A cidade mais parece um “saco”, rasgada em buracos provocados pela enxurrada.
Prejuízos devem passar dos R$ 10 milhões; mesmo valor que Waldemir diz ter investido com a macrodrenagem.
Duas (2) mil pessoas estão sem telefone na área do Clube dos Comerciários.
Tupã vive problemas crônicos de grandes centros e hoje já conta 22 pontos de alagamentos.
O prefeito de Tupã-SP, Manoel Gaspar completará nesta quarta-feira (10) os primeiros 100 dias de sua terceira administração e herdou 31 obras irregulares, com risco de aumentar os prejuízos aos tupãenses e até tornar o município inadimplente com nome no Cadin.
O CADIN é o Cadastro Informativo de créditos não quitados do setor público federal, é um banco de dados que contém os nomes das pessoas físicas e jurídicas que sejam responsáveis por dívidas vencidas e não pagas a órgãos e entidades da Administração Pública Federal, direta e indireta.
Nessas condições o município é declarado inapto perante o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CGC/CNPJ. É como se o município fosse um cidadão que não presta contas ou fica endividado. Nesse caso, o nome vai para no Serasa ou no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC).
Só pra contrariar Gaspar parafraseou o ex-presidente Collor de Melo que usou a expressão “saco roxo” numa alusão de que teria coragem de tomar determina decisão. “Estou de saco cheio” referindo-se as constantes irregularidades constatadas em contratos e obras da administração Waldemir Gonçalves Lopes.
Prometendo agir com rigor também contra a empreiteira que abandonou a obra de macro drenagem que tem causado as inundações, enchentes e danos com a temporada de chuvas, o atual prefeito vai ter que se valer dos dois “sacos”. O “cheio” e o “roxo” para fazer valer a força da lei contra quem agiu de forma ilegal e imoral contra o patrimônio público.
Por enquanto, às portas de completar cem (100) dias de mais uma administração o que se vê é uma cidade que mais parece um saco sem fundo, remendado e, ainda assim, cheia de buracos (financeiros) e buracos que literalmente afundam Tupã, num verdadeiro rio de lama:
Veja agora o que a imprensa oficial do Município divulgava no ano passado antes das eleições. Prefeito visita obras no “piscinão” da rua Moema.
Mais ambicioso projeto de infraestrutura da história, construção da rede de macrodrenagem segue em ritmo acelerado.
O prefeito Waldemir Gonçalves Lopes esteve nesta semana visitando a obra de construção da estrutura projetada para receber o excesso de volume de água da chuva, que faz parte do mega projeto que vem sendo implantada em toda a cidade com o objetivo de evitar inundações e alagamentos, conhecido como macrodrenagem.
Os trabalhos só foram possíveis graças ao acordo assinado entre a Prefeitura e o Governo Federal. Na primeira etapa, estão sendo investidos cerca de R$ 10,6 milhões. O plano de macrodrenagem foi concebido para corrigir ou minimizar os problemas decorrentes de décadas de crescimento desorganizado e falta de planejamento urbano, como alagamentos e enchentes.
“A cidade de Tupã sempre sofreu muito com as chuvas. Principalmente as regiões onde o relevo é mais baixo registravam grandes alagamentos, que traziam prejuízos para os moradores”, lembrou Waldemir. Segundo o prefeito, o problema foi causado principalmente pelo aumento da área urbana. “Com mais casas e ruas pavimentadas, o solo ficou impermeabilizado, o que tornou obsoleto o sistema de escoamento da água da chuva”, lembrou ele.
Além das características geomorfológicas, que favorecem erosões e assoreamentos, Tupã também apresentou nas últimas décadas um processo de urbanização inadequado, avaliou o prefeito. A retirada da mata ciliar e a ocupação indevida dos fundos de vales foram responsáveis por uma impermeabilização desenfreada do solo urbano, o que restringiu a infiltração da água pluvial para o lençol freático, causando sérios problemas com a drenagem da chuva, provocando alagamentos e criando áreas de risco para as populações ribeirinhas.
Segundo a com a secretária de Planejamento e Infraestrutura Jeane Aparecida Rosin, os estudos para elaboração do Plano de Macrodrenagem foram iniciados com os recursos obtidos junto ao Fundo Estadual de Recursos Hídricos (Fehidro), que destinou R$ 160 mil para o município. Com esta verba, a Prefeitura contratou a Fundação Centro Tecnológica de Hidráulica (FCTH), que durante dois anos elaborou o mais minucioso e completo levantamento geográfico e hidrológico já realizado em Tupã.
O estudo da FCTH constatou que no ano de 2007, existiam 20.312 imóveis na cidade, com uma taxa de ocupação de 12,04 prédios por hectare, o que significa um volume de impermeabilização de 56%. Sem obras de macrodrenagem, considerando as condições hidrológicas da atualidade, em 2025 Tupã deverá contar com 26.038 imóveis e uma taxa de ocupação de 15,52, o que elevaria consideravelmente a área impermeabilizada, criando uma situação de extremo risco para os moradores.
O levantamento também detalhou as condições atuais do sistema de drenagem da cidade e oferece, através de análises e projeções detalhadas de engenharia, soluções para acabar com as enchentes e alagamentos, através de medidas estruturais e não estruturais. Segundo Jeane as medidas estruturais modificam o sistema, buscando reduzir o risco de enchentes pela implantação de obras para conter, reter e melhorar a condição dos escoamentos. Já as medidas não estruturais estabelecem regulamentos como é a legislação para controle dos futuros desenvolvimentos.
As obras para solucionar os problemas de alagamentos, erosões e enchentes, que incluem a construção de “piscinões” e obras de canalização, foram estimadas em R$ 64 milhões, que deverão ser investidos gradualmente até o ano de 2025. Com a definição do custo das obras, a prefeitura iniciou os trabalhos políticos visando a obtenção dos recursos necessários para a execução do projeto.
A liberação das verbas foi possível graças à inclusão do município no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Saneamento, mantido pelo Governo Federal. Em Brasília, o prefeito Waldemir Gonçalves Lopes assinou convênio com o Ministério das Cidades, garantindo investimentos de R$ 24 milhões e 650 mil, que estão sendo empregados na primeira etapa das obras de macrodrenagem urbana. Do total conveniado, R$ 10,57 milhões serão repassados a fundo perdido enquanto os restantes R$ 12,8 milhões serão liberados através de financiamento pela Caixa Econômica Federal. Já a Prefeitura, arcará com contrapartida de R$ 1,2 milhão.
O secretário municipal de Meio Ambiente, Eliseu Borsari, explicou que o projeto está sendo executado em duas frentes, uma abrangendo obras de microdrenagem e outra as de macrodrenagem. Ele destacou também que o projeto, que atenderá os dois braços do Córrego Afonso XIII, representa a obra mais ambiciosa já projetada pela Prefeitura e ajudará a solucionar definitivamente os problemas de alagamentos e enchentes na cidade.
O trabalho prevê ainda a retificação de córregos na Bacia Aguapeí /Peixe, braço direito do Córrego Afonso XIII, beneficiando os bairros Vila Ricardo, Parque Ibirapuera, Maria Cristina, Aliança, Guaianazes, São José, Vila Lahoz, Marajoara, Jardim Ideal, Jardim Veline, Vila Santa Ignês e Vila Paraíso, além da recuperação de área degradada e despoluição do córrego, aproveitando as suas imediações como área de lazer.
A obra abrange também a conclusão da canalização do Córrego Afonso XIII, novas obras de estabilização de taludes, recuperação de mata ciliar, ampliação de sistema de drenagem urbana com a execução de 3 quilômetros de galerias. Serão executadas ainda obras de retificação de córregos na Bacia Aguapeí /Peixe, braço esquerdo do Córrego Afonso XIII, beneficiando os bairros Vila Teixeira, Santa Cecília, Aparecida, Santa Terezinha, Barcelona, Santa Helena, Viaduto, Vila Nova I, Arthur Fernandes, Siduro, Geovanetti, Santa Clara, Mariluz, José Lemes Soares e Vila Abarca.