiu em forma de vídeo.
O vídeo foi gravado durante comício e revela que a candidata Ana Maria Zoner Leal Serafim (PTB) se beneficiou da possível irregularidade praticada pelo ex-prefeito José Luís da Silva, o “Zé Luis” (PTB) e seu genro e secretário de Governo, Éverton Nakashima, na contratação de pesquisas irregulares.
As pesquisas foram utilizadas com a intenção de induzir o voto do eleitor arcoirense a favor da candidata defendida pelo então prefeito Zé Luís. Além de ser vedado o pagamento de pesquisa com recurso da prefeitura, a intenção também era de manipular o resultado das eleições.
Ana Serafim obteve 1044 votos (58,49%) contra 741 votos (41,51%) de Geraldo Borges PMDB. A diferença foi de 303 votos. Não é difícil pesquisas sob suspeita de fraude levarem uma parcela do eleitorado a acreditar que determinado candidato (a) está à frente e vai vencer o pleito. Veja: com 150 votos para lá ou para cá, muda-se o resultado da eleição, ou no mínimo, a torna desigual.
O apresentador do evento dramatizou para anunciar o resultado da pesquisa realizada pelo Instituto Realidade de Presidente Prudente, alvo da investigação do Ministério Público. A exemplo do ex-vice-prefeito e do secretário de Governo, a prefeita também foi procurada pela reportagem. Uma funcionária identificada por “Lide” garantiu que comunicaria a chefe do Executivo, porém, até a publicação da matéria, não houve retorno.
No vídeo gravado durante o comício nas eleições de 2012, na imagem é possível ver o então prefeito Zé Luís demonstrando segurança do “serviço” bem feito, e ao seu lado, aparece a candidata Ana Serafim, completamente extasiada com o sucesso do resultado encomendado. Ao final, é anunciado em telão e pelo locutor o placar final – sacramentado pela famigerada pesquisa: a candidata do PTB aparece com mais de 61% das intenções de voto, já o opositor – Geraldo Borges com apenas 30% – metade da intenção de votos.
IMPACTO
Em tese, é possível afirmar que numa cidade com menos de 2 mil habitantes, o impacto de uma pesquisa tendenciosa obstaculiza e desestimula a intenção de votos para o adversário. Em contrapartida, aquele que aparece com o dobro da suposta intenção de votos se beneficia diretamente. Além do que, configuraria a pratica de crime eleitoral, passível de impugnação da chapa vencedora, caso o fato tivesse chegado antes ao conhecimento da Justiça Eleitoral.
OPINIÃO DE ESPECIALISTA
Segundo matéria divulgada no portal https://jornalggn.com.br/ em 6 de outubro de 2016, abordando o tema “Quem paga as pesquisas de opinião que influenciam os eleitores”, a professora de opinião pública e pesquisadora eleitoral da pós-graduação da FESPSP, Jacqueline Quaresemin, disse: “Quando você tem um candidato crescendo e na frente nas pesquisas, as pessoas indecisas têm duas possibilidades: ou elas votam em quem está na frente ou, não se identificando com este candidato, votam branco e nulo. Para entender os objetivos dessas pesquisas é preciso observar quem paga por elas, quais são seus objetivos, como são elaborados os questionários para coleta desses dados, entre outras questões”, sugeriu a especialista.
PROJETO DE PODER
O projeto do ex-motorista de ônibus da área da Educação da prefeitura de Arco-Íris, Zé Luís é de se manter no poder. O ex-prefeito e o genro preparam a sucessão da atual prefeita Ana Serafim. Como vice da atual gestão, Zé Luís, se prepara para retornar ao comando do Executivo a partir de 2020.
O empecilho que deverá encontrar é a sua própria trajetória maculada como um “arco-da-velha”. Arco-da-velha é uma expressão usada quando se quer referir algo de tempos antigos, espantoso e inacreditável. Trata-se de uma forma reduzida de arco da lei velha, em referência ao arco-íris, que, segundo a Bíblia Sagrada, Deus teria criado em sinal da eterna aliança entre ele e os homens. A propósito a expressão deu origem ao nome do município.
Mas, a aparência de inverossímil, dá lugar a possíveis irregularidades perpetradas com dinheiro do contribuinte, conforme apura o Ministério Público. Os processos se arrastam na Justiça, mas em breve, poderá ser determinante para uma eventual condenação por improbidade administrativa, que resultará na perda dos direitos políticos de Zé Luís e Nakashima.
A ORIGEM
Uma dessas investigações está em curso, sob o comando do Ministério Público de Tupã, mas a origem do processo é da Justiça de Pirangi, região de Ribeirão Preto. Foi a partir de uma ampla investigação sobre o “modus operandi” de uma empresa de pesquisas de Presidente Prudente com prefeituras do Estado, que foi flagrado o envolvimento do ex-prefeito e de seu genro.
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Mais informações – leia também: GRAMPO: GAECO investiga vice-prefeito de Arco-Íris e o secretário de Governo