Eu, prefeito II? Preciso arrumar uma doença compatível com lazer

Não é fácil ser prefeito. Até para ficar doente a gente tem que tomar cuidado. Tem que escolher uma doença compatível que combine com lazer e entretenimento. É verdade que não preciso dar satisfações para ninguém, já fui eleito e reeleito mesmo. Mas, preciso fazer sucessor. Pensando bem, além de arrumar uma doença, é necessário encontrar um médico, vai que a coisa fica séria.

Ainda bem que a saúde do município está humanizada. Não há filas, tem todas as especialidades; vou procurar um médico da rede mesmo, ele vai conseguir diagnosticar o meu problema. Certeza que vai ser compatível com a necessidade de distrair a cabeça. Uma pescaria seria o ideal.

“Caramba, o doutor nem precisou me periciar e já está pronto o atestado? Como a saúde municipal é eficiente e ainda o povo reclama! Ainda bem que só precisei do atestado”, penso eu. A eficiência foi tamanha que arrumaram até o problema de saúde. Estresse. Agora, é só ajeitar a documentação, a Câmara aprovar minha licença e tudo vai parecer legal, apesar de imoral.

A Lei Orgânica

O meu vice e versa só pode me substituir em caso de licença e ele não poderá recusar-se, sob pena de extinção do mandato. É o que reza a Lei Orgânica Municipal (LOM). Enquanto a Câmara aprova a licença, vou ajeitando a tralha, a família e vou bem longe para “sarar” meu estresse.

Cadê a mamãe? Vou ligar do gabinete mesmo, é público. No orelhão nada né?! “Mamãe, vamos pescar? Chama o papai. O meu problema é estresse, o doutor advinhou e me deu até atestado. É mamãe. Preciso descansar! Lá é bom demais da conta. Tem barco, casa, tem tudo mamãe! Isso. 11 dias de boa. E o mió mãe, como estou de licença, ainda vou receber pra pescar; eta coisa boa”.

Como é bom ser prefeito, 1º Poder, pode tudo. O 2º só aprova. Mas é tudo baseado na LOM, fundamentado no inciso II, do artigo 59, combinado ainda com os $$ 2º e 3º do artigo 55, tudo da Lei Orgânica. Com essa lei nem a Justiça desfaz o que está feito. Quero ver provar.

3 thoughts on “Eu, prefeito II? Preciso arrumar uma doença compatível com lazer

  1. acho lega a iniciativa do site, do blog..

    Tem que se falar o que vem acontecendo mesmo na cidade, mas vou te dar um toque.. nao se atente apenas em falar mal da prefeitura ou daquilo que rodeia a administração pública… seja mais imparcial que seu jornal vai fazer sucesso

    1. Caro Bruno, esse diário on-line, nasceu exatamente com esse propósito de falar o que outros veículos e comunicação não podem por forças ocultas…os fatos que estamos denunciando não significa falar mal da prefeitura e sim de atos que lesam a maioria do povo tupãense. Falar de um golpe do bilhete é simples, mas envolvem dois gananciosos (o estelionatário e a pseuda vítima); mas falar de um caso que uma administração engana centenas de pessoas, em beneficio de meia dúzia, interessa a muita gente, não só as que foram lesadas prestando o concurso, mas a toda população. Ora se os agentes públicos são capazes de usar o povo para se beneficiar, imagina o que não são capazes de fazer, sem a participação do cidadão. Era e é esse o propósito desse Blog.

  2. Jota Neves quero te dar os parabéns pela coragem e a iniciativa de denunciar os concursos públicos do nosso município de Tupã, pois não é de hoje que se comentam sobre as maracutáias para ingressar na prefeitura não precisa ser aprovado e sim ter QUEM INDICA, prejudicando os menos favorecidos que tiram dinheiro, as vezes fazendo falta no orçamento, para pagar a inscrição no tão sonhado concurso que na maioria das vezes é só para confirmar quem já esta ocupando cargo público por contratação.

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