O delegado Josecir Cuoco foi titular do Grupo Anti-Sequestro (GAS) e responsável pela investigação do seqüestro do ex-vice presidente do Banco Bradesco, o primeiro sequestro do Brasil com pedido de resgate.
O que motivou o ex-delegado a manter contato através Formulário do Blog foi a matéria publicada no dia 21 de agosto sob o título “Um repórter no combate à violência”, na qual nos referimos ao trabalho de reportagem que fizemos durante a investigação do seqüestro do banqueiro Beltran Martinez, em Marília, entre outros crimes.
Para o ex-titular de um dos grupos mais especializados de combate a seqüestros do país, a referência ao seu nome teria sido a única “voz amiga” que ouviu nestes últimos 24 anos, após o episódio em que ele e os policiais sob seu comando foram apontados e colocados sob suspeita de tentativa de extorsão de um grupo de contrabandistas da região de Marília.
Na mesma direção, comentou o leitor Daniel:
daniel disse:
29 de agosto de 2011 às 14:50
O GAS foi o melhor grupo já reunido de policiais que existiu até hoje, não só pelo conhecimento que tinham mais também pela coragem e o amor pela polícia civil. Com toda certeza foram injustiçados!!!
Foram estas palavras que motivaram o ex-delegado a contatar o Blog JOTA NEVES.
de Josecir Cuoco
para jotaneves@ig.com.br
data 11 de outubro de 2011 16:51
assunto Formulário de Contato – Blog Jota Neves
Mensagem:
Caro jornalista Jota Neves.
POR SER A PRIMEIRA VOZ AMIGA EM 24 ANOS, GOSTARIA DE MANTER UM CONTATO TELEFÔNICO, POIS POR COINCIDÊNCIA ESTOU INICIANDO UM PEQUENO TRABALHO SOBRE SEQUESTRO PARA A IMPLEMENTAÇÃO DE UM CURSO DE PREVENÇÃO. MUITO GRATO PELAS PALAVRAS, E AO DANIEL TAMBÉM. JOSECIR CUOCO.
A matéria
No final dos anos 80, praticamente um iniciante na arte de retratar os fatos policiais Jota Neves chegava em Marília, quando ocorreu o seqüestro do ex-vice-presidente do Banco Bradesco, Beltran Martinez.
A cidade sitiada pelo extinto Grupo Anti-Sequestro (GAS), prédio de escuta telefônica clandestina incendiado e a suspeita de que um grupo poderoso de Vera Cruz seria responsável pelo crime.
Este havia sido o primeiro seqüestro no Brasil, de cunho financeiro, tendo como vítima o banqueiro Antonio Beltran Martinez, cuja à primeira agência havia sido fundada exatamente em Marília. Um dos principais acionistas foi o fundador de Tupã, Luiz de Souza Leão.
O grupo de Vera Cruz era tão poderoso e possuía advogados ardilosos que invertiam a realidade dos fatos ao ponto de acusarem integrantes da polícia paulista de tentativa de extorsão e, o GAS foi extinto na ocasião, com a equipe comandada pelo delegado Josecir Cuoco, sob investigação.
Martinez ficou 41 dias em poder de seqüestradores. Foi o primeiro e mais longo seqüestro da época. Ele foi libertado no dia 17 de dezembro, depois do pagamento de um resgate de US$ 4 milhões.
Martinez só conseguiu falar sobre os dias no cativeiro seis meses depois de sua libertação. Segundo disse na época, teve “a sensação desesperadora de que ia morrer”. Beltran fazia tudo o que os seqüestradores pediam, pois temia que qualquer descuido poderia ser fatal.
Enquanto o jornalista Caco Barcellos da Rede Globo era ameaçado no Paraguai por bandidos e o Exército Paraguaio, eu sofria as mesmas ameaçadas de atentado contra minha vida e de amigos, na cidade de Marília.