Vereador “Renatinho da Garagem” será disputado por vários interesses – Foto: Facebook/Arquivo Pessoal
Vereador acusado de liderar bloqueios enfrenta articulação de prefeito bolsonarista.
O cerco ao Quartel do Tiro de Guerra e os bloqueios da Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros (SP-294), também começam interferir nas eleições da Câmara Municipal de Tupã (SP), previstas para o dia 13 de dezembro.
Quando tudo parecia que a oposição, com a maioria dos votos, se encaminharia para eleger a nova mesa diretora do Legislativo, o vereador Paulo Henrique Andrade (PSDB), pode ter colocado tudo a perder.
Pior: agora, por ironia do destino, o edil enfrenta a articulação direta de outro bolsonarista – o prefeito Caio Aoqui (PSD).
BOLSOCAIO X BOLSOPAULO
Como previsto pelo blog, o chefe do Executivo tentava se viabilizar politicamente após as eleições, e assim como o vereador, surfou na onda bolsonarista.
Apoiado pelo prefeito e seu “staff” político, Jair Bolsonaro (PL), obteve 25.604 votos (70,51%), mas não se elegeu.
Tarcísio de Freitas (Republicanos) começa o governo de transição, prometendo aumentar o próprio salário em 50% para privilegiar a elite do funcionalismo estadual.
Mas, voltando ao assunto doméstico, Paulo Henrique Andrade pode viver seu pior pesadelo político.
Possivelmente nesta semana deverá ser protocolado um pedido de impeachment contra o bolsonarista. Falta apenas um voto para a admissibilidade da ação.
Ocorrendo a admissibilidade da denúncia por quebra de decoro parlamentar, pelo fato de ter usado a estrutura pública para promover atos inconstitucionais, o pedido de impeachment virá acompanhado de solicitação de afastamento do parlamentar.
Para que isso aconteça, o prefeito Caio Aoqui deverá determinar que seus apoiadores na Câmara, votem pela admissibilidade e, por consequência, Paulo Henrique Andrade deverá ser substituído pelo suplente.
O SUPLENTE
O suplente nesse caso é o ex-vereador Charles dos Passos Sanches (PSDB), apoiador do prefeito e o indicador do sub-secretário da Cultura, Luís Carlos Sanches dos Passos.
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A condução de Charles dos Passos à Câmara pode tirar a maioria da oposição e tornar possível a eleição, por exemplo, do pastor Eliézer de Carvalho (PSDB).
O vereador já presidiu a Câmara no biênio 2019/2020 e atualmente é o 1º secretário sob a presidência de Eduardo Akira Edamitsu, o “Shigueru” (PSD). O pastor já se declarou como pré-candidato.
Pela oposição, as pretensões são de Augusto Fresneda Torres, o “Ninha” (PSD), que atua como 2º secretário da Câmara, e nunca deve ser descartada a candidatura de Antônio Alves de Sousa, o “Ribeirão” (PP).
Ainda durante a definição do “blocão” de oposição composto por Ribeirão, Ninha, Cláudia Aparecida da Silva, a “Claudinha do Povo” (PP), Cristina Vicente dos Reis Fernandes, a professora “Cris” (PC do B), Eduardo Alexandre Sanches, o “Du do Serv Festa” (Podemos), Marcos Rogério Gasparetto (PSD), Paulo César Soares, o “Paulo da Farmácia” (PSD) e Paulo Henrique Andrade (PSDB), o grupo excluiu a participação do vereador Renato Fresneda Delmori, o “Renatinho da Garagem” (PL), por suposta infidelidade aos conceitos do bloco.
FIEL DA BALANÇA
O fiel da balança em todo esse emaranhado de articulação causado a partir do descumprimento constitucional de Paulo Henrique Andrade, o que o coloca em rota de colisão com o prefeito Caio Aoqui, tem dois vereadores e, outra vez, por ironia do destino envolvendo vereadores de partidos de ideais antagônicos, Renatinho da Garagem e professora Cris, respectivamente.
Renatinho está como independente. Não aparece no bloco da situação que tem os parlamentares: Alexandre Scombatti (PL), Lucas Hatano (PSD), Antonio Brito (PV), Shigueru, pastor Eliézer e Israel Velloso da Silva Neto, o “Tutu” (PSD).
Professora Cris é opositora, em tese, não defende a atitude de Paulo Henrique Andrade de liderar movimentos antidemocráticos e de “anti-Lula”, mas não estaria propensa a votar pela admissão da denúncia.
Mas, até que ponto, o afastamento de Paulo Henrique garantirá maioria ao prefeito? Isso só ocorreria, caso Renatinho votasse com o prefeito, o que em tese, também contraria seu viés ideológico.
Contraria em caso de votar pela admissibilidade do impeachment do colega de Câmara, mas por outro lado, ganharia os louros do prefeito bolsonarista.
Renatinho é bolsonarista roxo e recentemente, por ele, teria admitido o pedido de impedimento de Caio Aoqui.
Pelo visto, nesse rolo todo, como diz o ditado “puxa-se a pena e vem uma galinha”. Espera-se que esse fato, não termine outra vez em galinhada e nem em pizza.
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