CÂMARA “MORALISTA” DE BASTOS DISSE NÃO À INVESTIGAÇÃO CONTRA CONDENADO POR ESTELIONATO

Os vereadores em pé decidiram por barrar processo de investigação. Sentado, de camisa branca, Rogerinho agradece a complacência

A ação de defesa do vereador Rogerinho foi em equipe. Agora de “caça”, o parlamentar virou “caçador” e vai processar um dos denunciantes

A Câmara “moralista” de Bastos-SP, e “defensora dos bons costumes”, disse não à investigação contra o vereador Rogério Fernandes, o “Rogerinho” (Republicanos), condenado pelo juiz de primeira instância, Fabio Alexandre Marinelli Sola, a cumprir 8 anos de prisão em regime fechado pela pratica de 36 estelionatos continuados. A decisão cabe recurso.

Sete dos onze vereadores comandados pelo presidente da Câmara, Valter Bataline, o “Valter da Eletrônica” (PL), rejeitaram o pedido de investigação: Adauto Dias do Prado (PL), Sônia Maria Lopes (PL), Fábio Shunji Sakita (PL), Aline Neves Massochine Amâncio (PRD), Aline Ribeiro Gomes, “Tizil” (Avante), Marcos Pires Medeiros (Republicanos), e Vítor Cordeiro de Aguiar (PP).

Outros dois vereadores eleitos pela ideologia “patriota” – Igor Gonçalves da Silva Cunha (Podemos) e José Luiz Nunes Borges do Nascimento, o “Tininho” (PSD), votaram pela aceitação do pedido de impeachment do acusado.

Rogerinho foi eleito pela coligação “Bastos para Todos”, encabeçada pelo prefeito Kleber Lopes, e foi o nono vereador mais votado nas eleições de 2024.

OS PEDIDOS DE CASSAÇÃO

Depois de escapar da investigação da Câmara, Rogerinho vai processar “Pirulito”, um de seus acusadores

Foram dois os pedidos de cassação protocolados no Legislativo bastense. O primeiro foi registrado no dia 13, pelo cidadão Arlindo Olímpio da Silva, o “Pirulito”, mas como estava com a situação eleitoral irregular, o documento foi substituído no dia 23, pelo protocolo de Antenor Amaro da Silva. Saiba mais: De Pirulito a Antenor, vereador segue alvo de pedido de impeachment

Conforme a denúncia, os dois dizem ter sido vítimas de estelionato praticado por Rogerinho, um dos condenados por venda de terrenos do Jardim Residencial Golf Club, localizados na Seção Glória II. Leia mais: Vereador é alvo de pedido de cassação após estelionato

O pedido foi lido e apreciado pelos edis logo na primeira sessão dessa legislatura, dia 3 de fevereiro. O plenário estava cheio de apoiadores do parlamentar alvo do pedido de impedimento. Opositores, talvez apenas os dois que protocolaram os pedidos de apuração.

No momento de decisão, como se não soubesse o resultado que havia sido fechado em equipe, Rogerinho erguia as mãos para os céus, como que implorando por um milagre. Não foi um milagre, mas o resultado de um corporativismo também daqueles que defendem a bandeira do moralismo, sob o slogan: “Deus, pátria e família”.

A primeira virtude de ser patriota é defender o que realmente transforma uma sociedade – no coletivo, e não na mesquinha defesa de interesses apenas pessoais ou de um grupo de pessoas que compõem a sua equipe. Mas, se está bom para a sociedade de Bastos, não é preciso usar a expressão popular de “pedir o boné”, que significa afastar-se, então FICA ROGERINHO!

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