Secretaria de Saúde e até o Ministério Público podem investigar o sacrifício dos galos índios.
Um vídeo postado nas redes sociais sobre abate de galos mutilados e usados para a pratica de rinha (briga) apreendidos numa propriedade rural, localizada na vicinal Tupã/Queiroz causou consternação.
Protetores dos animais repudiaram a ação. Para eles, a forma como os galos foram abatidos foi tão cruel quanto a rinha praticada pelo infrator. A postagem já atingiu mais de 210 mil visualizações na manhã desta quinta-feira (20).
As imagens teriam sido feitas por um funcionário da Secretaria de Meio Ambiente. A secretária de Saúde, Rosangela Urel Gaspar pode instaurar sindicância para apurar responsabilidades. Até o Ministério Público pode ser acionado para investigar as circunstâncias do abate.
O médico veterinário Paulo Henrique Pavão, convocado para ir ao local da apreensão na segunda-feira (10), responsável pela avaliação sobre a necessidade de sacrificar os animais e flagrado no vídeo, sustentou que o abate aconteceu nas dependências da Associação de Amigos e Pacientes Egressos de Hospitais Psiquiátricos (Aapehosp), entidade ligada à instituição Joana D’Arc, que recebeu a doação. “O pessoal da entidade ia abater os galos e pediu nossa ajuda”, garantiu.
Na hora que a reportagem falou por telefone ontem (19) à tarde com o veterinário da prefeitura, Paulo Henrique Pavão, ele também informou que havia chegado de uma unidade hospitalar após passar mal com a repercussão do fato. Segundo o profissional, o sacrifício é a metodologia utilizada para cessar o sofrimento de um animal encontrado naquela situação de carcere, maus-tratos e apresentando mutilações. “O que não é natural é gravar em vídeo e apresentar em público”, desabafou.
O CASO
A Polícia Ambiental apreendeu os 77 galos índios e multou o infrator em R$ 231 mil. R$ 3 mil de multa por cada animal encontrado em situação irregular. De acordo com o 2º Batalhão de Polícia Militar Ambiental com sede em Marília, uma equipe local realizava patrulhamento pelo município quando tomou conhecimento através do Centro de Operações da Polícia Militar (COPOM), de que ocorria rinha de galos em uma propriedade rural.
Os policiais foram para o local e constataram a existência de 77 galos índios confinados em gaiolas individuais, sem água e alimentação disponíveis. Todos apresentavam mutilações, tais como: cristas e barbelas cortadas, esporas serradas, além de várias lesões e cicatrizes, caracterizando a situação de maus tratos.
Um veterinário foi convocado no local e atestou a situação de maus-tratos, opinando pelo abate dos galos. Os animais foram abatidos e doados a Instituição Associação Joana D’Arc.
Depois de autuado por praticar atos de maus tratos e mutilação contra animais domésticos, o indiciado foi conduzido a Delegacia de Polícia e poderá responder por crime ambiental de maus tratos à animais, cuja pena pode variar de três meses a um ano de detenção, e multa.
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