Cadê o dinheiro que tava aqui?
Das eleições municipais de 2012 até as eleições presidenciáveis em 2014, nunca se propagou tanto o combate à corrupção. Em Tupã, o candidato a vereador Jota Neves usou o tema como lema de campanha, após denunciar em seu programa de rádio e neste blog, como políticos e empresários corruptos e corruptores respectivamente possivelmente roubaram o povo tupãense.
Os desvios podem ter acontecido também através de obras irregulares, superfaturadas e com aditamentos que engordaram as contas de agentes políticos e de algumas empreiteiras.
Os supostos desvios se estenderam a partir de licitações fraudulentas e de cartas marcadas. Assim como a Operação Lava Jato da Polícia Federal começa constatar que a corrupção pode extrapolar o gasoduto da Petrobras, obras do PAC – Plano de Aceleração do Crescimento podem ter sido usadas para escoar galerias abaixo recursos públicos.
Os recursos foram drenados, mas os tupãenses ainda sofrem com as famigeradas obras de micro e macrodrenagem. Cada casa do Programa “Minha Casa, Minha Vida” também teve um custo elevado de propina para agentes políticos de várias esferas.
R$ 0,20
Os protestos ocorridos em 2013, em todo o país e iniciados como manifestações dos 20 centavos, cresceram e o leque de reivindicação foi ampliado contra gastos na Copa, corrupção e por melhorias no transporte, na saúde e educação.
Não foi por acaso que o assunto foi a principal pauta dos presidenciáveis nas eleições desde ano. Casos de corrupção como o do mensalão e da Petrobrás serviram para incendiar a discussão.
Abordar a questão durante uma eleição num país onde muitos querem levar vantagem e acreditam que apenas os políticos são corruptos ou corruptores pode não render votos, mas serve como consolo o fato de que essa percepção começa mudar a partir da prisão dos mensaleiros do PT e de empresários sanguessugas do dinheiro da Petrobras.
Agora é preciso alcançar dezenas de outros políticos que se beneficiaram deste esquema e de tantos outros que tornam o Brasil um dos mais corruptos do mundo. São cerca de R$ 100 bilhões desviados da merenda, transporte escolar, remédios, leitos hospitalares, ambulâncias, entre outros serviços públicos que deveriam ser melhores tanto quanto aqueles fornecidos pela Suécia, conforme matéria do Globo Repórter de sexta-feira (5).
Leia também:
Calendário Maia: o fim de um ciclo de corrupção, luxúria e poder em Tupã-SP