Nesta mesma época do ano, em 2019, o município contava 3 mortes e mais de 2 mil casos da doença. A epidemia “abria” caminho para o processo de cassação do prefeito José Ricardo Raymundo (PV).
Depois de números desencontrados, entre aqueles divulgados em 2019, e os de hoje, sob a coordenação de Marco Antônio de Barros, o “Marquinho da Dengue”, finalmente Tupã pode “comemorar” os feitos para conter os casos de dengue em Tupã?
Assim como era previsto em 2018, que no ano seguinte o Brasil enfrentaria uma epidemia gigantesca, também era esperado para este ano situação idêntica. Os números de várias cidades da região confirmam essa expectativa negativa.
Considerando que a epidemia é nacional e, portanto, todos os municípios brasileiros estão sujeitos às doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, os 516 casos verificados em Tupã até sexta-feira, dia 8, já permitem dizer que os altos investimentos feitos pela prefeitura surtiram efeito significativo.
Neste mesmo período do ano passado, em 9 de maio, a Secretaria de Saúde de Tupã divulgava o terceiro óbito por complicação da dengue. A vítima, de 86 anos, era do sexo masculino e moradora do Parque Universitário. O paciente estava Internado na UTI da Santa Casa, era hipertenso e sofria de insuficiência renal aguda.
Além de registrar a terceira morte por dengue, o município contava 2.126 casos da doença, enquanto outras 750 pessoas aguardavam resultado de exame.
Estes mesmos números nos dias de hoje, com o advento do coronavírus poderiam significar uma tragédia para o sistema de saúde local. Ao final de 2019, 6 pessoas morreram e mais de 6.100 contraíram dengue.
Para impedir mais mortes e controlar os casos de dengue, assim que tomou posse como prefeito em exercício, Caio Aoqui (PSD), anunciou um pacote de ações: contratação de 30 pessoas temporariamente para ampliar as equipes de combate a dengue, adquiriu mais 5 bombas costais e uma bomba mini geradora UBV e também biolavercida.
É importante lembrar, que em 2019, o governo federal não conseguiu comprar o inseticida para distribuí-lo aos estados e municípios para aplicar o fumacê. O pouco do veneno que chegava era utilizado em regiões específicas de infestação. Já neste ano, a situação tem sido diferente.
FIM DA PICADA
Num esforço conjunto para reverter a grave situação no início de 2019, a ex-administração lançou no dia 20 de março, a campanha “PERDER PARA UM MOSQUITO É O FIM DA PICADA”, que visava não só o combate aos focos do mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika vírus, bem como a de escorpiões que também atacavam moradores em várias partes do município.
Todos os fins de semana, o prefeito Ricardo Raymundo e seus secretários realizavam um “arrastão” de limpeza nos bairros. Toda a estrutura da administração era disponibilizada aos munícipes. A mobilização envolveu as crianças nas escolas, Associações de Moradores de Bairros, voluntários, clubes de serviços e os serviços de segurança do município.
A ideia ganhou adesão da população, repercutiu no estado e, pode ter ajudado nos dias atuais para conter o avanço da dengue e a proliferação de bichos peçonhentos, mas não foi suficiente para salvá-lo da cassação em dia 28 de maio.
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