Alguz e os seus se enriqueceram da “gordura” do poder. Seu afilhado Evandro Gussi se tornou um lobista de produtores de cana-de-açúcar e etanol combustível.
CAIXA DE CAMPANHA: Sobre a resposta do Evandro Gussi
O Partido Verde (PV) prometeu um projeto de desenvolvimento para a região do extremo oeste, conhecida como “Nova Alta Paulista”, a partir de 2010, sob a liderança do engenheiro agrônomo e tupãense Reinaldo de Souza Alguz, mas o que vingou mesmo foi a auto promoção e o enriquecimento daqueles que os cercou.
Ao que se tem notícia, a última aparição de Alguz prometendo colocar o trem da Rumo nos trilhos de Bauru a Panorama foi ainda durante o governo de Ricardo Raymundo (PV), em 2018. Não se tem notícia que tenha repetido o discurso neste ano.
Em verdade, a proposta trata-se de uma ação do Ministério Público Federal que há quase 20 anos tenta forçar judicialmente esse empreendimento para retomar no mínimo o transporte de carga.
Às vésperas das eleições de 2 de outubro, o deputado estadual de três mandatos reapareceu em Tupã, e teve ajuda de toda estrutura da Secretaria Municipal da Educação, na tentativa de elegê-lo deputado federal.
A votação de 62.666 não foi suficiente. Em Tupã, Alguz foi o oitavo candidato a federal mais votado, obteve 633.
Assim, como o advogado prudentino Evandro Herrera Bertone Gussi, Alguz deixa o parlamento, mas realizado em sua vida pessoal e empresarial. Saiba mais: “BOLSA FAMÍLIA VERDE”: Patrimônio de Evandro Gussi cresceu mais de 1300%
O projeto público de desenvolvimento da região ficou explícito nas reportagens exclusivas do blog revelando como ambos se locupletaram dos cofres públicos e ampliaram seus poderes políticos a partir de seus amigos e familiares.
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Gussi, por exemplo, que só havia tomado caldo de cana, tornou-se um lobista de produtores de cana-de-açúcar, etanol combustível.
Autor do projeto de lei que deu origem à Política Nacional de Biocombustíveis, o RenovaBio, tornou-se presidente da Associação Brasileira da Indústria da Cana-de-Açúcar (UNICA), a partir de fevereiro de 2019.
Se orgulhava em discursar sobre o motivo pelo qual foi escolhido pelo seu padrinho para entrar na vida pública: “Reinaldo Alguz me convenceu de que eu tinha a gordura do conhecimento para trabalhar pelo povo”. Ora o povo.
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Após se lambuzar da gordura do poder, em banquetes no Palácio da Alvorada, ao lado de deputados do centrão e do ex-presidente Michel Temer, aos quais bolsonaristas chamavam de vampiro, Gussi desistiu de tentar a reeleição.
Seus eleitores enganados dentro de igrejas católicas excomungaram o político e, seu padrinho temeu perder o apoio de seu clero. A igreja escolheu o também advogado Enrico van Blarcum de Graaff Misasi, para fazer dobradinha com Alguz. Deu certo.
Já nestas eleições, padrinho e afilhado mudaram de siglas e o que era o projeto do PV virou do União e MDB, com o propósito de fazer dois deputados estaduais e dois federais, porém, não vingou.
O projeto político que cogitou, inclusive, tornar Reinaldo Alguz candidato ao governo de São Paulo ficou para trás. Quanto ao projeto de desenvolvimento da Alta Paulista existiu apenas na expansão do partido na região e de seus próprios negócios.
“DOMINAÇÃO VERDE”
Em 2016, durante a cassação de Dilma Rousseff (PT) e dois anos antes de surgir o bolsonarismo, o PV praticava uma “alienação verde”, através de palestras promovidas por uma empresa de Alguz, que também se beneficiava de dinheiro público, como um suposto Instituto.
Seis anos depois dessa pratica, o trabalho de “catequese” surtiu efeito e elegeu nas eleições daquele ano, uma série de prefeitos por várias cidades das regiões de Presidente Prudente e de Marília.
A lavagem cerebral e a credibilidade
Em Tupã – eleito José Ricardo Raymundo, em Herculândia – Richard Itapuã, em Quintana – Nilton Silvério e em Queiroz – Ana Virtudes Miron Soler, a “Tuti”. Na eleição seguinte, nenhum conseguiu ser reeleito e Ricardo Raymundo foi cassado em 2019.
Portanto, a “gordura do conhecimento” político é a mesma que queima no lombo do povo da Alta Paulista, fadada a seguir sua sina pelos próximos quatro anos, sem nenhum projeto de desenvolvimento sustentável a partir de ação integrada dos governos municipais, estadual e federal.
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